Capítulo 11

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No final de um dia de trabalho Mustafá chegou em casa e encontrou todo mundo agitado, as domésticas corriam de um lado para o outro com bacias de água, pedaços de panos, e sua Ana se encontrava sentada á beira da cama aos prantos.

Ele largou tudo no chão e correu para perto dela, sua filha tinha piorado. Por mais que tentavam a febre não baixava, ela não abria os olhos.

Sua condição era muito frágil, por isso devia ser tratada em casa, orientação da pediatra dela, o ambiente mais acolhedor e familiar daria lhe mais confiança e força de lutar, mas nada daquilo estava a adiantar naquele momento. Annabelle pediu ao marido que levassem a menina para a clínica ela já estava assim a bastante tempo. Ele concordou, levantou e pegou um cachecol e passou por cima do ombro da esposa.

Anna correu para pegar as chaves da casa e sua bolsa enquanto Mustafá carregava a menina no colo.

Sua filha estava debilitada o medo de perdê-la estava matando-o por dentro, sua esposa não podia ter mais filhos estava há anos a tentar ter mais um filho.

Na clínica a pequena já tinha sido mobilizada, ficaria em observação por mais alguns dias, por causa da pneumonia.

O casal dirigiu até a cantina para fazerem um lanche e acalmarem os ânimos afinal de contas já não podiam fazer nada se não esperar.

Mustafá começou a sentir-se ansioso, seus pensamentos foram parar naquela moça da conferência, "Son Of The Sun " que ridículos... seu ego pensou e ele gargalhou, a sua esposa percebeu e chamou o atenção fazendo o se disfarçar.

_ Anna nem cheguei a contar-te do meu dia hoje? Disse ele tentando disfarçar a má impressão.

_Sim meu amor. Desculpa não tive tempo de ouvir-te.

_ Não, não preocupes, a nossa filha irá vencer mais esta batalha. Como dói-me saber que tu deixaste a tua vida, tua carreira para cuidares dela. Sou te muito grato por tudo, és a minha vida. Colocou a sua mão sobre o dela e a olhava com muita ternura e nem precisou falar mais, ela já tinha entendido a mensagem.

_ Também amo-te. Agora conta-me como tudo correu. Perguntou Annabelle ansiosa para saber de tudo.

_ A conferência foi ótima. Nunca imaginei que havia uma fundação criada por uma albina.

_ Mustafá, como não sabias. Ela riu... O dia de inauguração foi passado na TV, lembra que chamei-te? Olha que se não fosse pela saúde frágil da nossa menina eu ia lá pedir para ser voluntária.

_ O quê? Jamais permitiria que juntasses àqueles... Ela o interrompeu. _ Aqueles o quê?Mas a voz da Anna suou meiga e calma. _ O que te deu homem? Ela o olhou com repúdio.

Ele sacudiu a cabeça, percebendo que se descuidou.

_ Calma, expressei-me mal. Não gostaria que tu metesses naqueles assuntos. É tão perigoso meu amor.

_ Não tem nada de perigo ali, mas sim pessoas que precisam da nossa ajuda. Ainda não entendo como as pessoas deste país acreditam em tantas barbáries.

_Assim foram programados. Vamos que estou exausto. Mustafá levantou segurando sua esposa pelas mãos. Ele dá-lhe um beijo na testa e uma ideia lhe surge.

Com um sorriso sombrio eles se despedem de sua filha.

_Anna é melhor apressares assim voltaremos para cá mais rápido.

Horas mais tarde Annabelle, voltou para ficar com a filha e o marido ficou em casa.

Ele estava sentado à frente do seu computador. Suas mãos suavam, seu coração tremia e sua respiração estava descontrolada.

Terás de ser corajoso, vamos lá envia essa mensagem.

E, enter, sua mensagem foi enviada.

Feito, agora é esperar a resposta e agir.

 

Urbi- Massacre de AlbinosOnde histórias criam vida. Descubra agora