Capítulo 11

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BH narrando:

Que porra eu fiz? Logo eu que não queria mulher nenhuma em minha vida! Só pode ser ironia mesmo! Eu não queria nenhuma e me aparece duas!

A coisa minúscula era a cópia da mãe, cabelos escuros, pele clara, mas eu ainda não vi a cor de seus olhos.

Minha cabeça estava a mil! 1001 coisas se passavam em minha cabeça. Eu ainda não queria aquela coisinha pequena. Mas eu também não queria mata-la, afinal, ela não tem nem meia hora de vida!

Meu subconsciente falava que o certo era mata-la enquanto ainda era pequena e estava em minha frente, mas outra voz dizia que ela tinha o direito de viver e que isso seria muito errado. No meio a tantas vozes, eu escutei a de Kemyly.

Kemyly: É... Uma... menina. -Diz em meio a um choro e a aperta em seus braços.

Em cima de um caixote está a solução para o meu problema. A minha arma. Mas será que essa seria mesmo a solução? Eu não poderia simplesmente deixa-la em um orfanato? Mas... Abandona-la? É isso mesmo que eu quero fazer?

Saio dos meus desvaneio e volto a minha atenção para Kemyly. Ela parece exausta. Está ajeitando sua blusa, ela estava amamentando. Ela perdeu muito sangue. Seu vestido deixou um tom claro por um vermelho berrante, o chão também ganhou um tom forte.

Kemyly: Bruno... - Me chama quase que em um sussurro. Eu exito, mas me aproximo dela.

Kemyly: Eu não vou aguentar... Tou muito fraca... - Várias lágrimas brotaram de seus olhos.

BH: Você vai! Você já aguentou muita coisa... Até demais.

Uma devassidão de remorsos me atinge em cheio. Fiz muitas coisas ruim pra ela. E por incrível que pareça, eu axo que estou me arrependendo.

Kemyly: Eu quero...que você...me prometa uma coisa.

BH: Deixa de drama Kemyly! Não vai te acontecer nada! Os meninos da qui a pouco encostam aqui!

Kemyly: Mas eu quero... que você prometa! Por favor!

BH: Está bem... Eu prometo.

Kemyly: Eu nem disse o que era ainda...

BH: Não importa. Mas... O que eu prometi mesmo?

Um sorriso se formou em seus lábios, não era como os que eu já avia visto, mas vê um sorriso em seu rosto diante de toda essa situação, já era alguma coisa, mas esse sorriso foi passageiro, tão breve como o cair de uma folha de uma árvore. Sua expressão mudou de alegria para medo.

Kemyly: Você prometeu...cuidar dela. - E ajeitou a criança em seus braços.

Eu me sentei em sua frente e fiquei olhando para aquela miniatura de pessoa em seus braços.

Kemyly: Por favor BH... Ela só tem a nós! - Ela estava desesperada e eu sem palavras, divido entre várias vozes que gritavam em minha cabeça.

Sem palavras para falar nada, eu apenas me aproximei dela e a abracei. Algum tempo depois , eu senti seus braços ficando mole.

BH: Kemyly? - Ela não respondeu.

Eu fiquei preocupado, fiquei de frente pra ela e dei uns tapinhas em seu rosto com dificuldade ela abriu os olhos e sorriu.

Kemyly: Cuida dela... - Sussurrou pra mim e tornou a fechar os olhos.

BH: Kemyly?! Eii! Não faz isso Kemyly!

Lágrimas desceram pelo meu rosto , era a primeira vez em muito tempo que eu chorava por alguém .

Eu estava com raiva. Raiva dessa criança que tá fazendo a Kemyly sofrer, raiva dos meninos que ainda não chegaram e raiva de mim que causou tudo isso.

Minha vontade era de matar qualquer um que aparece em minha frente, ver a Kemyly daquele jeito e não poder fazer nada, me corroía por dentro.

A menina começou a se mexer nos braços dela, então, antes que eu fizesse algo que poderia me arrepender depois,me levantei e fui em direção a saída.

Me sentei na calçada e fiquei lembrando dos nossos momentos, de tudo que passamos juntos. Ela era uma pessoa forte, em meio a tantas lágrimas ela sempre me vinha depois com um sorriso.

Lembrei de nossa primeira vez, de como eu a machuquei e sorri quando lembrei da joelhada que ela me deu como forma de vingança.

Lembrei da vez que ela foi lá no meu antigo quarto vê se eu estava bem, mesmo depois deu tê-la machucado.

Fechei os olhos e me afoguei em lembranças, pela primeira vez eu senti medo. Medo de não vê mais aquele sorriso, medo de não tê-la mas em meus braços, medo de tê-la perdido.

Após alguns minutos, esculto barulho de carros e logo uns 15 carros estacionam perto de onde eu estava. Eu queria poder dizer que eles chegaram tarde, eu queria da um tiro na testa de cada um deles, mas minha arma estava lá dentro do galpão.

Esculto os meninos se aproximando de mim, abro os meus olhos e vejo Menor, Gabriel, Ricardo e sorriso me encarando.

Menor: BH... - Ele estava me fitando , eu não precisava falar nada, minhas roupas sujas de sangue e meu rosto molhado de lágrimas já falavam por mim.

Ricardo: Cadê ela? - fiz um breve sinal com a cabeça apontando para dentro do galpão e os quatro correram para dentro. Passado algum tempo, vejo Ricardo e sorriso a carregando nos braços para dentro de um dos carros, Menor chega perto de mim e fala algo, mas eu não esculto.

Meus olhos e minha atenção, estão voltados para aquela mulher que está se indo nos braços deles. Quando o carro se vai, alguém me sacode, olho pro lado e vejo Menor sem camisa e com algo que eu presumo ser a criança enrolada nela.

Me levanto e entro em um dos carros, vejo Menor entrando em outro com a criança e eu vou direto para casa.

                               ***

Chegando em casa , ninguém falou nada comigo, eu apenas entrei e subi para o meu quarto. Me deitei na cama e fitei o teto.

BH: Sai hoje da qui, esperando trazer alegria para essa casa, eu esperava voltar com ela, mas voltei com lágrimas nos olhos e uma incerteza , eu só quero você de volta... Eu... Te amo Kemyly!

Chorei!
Capítulo emocionante não?

Deixa eu contar um segredo a vocês: Isso é só o começo!

Selva De PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora