Prazer, medo e suspense... - Parte 02 (Final)

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Julgando José pronto, o ser mascarado passa a lhe foder com tanta fúria que o pau ereto de José esguicha jatos esbranquiçados a melar as plantas secas de uma lápide que a cegueira de José não o deixou ver.

O êxtase de José não coincide com o do estranho parceiro que esfola o rabo guloso do rapaz recém desperto após a primeira gozada. José rebola forte, morde com o cú o caralho imenso, grita desesperado, apanha com força, numa violência enlouquecedora.

Seus joelhos estão arranhados, um deles sangra, seu estranho sem esforço senta-se a mureta e faz José fincar-se em sua estaca depravada, que parece engrossar cada vez mais.

José fica sempre de costas para o estranho, seus olhos se deparam novamente com a plateia sinistra e imóvel que nem parece ser composta por seres vivos. Com as mãos em sua cintura o mascarado o faz quicar e de novo a pica rija do rapaz, aponta como se mirasse um novo alvo onde seus esguichos leitosos fossem alcançar.

A cavalgada o leva a exaustão, seu orgasmo vem um momento antes de seu corpo perder as forçar, seus gemidos não saem, seus lábios não se movem, seus olhos vidram e por fim o gozo do estranho vem junto ao seu, ele ouve uma voz muito conhecida que geme em seu ouvido, não é um gemido é um urro estremecedor, José está prestes a dizer um nome, mas apaga antes disso.

Os olhos perturbados e sem foco de José se abrem, deparando-se com um grande homem a lhe trocar o soro no hospital.

- O que houve?

- Você foi encontrado pelado no cemitério.

O homem sorri sinistramente.

- Fui violentado. Isso ninguém notou?

- Não há sinais de violência em seu corpo, mas o delegado está vindo aí, você conta essa estorinha para ele. Quem lhe encontrou foi o coveiro, ficou com medo de ser abusado quando você acordasse que chamou a polícia e te largaram aqui.

- Sério, fui estuprado, tinha gente de máscaras, um cara grande me abusou até que eu desmaiasse, me examine direito, vão encontrar vestígios dele em algum lugar.

- Você passou por vários exames, ficou desacordado três dias e quase viramos você do avesso, para ter certeza que não estava drogado.

- Ahaha. – José ri, mas é de pura raiva, preferindo estar no outro pesadelo do que no hospital com o médico que usa com ele um sarcasmo exagerado. – Nunca usei drogas na minha vida.

- Então você é um maníaco. Se quer um detalhe ainda mais sórdido, você foi pego se masturbando por diversas testemunhas, pelado de joelhos na mureta e mirando em um túmulo.

- Sei. – José não parece conformado. Pensa que o cidadão é estranho demais para ser um médico. Pior é que terá que explicar o que fazia nu no cemitério, o lugar do qual ele mais sente medo na vida.

Por não ter antecedentes José não ficara preso, mas foi acusado de atentado ao pudor, responderá algum processo em liberdade, sendo solto pelo advogado do cartório onde trabalha, um sujeito que ele sempre achou tão estranho e lhe fez uma boa ação.

Não consegue esquecer da vergonha que passou ao se explicar aos dois agentes que seguravam o riso ao ouvir sua estória estapafúrdia.

José olhava os dedos do delegado e sentiu um calafrio violento, quando achou ter notado um resquício de esmalte escuro na unha do cara. Talvez fosse apenas sujeira.

Qual de verdade era o pesadelo? Ser fodido e gozar num túmulo, ou ser achado pelado, como se tivesse cometido um ato de sonambulismo e saísse para bater uma punheta no cemitério virando motivo de gozação pelo bairro?

Coleção de Contos CarochinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora