Diferentes Mas Iguais

Capítulo 33

Depois de muito tempo, após muita conversa, resolvi dizer uma coisa ao Moisés.

Anna:- Amor..

Moisés:- Fale!

Anna:- Eu hoje fui na casa do Jeferson. Ele estava muito machucado. Acredita que ele foi espancado ontem?

Moisés:- Ah... É mesmo?

Anna:- Pois é. Aí eu hoje cuidei dele e, achamos melhor tentarmos descobrir quem o espancou.

Moisés:- Não!

Estranhei a atitude dele. Geralmente ele me apoiaria e até se ofereceria para ajudar.

Anna:- Não?

Moisés:- Amor, pode ser perigoso. E se esse cara quiser te bater também?

Anna:- Amor, está tudo bem. Nos vamos só ver o número dele. Se um de nós conhecermos, vamos entregar o nome a polícia. Se não, entregaremos o número.

Ele ficou pálido no mesmo instante. Estranhei ele ter ficado tão estranho com a minha opção.

Anna:- Você está bem? Está pálido.

Moisés:- Sim eu... Estou bem! Vamos? Vou levar você para minha casa.

Anna:- Eu preciso passar em casa antes. Pode deixar que vou de carro para sua casa depois. Deixe-me só na porta de casa.

Ele afirmou, juntamos as coisas e fomos embora. Fomos caminhando lentamente, de mãos dadas, até minha casa. Nos despedimos e entrei em casa correndo.

Tomei um banho rápido, me vesti e fui de carro para a casa de Jeferson. Além de ver como ele se encontrava agora, eu veria qual era o número do cara que o espancou.

Chegando em frente à casa dele, peguei as chaves que ele me deu e entrei.

Anna:- Jeferson?

Ele apareceu na porta da cozinha e sorriu.

Jeferson:- A quê devo a honra de tal visita?

Anna:- Hum, seu besta! Eu vim ver como estão esses machucados e vim ver também o número do espancador.

Jeferson:- Os machucados estão melhores. Muito obrigado!

Dei um abraço nele e ele deu um leve gemido de dor.

Anna:- Desculpe..

Jeferson:- Nada. Vamos ver o número desse espancador.

Sentamos no sofá e ele pegou o número do homem.

Anna:- Deixa eu ver se tenho na minha agenda de contatos.

Digitei o número e apareceu um contato. "Moisés".

Jeferson:- E aí?

Mostrei o celular para ele sem acreditar. Como assim... Moisés?!

Jeferson:- Pera aí.. Moisés não é aquele seu namoradinho?

Anna:- Não... Não pode ser ele! Alguém deve ter pegue o celular emprestado e mando a mensagem. É, pode ser isso.

Jeferson:- Anna, presta atenção: por que alguém pegaria o número de outra pessoa?

Anna:- Para não ser incriminada!

Jeferson:- Mas por que pegaria logo o número do seu namorado?

Abri a boca para falar mas não falei nada. Eu não tinha uma controvérsia para isso. Mas...

Anna:- Ele não parecia ter lhe espancado por ciúmes? Provavelmente pegou o número do Moisés para que pensássemos que era exatamente ele! Mas Moisés não é ciumento.

Jeferson:- Então... Vamos fazer um último teste? Traz o Moisés aqui amanhã. Eu vou ouvir a voz dele e comparar com a do espancador. Está tudo bem para você?

Anna:- Está bem. Eu vou perguntar se conseguiu fazer aquilo. Você vai saber o que é, ele não. Ok?!

Jeferson:- Ok.

Anna:- Agora preciso ir em casa e depois na casa do Moisés.

Dei um beijo em sua testa e saí correndo. Passei em casa, peguei as coisas para o dia seguinte e fui para a casa de Moisés. No meio do percurso, ele me ligou. Lembrei do que vi na casa do Jeferson e ignorei a ligação.

Cheguei logo que o celular parou de tocar. Toquei a campainha e ele logo abriu.

Moisés:- Oh, amor... Eu acabei de te ligar.

Anna:- Eu sei. Eu estava dirigindo.

Abracei-o forte, tentando não acreditar no que vi. Com certeza não era ele.

Moisés:- Que perfume é esse?

Opa! Acho que o cheiro do Jeferson havia ficado em mim. Eu não mentiria para ele, nunca!

Anna:- Eu vim da casa do Jeferson. Fui ver como ele estava e ver o número do espancador.

Moisés:- Anna, já falei que é perigoso. Não faça isso!

Anna:- E quem disse que sou mulher que obedece um homem que não seja meu pai?

Moisés:- Anna, quer dizer que você vai seguir contra minha vontade?

Anna:- Moisés, quero dizer que eu vou continuar pra ajudar um amigo meu! Não é uma vontadezinha sua que vai me fazer parar.

Ele fechou a cara e foi para a sala sem falar mais nada.

Anna:- Qual a programação de hoje?

Moisés:- Só consegui pensar em filme.

Anna:- Ótimo. Amo ver filme com você.

Moisés:- Escolhe um desses que vou fazer pipoca.

Ele saiu para a cozinha e eu fui escolher o filme. Tinha tantos bons... Fiquei tentando decidir qual eu escolheria e Moisés voltou.

Moisés:- E aí? Já escolheu?

Anna:- Estou tentando decidir qual desses. Me ajuda?

Continuei olhando alguns enquanto ele ajoelhou, mexeu em uns e pegou um.

Moisés:- Pode ser esse mesmo.

Isso está estranho. Ele ficou bravo.

Anna:- Ei.- aproximo-me.- Está bravo comigo?

Moisés:- Eu? Não.

Anna:- Moisés... Você está bravo comigo. Por quê?

Ele respirou fundo e abaixou a cabeça. Abracei-o por trás e ele segurou minhas mãos.

Moisés:- Desculpa... Eu fiquei meio irritado por você seguir em procurar o cara. Isso não vai acabar bem, eu sei disso. Por favor, meu amor, pare.

Anna:- Moisés, não posso simplesmente parar de ajudar meu amigo. Um cara o espancou e está por aí. Eu preciso ajudar a prendê-lo. Entenda...

Ele não falou nada por alguns segundos. De repente, virou-se para mim e me beijou. Beijou como nunca havia beijado na vida. Quando fomos ficando sem fôlego, ele parou e olhou-me.

Moisés:- Se você quer, tudo bem. Não vou mais ficar contra. É bom mesmo prender o idiota que fez isso. Aliás, seria bom se fizessem b.o.

Anna:- Vamos fazer assim que descobrirmos quem é. E... Obrigada, amor.

Ele sorriu meio triste e colocou o filme. Sentamos no sofá e ficamos assistindo até que ele começou a provocar um pouco.

No meio do filme, ele se inclinou para mim e começou a beijar meu pescoço. Eu ri e tentei sair de perto.

Anna:- Parou. Chega!

Moisés:- Não estou fazendo nada demais.

Anna:- Mas eu sei o que você quer!

Moisés:- Quero agradar a melhor namorada do mundo no nosso aniversário de namoro. Não posso?

Anna:- Você já me agrada fora do aniversário de namoro.

Dei um beijo nele e o puxei para que deitasse no meu peito. Ficamos assistindo filmes até acabarmos dormindo no sofá.