Savimbi estava em sua sala a analisar cada detalhe da investigação, fotos de todos os albinos vítimas do massacre estavam pregadas num quadro na parede.As vítimas do massacre para feitiçarias e as vítimas do psicopata. Ele parecia nervoso cada olhada nas fotos uma leitura nos depoimento dos familiares das vítimas, por um momento o delegado lembrou de apanhar as fotos feitas pelos peritos no momento em que encontraram os corpos e analisá-los novamente. Abriu o envelope deixado lá para ele, pegou cada foto ali e pregou juntamente com os outros ao lado de cada uma das respetivas vítimas. Ele deu alguns passos para trás e olhou assustado para as fotos, colocou os òculos e olhou de novo, abriu bruscamente a porta e chamou seu colega Marcelo.
_ Marcelo, ajuda-me aqui. O jovem investigador que estava concentrado em frente ao seu computador, olhou para o seu superior:
_ Senhor dê-me dois minutos, acho que temos um suspeito.
_ Então venha logo. Os dois finalmente conseguiram encaixar e peças.
Marcelo de tão apressado que estava para levar as suas conclusões do depoimento ao seu chefe, levantou de uma forma brusca e tropeçou em seus próprios pés, caiu com a cadeira e o teclado do computador. Uma leve onda de dores invadiram suas costas mas mesmo assim ele levantou a mancar retirou o que mandou imprimir na impressora e caminhou na direção a sala do Savimbi enquanto reclamava consigo mesmo, caramba isto dói muito gajo. Dói mesmo, minha coluna já não aguenta tanta pressão.
_ Chefe, antes de qualquer coisa tenho aqui o depoimento de alguns jovens que não quiseram ser identificados, eles disseram que o homem que conduzia o carro que aquela jovem albina assassinada no mês passado entrou era ninguém mais que, o professor Doutor Mustafá Smith. Olha que engraçado um académico. Ele debochou um pouco do tìtulo do psicopata.
O delegado arrebatou das mãos dele os papéis e leu freneticamente cada palavra escrita ali, sua expressão era séria. Após terminar de ler , uma sensação de dúvidas e certezas invadiram a sua mente, virou para falar com o jovem investigador que estava parado com as mãos na cintura como se visse algo extraordinariamente medonho.
_ O que tanto vês aì?
_ O senhor viu a mesmo coisa que estou a ver agora?
_ Me diz logo o que vês porra.
_ Senhor olha sò, ele apontava seu dedo para cada foto ali e explicava. Esta foto aqui o corpo foi montado igual a uma cruz, esta outra o jovem foi crucificado igual Jesus Cristo. Olha este aqui parece um animal com chifres seria uma vaca, uma veado , mas esta não tenho dùvidas è um dragão. Cada uma delas tem uma passagem bíblica sobre o fim dos tempos o Apocalipse.
_ Meu Deus Marcelo, esse homem não está a matar pessoas, ele está a matar somente albinos porque acha que eles são demônios, por isso as passagens bíblicas.
_ Sim mas, porque motivo?
_ Não sei, é como se ele quisesse culpá-los de alguma coisa.
_ Senhor se este professor è realmente o assassino que procuramos temos um problema sério.
_ O quê è?
_ Ele trabalha na fundação da Urbi.
_ Que canalha, tenho que chamar a Urbi e avisá-la da nossa suspeita.
Marcelo era ótimo com as investigações, nunca errou um suspeito, só lamentava o fato de muitas vezes eles fugirem antes de serem pegos. Ele já teve a oportunidade de ser aluno do professor psicopata por isso não duvidou nem um segundo que ele possa realmente ser o assassino em série. Ele duvidava de pessoas muito atenciosas mas que mudam de humor repentinamente. Já mandou para a prisão vários psicopatas e não tinha dúvidas que aquele homem era o culpado. Marcelo deixou Savimbi sair para avisar da suspeita a Urbi e ele sentou no seu computador para estudar mais um pouco aquele caso, não deixaria nem uma pista escapar. Ele falava consigo mesmo, vamos lá Mustafá me dê mais uma pista, me dê um sinal seu desgraçado, não podes ser mais inteligente do que eu, senão meus anos de estudos podem ir para o lixo. Esse desgraçado não vai me escapar.
***
Mesas fartas com diversos pratos típicos do país, feitos por mulheres da comunidade, biryani,pilau rice,curry de polvo,zanzibar mix, muitas bebidas incluindo chás e sucos naturais. Tudo ao som das músicas tradicionais tocadas por um grupo de músicos locais, enquanto que um grupo de jovens da casa de apoio aos Albinos dançavam alegres.
