Moisés narrando
Não!
Essa resposta feriu-me como milhões de facas em meu coração. Uma dor insuportável! Mas eu devia aceitar que essa era a verdade! A Anna jogou em minha face a verdade nua e crua: meu amor não é correspondido!
Sentamo-nos a mesa para tomar café. As duas seguraram em minhas mãos, fizeram uma oração e, finalmente, comemos a primeira refeição do dia.
Dona Letícia:- Então, rapaz, conte-me sobre sua vida!
Anna:- Mamãe!
Moisés:- Bom, dona Letícia -começo, atropelando o que Anna tentou interferir.-, eu sou sobrinho de um padre, não tenho muito contato com familiares pois todos odeiam-me, trabalho na livraria... Minha vida não há muito o que contar e pouco se importam comigo.
Dona Letícia:- Não há muito para contar ou você não quer pensar um pouco? Todos temos grandes feitos na vida...
Moisés:- Meu maior feito foi uma verdadeira burrada um pouco recente.
Dona Letícia:- E qual seria?
Moisés:- Eu arrumei a paixão mais impossível de todas! Apaixonei-me por uma menina mais nova, que não tem o mesmo sentimento por mim e jogou a verdade na minha cara quando perguntei sobre isso a ela. Ela disse que não! Simplesmente. E, agora, controlo uma dor que consome-me.- olho de rabo de olho para Anna.
Ela mantém os olhos no café da manhã, ouvindo atentamente o que digo e comendo.
Anna:- Tenho certeza que ela só quis ser direta e não lhe magoar.
Moisés:- Mas não acha que ela poderia ter sido um pouco mais delicada com os meus sentimentos? Até mesmo pelo o que eu havia feito por ela na noite anterior.
Anna:- Talvez ela não tivesse alternativas! Talvez ela só quisesse adiar um pouco a resposta para pensar e esteja bem confusa com os próprios sentimentos, Moisés!
Moisés:- Então por que ela não disse que "achava que não"?
Anna:- Eu não sei! Mas eu sei que você deveria tentar intender o lado dela!
Ela se levanta, pede licença e sai da mesa. Respiro bem fundo e a mãe dela somente nos observava.
Dona Letícia:- Eu acho que você deveria falar com a Anna mais tarde, deixe-a pensar sobre os sentimentos e considere esse não como um talvez.
Olho surpreso para ela que sorri.
Moisés:- Demos tanta bandeira assim?
Dona Anna:- Ela deu mais que você. Você foi bem.
Termino o café um pouco constrangido pelo acontecimento, comendo muito mal pelo nó em minha garganta e segurando a muito custo o choro.
Após o café, ajudo dona Letícia a tirar a mesa do café.
Moisés:- Eu posso despedir-me da Anna?
Dona Letícia:- Claro. Eu levo você lá para falar com ela.
Ela vai na frente e eu a sigo. Ela bate em uma porta onde diz "Anna Marcela", abre a porta e fala.
Dona Letícia:- Filha? O Moisés quer se despedir de você.
Ela diz que posso entrar. Entro e ela fica a minha espera na porta. A Anna fica deitada na cama, de costas para a porta. Sento na beira da cama e falo.
Moisés:- Eu... Já vou embora Anna.- sem resposta.- Não ganho um abraço?- nada.- Então... Está bem... Eu já vou.
Dou um beijo em seu rosto e saio do quarto. Olho para a mãe dela e dou uma última olhada para a Anna na cama.
Perdi você! Certamente..._ penso.
Saio de lá, despeço-me de dona Letícia e vou embora, a pé. Sinto o coração apertar por ter desistido tão fácil da Anna.
Se eu não tivesse sido tão ba... Idiota, se eu não tivesse dito aquelas coisas... Por que ela não escutou-me quando pedi que me acordasse se eu dormisse?
Moisés:- Parabéns, Moisés! Você agora é um verdadeiro f*****!
Ando para casa o mais rápido possível. Entro, bato a porta e grito com todas as minhas forças. Vou até a a academia que construí em meu terraço e distribuo socos e mais socos em um saco pendurado. (n/a: gente, se alguém souber o nome daquele negócio ou se for esse mesmo, comenta por favor!)
Continuo dando socos, enquanto grito. Começo a ficar cansado, mas continuo. Gotas de suor se formam em minha testa. Meus músculos queimam e tremem com o esforço excessivo. Isso era para tentar acalmar-me.
Paro quando sinto minhas mãos arderem. Começaram a sangrar. Tiro minha blusa, enxugo o suor em minha testa e limpo o sangue em minha mãos.
Moisés:- Merda!
Desço, lavo minhas mãos e vou até meu quarto. Faço uns curativos e eu estava novo! Só por fora... Por dentro, não há o que possa concertar meu coração. Somente Anna.
Decido tomar um banho gelado. Entro no banheiro, tiro minhas roupas e entro no chuveiro gelado tendo que acostumar-me com a água a força!
Saio do banho uma hora depois, enxugo-me e vou para meu quarto. Assim que deito-me, já vestido, as lágrimas que guardava desde o "não" da Anna saem como uma enxurrada.
Durante muito tempo, somente se ouvia meu choro. Parei somente quando ouvi o celular tocando. Pego e vejo quem liga. Anna.
Moisés:- F***-se. Não vou atender ninguém hoje.
Deixo o celular na cômoda e viro-me para o lado contrário. Deixo tocar até desligar. Finalmente silêncio. Fecho meus olhos tentando descansar um pouco, já me bastava de problemas hoje.
O celular volta a tocar, mas atendo dessa vez a Anna que insistentemente ligava-me.
Ligação..
Moisés:- Que merda! Será que não posso ficar em paz, sozinho, um minuto? Sem ter o celular tocando no meu ouvido?
Anna:- Eu só queria saber se você estava...
Moisés:- Bem? Não! Eu estou péssimo! Agora, pode deixar-me em paz hoje?
Anna:- Desculpe-me... Prometo não lhe procurar mais. Qualquer coisa, sabe onde encontrar-me.
Ligação.
Desligo antes que fale mais besteiras a ela. A raiva que eu sentia, foi sumindo e um sentimento de culpa foi crescendo. Respiro fundo e penso que foi melhor assim.
Não, seu idiota! Não foi melhor!
Como sabe melhor que eu o que foi melhor ou não?
Talvez por eu saber o que se passa no seu coração melhor do que você mesmo! Isso não foi melhor! Nunca será! Você verá como ela irá lhe odiar.
O pior, é que eu sei que meu subconsciente está certo.
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Diferentes Mas Iguais
Storie d'amoreEla: evangélica Ele: católico Ela: filha do pastor Ele: sobrinho do padre Ela: sempre na igreja Ele: na maioria das noites, baladas Ela: o ama Ele: a ama OBS: com esta obra, não tenho intenção NENHUMA, repito NENHUMA, em atacar alguma das religiões...