Capítulo 5

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Vários corpos flutuavam sobre eles com uma tempestade de chuva de sangue, partes de corpos humanos rodeavam sua pequena , ela gritou chamando a atenção dos enfermeiros de plantão que logo correram para socorrê-la mas, era apenas um pesadelo, Annabelle saiu do quarto para se refrescar, aquele pesadelo seria algum tipo de alerta dos espíritos, ela precisava falar com o seu marido.

Adélia tinha se despedido dos seus amigos, ela morava a vinte metros da universidade, ligou o auscultador no telemóvel e começou a acompanhar no ritmo da música.

A rua estava movimentada de carros mas poucas pessoas circulavam, uma viatura a seguia mas ela não se importou é comum as pessoas andarem de carro, mal ela sabia que era o seu predador.

Os albinos normalmente são caçados como animais, mas Adélia queria se sentir livre, ela não queria ser a refém do medo, por isso vivia o dia de hoje como se o amanhã não existisse.

Assim como muitos outros albinos que vinham nascendo, ela teve a sorte de ter uma família mais aculturada que a protegia. Mas enganavam todos os que pensavam que somente nas vilas remotas do país que os albinos eram caçados.

Savimbi que há muitos anos procurava piamente o serial killer que matava e esculpia corpos de albinos, sabia que ele era diferente, ele não usava partes de seus corpos para bruxaria.

Adélia continuava a caminhar tranquila, assim que o carro parou à sua direita ela reconheceu, era o seu professor de matemática Mustafá.

Ele a chamou com um sorriso no rosto, apesar de sempre aparentar ser um homem conservador, reservado, sempre foi muito bem respeitado por seus alunos e amigos, que o achavam um excelente professor.

_ Olá Adélia.O que fazes a esta hora na rua sozinha?

_ Senhor professor boa noite. Quis caminhar um pouco. Ela fez sinal com as mãos mostrando que pretendia aproveitar aquela bela noite.

_ Que bom.Que bom. Hoje a noite está mesmo linda mesmo.

_ Pois é, e o senhor? Adélia muitas vezes era chamada por Mrs. Smile por ser muito sorridente.

_ Hoje o dia foi cansativo para mim.Entre que darei-te uma boleia.Mustafá, sorria maleficamente por dentro. Entra logo sua imunda.

Adélia, deu a volta no carro para entrar enquanto ele ria, e contava o que lhe tinha acontecido o dia inteiro.

Os dois conversavam em voz alta e riam, pareciam velhos amigos que acabaram de se reencontrar após muitos anos.

Conversa vai, conversa vem, e ela não tinha notado que estavam indo na direção errada, já era para ela estar em casa mas se empolgou na conversa.

Ao longo do caminho ele aumentou o volume da música e continuou a rir, enquanto uma das suas mãos segurava o volante o outro procurava algo e Adélia ainda estava distraída rindo da piada contada a um minuto atrás.

Mustafá se distraiu na estrada a procurar por algo e deixou o carro passar por cima de um buraco na estrada e o movimento brusco despertou a Adé, ela se assustou com o acontecido, e ficou mais apavorada quando percebeu que estavam muito longe da cidade e que nem tinha sentido o tempo passar. Ela arregalou os olhos, mas ele ficou sério de repente seus olhos mudaram de cor, naquele momento eram negros como o carvão, seu sorisso parecia maior e um brilho de luzes saiam de seus olhos.

_ Professor para onde vamos? Seu corpo começou a suar frio, ela que era tão branca ficou vermelha.

_ Ao paraíso minha linda, ao paraíso. Sua voz saiu lenta e calma.

Adélia começou a gritar por socorro, tentou abrir a porta do carro mas estava trancada e o cinto de segurança também não abria seu corpo começou a tremer, ela berrava.

Estavam próximos a uma cabana na floresta de Vikindu , o medo se intensificou, mas Mustafá se sentia ainda mais eufórico,naquele momento ele começou a rir, uma graça apavorante para Adélia, que o olhava com os olhos arregalados e surpresa, ela pensava , afinal quem é este ser? Algo forte e grosso bateu na sua cabeça fazendo desmaiar.

Ela estava amarrada e amordaçada, ele estava trajado conforme aquela ocasião, colocou uma música enquanto escolhia os utensílios necessários para a operação.

O futuro era certo, mas esperança ainda estava viva. O seu corpo suplicava por socorro já que sua boca não podia.

_ Não. Não. Tu não podes rezar para Deus, ele mandou-vos a todos para o inferno, mas vocês insistem em cair na terra. Os homens não param de cair na tentação de cometer pecados por vossa causa.

Anjos não têm emoção, não falam, não têm inteligência, anjos não existem, ingênuos são aqueles que acreditam na vossa santidade e perdem as suas almas para o vosso rei. Jesus expulsou demônios e deu autoridade aos discípulos sobre espíritos imundos para expelir.

Ele pegou na bíblia e começou a orar, depois com uma faca pontiaguda ele cortou os pulsos dos pés e das mãos da rapariga, o sangue escorria em cima da mesa num pequeno caminho feito cuidadosamente para não sujarem o chão.





Urbi- Massacre de AlbinosOnde histórias criam vida. Descubra agora