Unnamed

Right Girl | Ryan Hartman

Faith Witt era apaixonada por Hockey. Desde pequena ela passava o seu tempo livre na frente da TV assistindo homens deslizar no gelo atrás do puck. Seu pai lhe ensinara a patinar e juntos sempre brincava de fazer gols na pista improvisada no centro da cidade. E, apesar da proximidade de Iowa City com Chicago, sua família toda torcia para o Nashville Predators.

Faith já havia ido de carro com seu pai várias vezes assistir a jogos. A sensação de estar em uma arena de Hockey era indescritível. E ela sempre ia com sua jersey amarela.

Mas uma coisa que ninguém havia ensinado para ela, ou que talvez ela tinha apenas absolvido de toda aquela atmosfera, era seu ódio pelo Chicago Blackhawks. Ela achava estranho aquele índio no uniforme, e a cor vermelha a irritava. Assim como eles sempre se achavam os melhores pelos Preds serem um time jovens.

Mas vida havia pregado uma peça em Faith e ela acabara indo fazer faculdade em Chicago. E ela não ficaria sem hockey. Engoliu o seu orgulho e passou a frequentar a United Arena, casa dos Hawks.

E seu ódio pelo time ia muito bem obrigado quando, sem querer, ela esbarrou com Ryan Hartman no supermecado. Faith começou a rir quando o jogador esbarrou nela, sem querer, no departamento de bebidas.

- Sorry.

- It's okay.

- Hey, você é bonita. Gostaria de ir a uma festa?

O diálogo mais ridículo que apenas um cara que se acha demais teria coragem de fazer.

Mas era uma sexta a noite, Faith ainda estava se habituando à cidade e provavelmente passaria as próximas horas em uma maratona de netflix, salgadinhos e cerveja sentindo pena dela mesma. A garota tinha acabado de completar 21 anos e parecia que ainda tinha 16 e morava na casa dos pais. Talvez sair da sua zona de conforto fosse uma boa ideia.

- Festa? E por qual motivo eu deveria aceitar o convite de um estranho? Principalmente quando este estranho é jogador hockey no time que faz de tudo para menosprezar os Preds?

Ela cruzou os braços e encarou o jogador. E então ele sorriu. Meses depois, se perguntassem para Faith quando que ela havia se apaixonado, com certeza ela responderia que fora com aquele sorriso, mesmo que só tivesse admitido o que sentia depois de quatro meses e pelo menos 8 encontros dos quais Ryan teve que se esforçar para provar que ele não era apenas um rostinho bonito.

Nesse tempo ele também teve que diminuir seu ego. Faith sempre falara que ele se achava demais. No início ele negava, e então ele começou a dar razão a ela quando esta pauta às vezes atrapalhava no relacionamento deles. Principalmente no início que ele achava que era tudo sobre ele, quando, na verdade, era tudo sobre ela.

Seis meses depois, eles estavam oficialmente juntos. Faith havia aprendido a não odiar tanto os Hawks e agora até torcia para o time quando o adversário não eram os Preds, ou se, matematicamente, fosse prejudicar seu time. E isso não significava que ela não fazia de tudo para animar Ryan quando eles perdiam.

A rivalidade era apenas no gelo porque, fora dele, seu coração pertencia a Ryan Hartman.

E justamente por isso ela estava dividida naquele abril.

Na primeira rodada dos Playoffs, Chicago Blackhawks enfrentariam os Nashville Predators. Ryan havia pedido para que ela o apoiasse todas as vezes, mas ela jamais trairia seu time.

E ele a entendia. Com certeza também faria a mesma escolha.

E era por isso que, se ele ia ter que aprender a dividir o coração de Faith com os rivais, faria questão de fazê-la feliz.