Capítulo 22

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Debbie narrando •

Meses se passaram e continuei a minha investigação sobre o Antonio e não encontrei nada relevante. Confesso que estou frustrada por não ter encontrado nada. Se calhar era um bom sinal isso.

Estava tão concentrada no meu computador, que assustei-me quando a campainha tocou. Vou até a porta e vejo pelo olho o mágico que era Nick. Nós não tínhamos combinado de encontrarmo-nos hoje. Abro a porta e Nick passa por mim entrando furioso e dirigindo até a sala de estar. Fecho a porta com o cenho franzido e caminho até ele estranhando a sua atitude. Ele fica a andar pela sala a mexer no cabelo.

- O que aconteceu, Nick? - digo parando a sua frente -

- Porquê? - diz num sussuro -

- Eu não estou a entender, Nick.

- Por que mentiste para mim?

- Eu menti sobre o quê?

- Sobre estares a investigar todos esses meses o Antonio Diaz!

Ao ouvir isso meu coração gela. Como ele descobriu isso?

- Eu não menti. Eu omiti. - digo abaixando o olhar -

- É a mesma coisa, Debbie! Lembro-me muito bem de te ter perguntado se sabias alguma coisa sobre o Antonio que eu não saiba e me disseste que não!

É a primeira vez que ele chama-me pelo o meu apelido e não aquele que ele deu-me, mia stella.

- Desculpa, Nick. Eu não queria ter mentido, mas sabia que se eu não o fizesse, de certeza me ias impedir de continuar a investigar.

- Claro que te impediria! Este sujeito é perigoso, mais do que imaginas.

- Nick... Eu sinto que tem mais sobre o Antonio que nós os dois não sabemos e é isso que pretendo descobrir.

- Mais um motivo que devias me contar. Eu sou o teu parceiro por um motivo: te ajudar em qualquer circunstância.

Suspiro ao vê-lo passar a mão no cabelo frustrado.

- Nick... - sussuro - Me perdoa.

- Eu já perdi alguém que eu gosto por pessoas tal igual ao Antonio. Não vou sentar-me aqui e ver isso a acontecer novamente.

Podia ver claramente que ele estava a se sentir traído e magoado.

- Como descobriste?

- Isso não é o mais importante agora, Debbie. - diz dando um longo suspiro - Eu preciso de um tempo.

- Nick, não faz isso. - digo tentando colocar as minhas mãos em seu rosto -

Ele desvia do afeto e caminha até a porta saindo sem olhar para trás. Sento-me no sofá passando a mão no cabelo.

A campainha toca e eu franzo o cenho. Caminho até a porta com esperança de que seja Nick. Abro a mesma e sinto um empurrão e caio no chão. Levanto-me rapidamente e vejo um homem encapuzado a minha frente. Vejo que ele tem algo na mão, mas não consigo identificar porque ele vem para cima de mim.

Caio no chão com ele em cima de mim e dou uma cabeçada nele e vejo que ele fica tonto por alguns segundos. Ele levanta e eu também. Tentou dar-me um soco, mas sou mais rápida e dou a ele. Vejo que ficou zangado porque ele vem correndo e caímos juntos sobre a mesa do centro que era feita de vidro. Sinto algo a arder, mas não importo-me.

Ele senta em meu colo e pega no meu pescoço apertando o mesmo com força. Sinto o ar a ir embora e tento apanhar um objeto que ficava sobre a mesa acertando-lhe na cabeça. Fico a tossir por causa do aperto do meu pescoço. Ele levanta e pega-me no braço encostando-me na parede e vejo na sua mão um pano. Dou uma joelhada no meio das suas pernas e ele abaixa-se pela dor e dou uma cotovelada nas suas costas e ele cai por completo no chão.

Aproveitando-se da situação, ele pega-me no pé e caio no chão. Ele dá-me um soco que fico tonta. Ouço passos de uma outra pessoa e ela pega o pano que estava no chão colocando no meu nariz. Tento lutar, mas sinto as minhas forças a esvaziarem-se lentamente e sinto os meus olhos a fecharem-se.



(...)



Acordo pelos gritos de uma pessoa. Ouço somente a gritar:

- EU TE DISSE PARA NÃO A MAGOARES E OLHA O QUE FIZESTE!

Dito isso, ouço som de um tiro. Tento abrir os olhos, mas a luz não me deixa. Sinto os meus pés e as minhas mãos amarrados com uma fita adesiva como a minha boca. Estou deitada numa cama nada confortável e ouço a porta a abrir, mas não consigo abrir os olhos. A pessoa abaixa-se e fica a brincar no meu cabelo.

- Ah, minha bonequinha. Estou sendo obrigado a fazer isso. - sussura a pessoa e depois vai-se embora -

Depois dela ter saído, tento abrir os olhos e vejo que encontro-me num quarto pequeno, somente com uma cama e uma cadeira. Sento-me na cama e tento ver ao meu redor. Há uma janela em cima de mim, mas ela encontrava-se com ferro impossibilitando a saída ou entrada de alguém. Bufo irritada. A porta abre-se novamente e arregalo os olhos. A pessoa apanha a cadeira e senta-se a minha frente.

- Olá, Debbie. Tudo bem contigo?

Não digo nada e mesmo que o quisesse fazer, tinha uma fita adesiva na boca. Faço um sinal com os olhos para a minha boca e a pessoa entende que eu quero falar.

- Vou te tirar a fita, mas não adianta gritar.

Assinto e a pessoa tira-me a fita adesiva.

- Eu não ia gritar, pois não sou burra. Como conseguiste sair da prisão, Antonio?

- Tenho os meus truques. - deu de ombros - Subornei alguns dos guardas todos esses meses e aqui estou eu. - sorri - Devem estar agora a procurar-me.

- Como sabes o meu nome?

- Eu sei tudo ao teu respeito, Debbie.

- Por que me sequestraste? Por te ter prendido? É uma vingança?

- Calma, muitas perguntas de uma só vez. Eu sabia que te conhecia de algum lado quando foste naquele dia no meu quarto de hotel.

- Eu não te conhecia antes daquele dia.

- Mas eu sim, Debbie. E muito bem. Aonde está o teu colar?

Quando ele diz isso, automaticamente ponho a mão no meu pescoço e vejo que o meu colar não se emcontra ali. Deve ter caído quando estava a lutar com aquele cara.

- Se tu sabes tão bem da minha vida, deves saber também o que vai acontecer comigo sem aquele colar.

- É, eu sei, mas não se preocupe que daqui a pouco a pessoa que eu quero, vai vir aqui e alí acertaremos as nossas contas.

Dito isso, ele levanta-se e sai do quarto. Tento controlar as lágrimas que sinto nos meus olhos. Sem aquele colar, a minha vida acabou, literalmente.





27.02.17
RdeF

Happy birthday Petty 🐶
Feliz aniversário Petty 🐶

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