Capítulo 18

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Nick narrando •

Acho que depois do que aconteceu com a minha esposa, nunca fiquei em pânico como no dia em que Debbie levou o tiro. Se eu chegasse um segundo atrasado ela nem estaria agora aqui. Fiquei desesperado quando ela desmaiou nos meus braços. Passei a noite inteira com ela no Hospital e ela diz-me agora que não vai falar comigo até contar o que me atormenta.

Ela não está a entender o meu lado também. Dói muito ao relembrar o que fiz ou podia ter feito. Confio nela, mas tenho medo se ela não me aceitar depois de eu abrir-me. Faz precisamente hoje um mês que não falo com ela. Somente damos um bom dia ou um até logo e nada mais além disso.

Falei com Mike e ele disse-me que se realmente gostava dela, eu deveria abrir-me. Estou nesse momento a frente da porta do seu apartamento. Suspiro e toco na campainha. Ouço passos e quando abre a porta, ela olha para mim surpresa. Franziu o cenho e antes de falar, ando até ela e seguro a sua nuca e beijo-a com vontade. Ela no início não queria retribuir, mas ao longo do beijo, ficou nas pontas dos pés a mexer no meu cabelo. Esse beijo representou tudo o que queria demonstrar. Saudades, desejo e até paixão.

Acabámos o beijo com vários selinhos. Juntamos as nossas testas a tentar recuperar as nossas respirações. Ela afasta-se e pergunta-me:

- O que fazes aqui, Nick? - diz já entrando dentro do seu apartamento -

Entro também e fecho a porta. Vejo-a a caminhar até o sofá e sentando-se no mesmo. Só agora que reparei que ela estava somente de short e de camisa de mangas cumpridas tudo da cor preta e ela estava sem os seus sapatos.

- Vejo que já tiraste o imobilizador.

- Sim, tirei-o hoje de manhã. - suspira colocando a mão na cabeça em sinal de cansaço - Nick, eu fui bem clara quando te disse que não falaria contigo até decidires se vais ou não contar-me da tua vida. Se estou a pressionar-te desculpa, mas eu não quero magoar-me. - diz levantando-se - Por favor, vai embora.

- Deixa-me falar. - digo e ela assente sentando-se novamente no sofá -

Sento-me ao seu lado e digo:

- É bem mais complicado do que tu imaginas, Debbie.

Ela suspira e pega minha mão com força com intuíto de passar-me segurança.

- Estou aqui somente para ouvir-te, Nick e não para julgar-te. Sei que fui meio precipitada ao dizer que não falaria contigo até me contares o que se passa, mas sinto que mereço saber se és casado realmente. Eu não quero começar uma relação baseada numa mentira.

- Eu entendo e peço desculpas pelo meu comportamento este tempo todo. É que é um assunto bem doloroso para mim e eu sempre tento evitar tocar nele.

Ela assente. Suspiro e digo:

- Eu era casado, como já sabias. O nome da minha esposa era Anna.

- Era? - pergunta confusa -

- Já vou chegar lá.

Ela sorri fraco e continuo:

- Como estava dizendo, ela chamava-se Anna. Ela era linda e extraodinária. Vocês as duas são bem parecidas, fisicamente e interiormente. Ela não deixava ninguém falar mal dela a sua frente, como tu no dia em que conhecemos. - rimos - Naquela época, Mike era meu parceiro, mas como ele foi promovido fiquei sem parceiro e depois disso ela apareceu na minha vida. Isso foi mais ou menos há 5 anos atrás. Posso até dizer que foi amor à primeira vista. Depois disso, começamos a relacionarmos até que eu pedi ela em casamento. Tudo estava a decorrer lindamente...

My Dear Nick Onde histórias criam vida. Descubra agora