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-Você está de castigo! –Eyvie, basicamente me segura pelo colarinho e me joga dentro do quarto.

-Não pode fazer isso. –Opino, querendo, penosamente, me recompor, mas sei que estou um caco.

-É claro que eu posso. E, -Ele fecha os olhos, apertadamente, depois os abre com um sorriso malvado nos lábios. –Brandon, amanhã sua vida vai mudar. Acredite em mim, vai mudar radicalmente.

Engulo o seco, enquanto ele mostra seus dentes perfeitamente alinhados e excepcionalmente brancos.

Eyvie fecha a porta e um calafrio percorre minha espinha. Não sei ainda o que pensar, ou o que poderia fazer a respeito do que ele me disse.

Como assim minha vida vai mudar? Minha vida?

Vou até o banheiro, tranco a porta e pego meu celular. Preciso urgentemente falar com Igor.

-Esse telefone não pode receber esse tipo de chamada nesse momento...

-Droga! –Resmungo.

Ainda, no banheiro, penso no que Eyvie fará amanhã. Minha vida pode mudar, claro. Mas mudar para melhor ou para pior? Acho que "para melhor" nem devia ser cogitado. Eu agredi ele na festa da... argh! - da namorada dele. Eyvie era de caráter cético, além de ser egocêntrico. O que eu fiz hoje não vai sair impune!

 O que eu fiz hoje não vai sair impune!

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Não dormi direito pensando no dia D, e quando chegou, rezei para poder voltar no tempo

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Não dormi direito pensando no dia D, e quando chegou, rezei para poder voltar no tempo.

Saio do quarto, ainda receoso. Espero a todo momento armadilhas, ou alguém querendo vim me atacar. Um ninja, por que não?

A casa continua silenciosa. Tenebrosamente receosa, de forma que consigo ouvir minha respiração, meu coração bater, e até mesmo meu intestino trabalhar.

Desço as escadas, devagar.

Nada de ninjas ainda...

-Brandon!

-AAAAHHH! -Grito assustado e uso meus braços para proteger meu rosto.

-Calma. -A voz continua. É feminina.

Retiro os braços da frente do rosto e vejo Cassandra.

-Só vim aqui dizer que o café está esfriando. -Ela me olha, com sua cara irrita. Sempre irritada.

-Cadê Eyvie?

-No trabalho, claro! -Ela arqueia a sobrancelha. -Vá tomar o café. Ele deixou algumas ordens antes de ir...

-Tá. -Engulo o seco. Ordens?

Tento não pensar em mais nada, apenas me concentrar no meu café. Não posso começar a surtar. Essas ordens que Eyvie deixou são tipo "Ordens de Tortura"?

Não. -Balanço a cabeça. -Esquece isso, Brandon. Esquece isso...

-Já? -Cassandra surge.

Olho o prato. Vazio. Droga, eu não quero ouvir essas ordens.

-Acho que...

-Ótimo. -Ela me corta, seca. -Levanta e vamos até o escritório dele.

-O laboratório, você quer dizer. -Digo e tremo. Aquele lugar era o pior lugar da casa. Minha mãe trabalhava lá antes de falecer, mas, como todo o resto, ele se apossou daquele cômodo também.

Cassandra não precisa chamar, eu já a sigo pelas escadas em direção do escritório. Não entrava com frequência lá. Na verdade não lembro a última vez em que entrei. Faz muito tempo.

Quando Cassandra gira a maçaneta, meus pelos se eriçam. Sem pressão. Fica calmo, Brandon!

Entro e o clima anormal parece me atingir. Não, aquilo não era um escritório normal. Ele havia colocado prateleiras de ferro com rodinhas em um canto, assim como uma mesa de ferro. Potes de vidro, com líquidos estranhos estavam preenchendo as prateleiras. Verde, vermelho, azul, e muitas outras substâncias de cores diferentes.

-Vem logo! -Cassandra chama até a mesa.

Sigo até lá, mas paro ao ver uma cabeça de estátua, toda espelhada.

-O que é isso?

-Não toque! Eyvie ama essa cabeça!

-Ele fala com ela? -Pergunto, até preocupado.

-As vezes. -Ela da de ombros. -Aqui está o papel que ele deixou as ordens. Quer ler ou eu leio?

-Leia, por favor. -Peço.

Ela nem espera eu me preparar e já começa a primeira linha:

-Brandon, por desacato à mim em local público, falei com psicólogos e a maneira mais rápida de entendermos você e essa sua revolta comigo seriam levando-o a um colégio interno, onde eles poderiam ajudar você. Dito isso, arrume suas malas e vá para a cidade vizinha, onde o CIES- Colégio Interno Elisso Santos irá recebe-lo. Cassandra, o acompanhe e blá-blá-blá! -Cassandra para. -Já entendeu, não é? Pegue pijaminha e escovinha, você vai viajar.

Não esboço reação alguma enquanto ela diz, mas então as palavras começam a girar pela minha cabeça. Colégio interno. Longe daqui. Ele conseguiu o que queria!

Me viro e saio andando, sem motivação alguma.

Como pude deixar isso acontecer? Meu pai ficaria bem triste se visse o que está acontecendo comigo agora. Eu mesmo já estou ficando triste demais e nem começou o real pesadelo

Branco de Neve (Branca De Neve EM2)Onde histórias criam vida. Descubra agora