O dia estava agitado na aldeia de Nungwi, dois jovens a casar, e as pessoas estavam todas aflitas a andarem de um lado para o outro com os preparativos de casamento.
Crianças e adultos disputavam o mesmo espaço de diversão, alegria, trabalho e muita agitação, como nem tudo é mar de rosas Ravik podia estar no seu último dia.
Um albino de mais ou menos 13 anos, magro de olhos cor de mel. Ravik estava tão alegre quanto as outras crianças,sorriam, arrebatavam guloseimas das mesas e corriam por entre as árvores.Naquele momento ninguém era diferente de ninguém, o medo sempre estava presente nas famílias com uma criança albina, mas haviam dias que as pessoas não se lembravam do terror que certas vezes viviam, ou do desespero de deixaram suas crias sozinhas.
Apesar de tudo, acreditar na paz num país onde seres humanos eram tratados como meros ingredientes é ingenuidade demais. Mas aquelas pessoas estavam felizes naquele momento, mas no fundo eles sabiam que a única coisa que podiam fazer era viver, e viver em alerta, então porque Ravik foi levado? Ninguém sabia talvez só Deus saberia dizer, ele é o primeiro albino da aldeia que desapareceu. Ouviram pessoas a contarem horrores, mas eles ainda não tinham sentido na pele.
Foram três dias de festas, danças e muita fartura,engana-se quem pensa que África é um país com milhares de pessoas a morrerem de fome e a transmitirem doenças, não, além de mais de cinquenta países cada um com a sua cultura, tradição, línguas, economias tem Tanzânia, onde nem tudo é maravilhas mais no sul viviam pessoas felizes, que viviam com fartura e não tinham doença nenhuma até a doença do homem e a ambição atingir-lhes.
Após tudo estar terminado, cada família recolhia suas crianças, mas Nika não encontrava seu menino, a princípio ninguém se preocupou, afinal ele costumava estar na casa da árvore escondido.
Ela saiu de sua casa apressada, amarrou seu pano amarelo florido em volta da sua coxa grossa, sorria e cumprimentava os vizinhos.
Nika chamou por Ravik durante dois minutos, ele podia estar a dormir, então ela decidiu subir e confirmar, aquele miúdo era muito abusado, "fico impressionada com a capacidade dessas crianças de hoje serem tão despreocupadas com os pais" ela falava sozinha enquanto escalava a árvore.
_ Ravi meu filho estás aquí?...Ravi abre esta porta. Ninguém atendia, lá embaixo Sooja passava a correr e viu a mãe de seu amigo na árvore e gritou seu nome.
_ Senhora Nika, boa tarde.
_ Viste o Ravi?
_ Não minha senhora, ele estava no lago ontem á tarde, mas depois nós não o vimos mais.
Onde este miúdo se enfiou, estou a ficar muito preocupada.
_ Está bem, obrigada, tenha um bom dia. Ela desceu da árvore convencida que seu filho podia ter voltado para casa.
Jogavam água um no outro, brincavam com ramo das plantas batendo-as na água. Ravik saiu para arrancar o maior ramo que conseguisse, ele queria ganhar a luta daquela vez. Andou vários metros até encontrar uma trepadeira, pegou numa pedra lisa e começou a serrar o ramo para cortar., e assim que se virou animado para voltar junto dos seus amigos foi atingido com um soco que o fez perder os sentidos.
Horas depois ele acordou amarrado numa cama sua cabeça doía e seu rosto também, tudo estava confuso para ele que ainda tentava entender onde estava e o que tinha acontecido.
A princípio achou que podia ser brincadeira de seus amigos e começou a gritar por eles.
_ Soojaaaa... Linooo...Iiisaah... me tirem daqui estou a ficar com medo.Ele gritava enquanto tentava soltar-se das amarras. Naquele momento ele viu sombra de alguém a chegar e não era uma criança, parecia um homem adulto, alto e bem musculoso.
_ Ei, quem és tu, me tira daqui por favor.
_ Todos falam isso, eu também quero ir para casa. Mas sabes qual o problema, é que matei a minha mãe.
_ Não por favor.
_ Calma nós não iremos te machucar eu só quero uma coisa de ti. Ele falava enquanto abaixava sua calça e dirigia-se para onde o miúdo estava.
Ravik estava assustado de verdade, nunca sentira tal medo, aquele sentimento de pavor, falta de ar, incerteza e pesadelo.
_ O que estás a fazer?
Ele não respondeu simplesmente ria, e depois socou o miúdo novamente, e arrancou suas roupas violentamente , tapou sua boca com um pedaço de pano, enquanto ele tentava se proteger.
A cada movimento do homem Ravi sentia sua energia diminuir, seus músculos estavam ardentes quase a explodir, ele tentava chamar pela sua mãe, mas a voz não saia, até o lindo sorriso dela estava a desaparecer.
_ Chega Abdul, ele não irá aguentar, és um bruto.
_ Deixa me já estou quase.E arfou como um cão.
O rapazinho já não respondia, então Chay chacoalhou-o e depois despejou uma garrafa de água no rosto dele, o que fez ele se mexer ainda delirando, então falou para o colega.
_ Despacha logo com isto, se o perdermos antes de conseguirmos o pedido, olha o prejuízo que teremos.
Abdul pegou um facão, e se aproximou da cama, mas o miúdo continuava ali a delirar.
Atingiu-lhe com facão na perna esquerda, e ele simplesmente gemeu e desmaiou, mas Chay continuou a jogar-lhe água no rosto. Mais um golpe no braço direito e seu peito se esvaziou, a dor era imensa, e seu corpo minúsculo e frágil não aguentou.
_ Tome, mais de dez mil dólares estão aí. O que faremos com o resto?Abdul falava com um grande sorriso na cara.
_ Vendemos as feiticeiras da fronteira, nos renderá uma boa quantia.E não deixes o sangue danificar o sangue deles também vale muito seu imbecil.
Assim os dois seguiram seus caminhos, deixando para trás uma poça de sangue e o que restava do miúdo.
Nika corria ansiosa para confirmar uma cabeça encontrada a boiar no rio, ela parecia uma super mulher corria em alta velocidade e não se cansava, e só parou quando viu aqueles olhos que um dia fora razão de sua vida.
*A pele de um albino na Tanzânia é vendido por 75 mil dólares.
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Bjs
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Urbi- Massacre de Albinos
Mystery / ThrillerEntão os albinos estão condenados a viver na margem para sempre? 2º livro da serie Tráfico Humano. Plágio é crime, obra registada. Atenção não é de domínio público.