Já fora da casa nos jardins os mais velhos estavam todos sentados à volta de uma fogueira, enquanto uns conversavam entre si, outros elogiavam as mulheres do mercado por terem unidos e salvarem a jovem Alia. Urbi, Anelisse, Juan, Saicu e Mustafá estavam todos sentados na mesma fileira um ao lado do outro, as crianças corriam de um lado para o outro enquanto eram observadas friamente por Mustafá.
A tarde estava mesmo muito animada, dançavam, conversavam e comiam enquanto o Sol se punha, a felicidade era grande, uma vila com a maioria albina e finalmente viam um pouco de esperança para aqueles jovens. Juan começara a pensar em colocá-los na escola depois de tantos anos escondidos, ainda que no fundo sentia medo e temia pela segurança de cada um deles, ele sabia que não podiam viver escondidos para sempre,uma hora ou outra teriam de enfrentar a dura realidade e lutar pelas suas vidas e não havia melhor hora que aquela, por isso resolveu levantar e ter a certeza se realmente estavam seguros se podiam confiar nas pessoas que ali estavam a comer e a beber com eles.
_ Senhores por favor. Juan encarou cada um ali e pediu que continuassem sentados. _ Estando todos aqui, sinto que tenho essa obrigação de saber da vossa parte e entender se realmente as minhas crianças estão seguras. Será que podemos confiar em cada de vocês aqui? Será que eu já posso finalmente morrer em paz porque sei que cuidarão deles? Senhor Frederico achas que já posso mandá-los estudarem na sua escola? Diante de tantas perguntas as pessoas viram que ainda não era o momento para comemorações, porque a situação ainda acarretava cautelas porque nem todos ali podiam ser de confiança mas, ainda assim acreditavam que podiam sim proteger os albinos. O diretor da única escola que tinha naquela vila, fez questão de responder às preocupações do Juan.
_ Mesmo tendo feito as perguntas diretamente para mim, lamento dizer-lhe que a proteção dessas crianças inocentes não dependerá somente de mim mas de toda a vila. Na minha escola eu posso garantir que serão sim bem-vindos e farei tudo o que eu enquanto diretor posso fazer para todos os meus alunos, que sejam respeitados e tratados de forma igual. Juan nós sabemos que não será fa....... interrompido por uma senhora ela disse:
_ Desde menina esta vila sempre foi alvo de ataques daqueles carniceiros. Antes muitos de nós ficavámos com medo deles voltarem para nos matar também então corríamos e escondíamos dentro das nossas casas sem ao menos importar com quem realmente sofria. Muitas vezes eu ouvia gritos de socorro mas ninguém ousava abrir a porta. No dia seguinte todos continuavam em suas rotinas como se nada havia acontecido. Para mim chega de correr , chega de esconder e chega de sermos covardes. Não podemos ter dúvidas, dúvidas numa horas dessas é para os fracos e nós já deixamos essas crianças sofrerem tempo de demais. Agora é o momento de tomarmos atitudes, vamos proteger os albinos, vamos cercar nossas vilas com tudo o que for forte e resistentes vamos ensinar nossos filhos a se defenderem vamos juntar-nos e expulsar todos aqueles que não estão aqui para viverem em paz. Se não for para vivermos em paz e felizes então que morramos todos. _ Olhem para eles, são inocentes, não têm culpa de nascerem assim, são humanos como nós. Merecem morrer por causa disso?
Aquelas palavras foram alvos de muitos aplausos e gritos de viva, o que fez Mustafá fazer cara de nojo, Urbi e Anelisse choravam de tanta emoção. Juan talvez finalmente podia sim descansar um pouco, arejar a cabeça e caminhar tranquilamente pelas ruas com as suas crianças albinas, as pessoas estavam determinadas a acabarem com o massacre naquela vila.
Urbi sentiu tão realizada e saiu um pouco do meio da multidão para dar a ótima notícia para o seu pai e o seu amigo Savimbi. Mustafá também desapareceu do meio daquelas pessoas, enquanto Saicu tentava uma forma de pedir a Anelisse em namoro.
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Urbi- Massacre de Albinos
Mystère / ThrillerEntão os albinos estão condenados a viver na margem para sempre? 2º livro da serie Tráfico Humano. Plágio é crime, obra registada. Atenção não é de domínio público.