O governo da Tanzânia além de investigar com poucos recursos, não investia na consciencialização da população sobre a barbaridade que era matar os albinos para fins supersticiosos, ainda não conseguiam manter seguros essas pessoas que temiam diariamente pelas suas vidas.
Para um assassino todo o dia é dia de festa, mas para Mustafá a madrugada de 4ªfeira não, mesmo sendo um psicopata, ele amava demais sua esposa e filha. Receber a notícia que sua princesa faleceu arrebentou mil portas do inferno dentro dele, lançou toneladas de chamas sobre sua pele, ele não conseguia esconder tamanha dor . Ele gritava, berrava e nem se importava com quem estava por perto,simplesmente queria que aquela dor acabasse. Sua esposa parecia mais calma que ele, ela chegou a admirar tamanho amor que seu marido tinha pela filha.O funeral seria no dia seguinte, 5ª feira a partir das 13 horas, todos os familiares e amigos já tinham sido contatados. Mustafá ainda não se conformava com a perda, na sua mente ele culpava os albinos pela morte da filha, ou talvez seu passado por ter abandonado um filho que nunca chegou a conhecer,todos eram culpados menos a doença que a acometeu.
Para um psicopata qualquer coisa é motivo para matar alguém, qualquer hora é hora de matar,arranjam qualquer desculpas para não sentirem-se culpados porque tudo e todos estão errados menos eles.
Mustafá matava para o seu bel-prazer, ele deixava o lado mais sombrio de um ser humano, um ser desumano.
Mas será que os psicopatas realmente não têm sentimentos?
Ao menos a forma como ele demonstrou que sentiu a dor pela morte de sua filha mostrava o contrário, ele amava-a por isso precisava aliviar a dor e sucumbir-se entre os seus mais obscuro sentimentos dentro dele, de repente sua face, seu olhar mudaram de dor para terror, todos que passavam para lhe cumprimentar ficavam assustados mas, entendiam que era o sofrimento que lhe atormentava mas não. Mustafá estava ansioso para que todos fossem embora e sua esposa fosse dormir para que ele ficasse sozinho com seus planos, àquela noite seria a última noite de muitos, o enterro de sua filha foi mais doloroso do que ele esperava,ver o caixão em que estava o corpo dela ser coberto por um monte de terra fez lhe querer matar todos ali presentes,menos a sua amada Annabelle.Ela sofria tanto quanto ele.
Na manhã seguinte, todos os voluntários da fundação já se encontravam prontos, a Urbi e a Anelisse estavam nervosas porque não sabiam se deviam ou não chamar o professor para saberem se ele realmente iria dar aulas para os alunos da fundação naquele dia ou não.Ela segurava firme o seu telemóvel com um aspeto de dúvida em seu rosto e seus olhos vagavam de um canto ao outro.
Urbi representava a força, a coragem, a luta, o Bolingo. Ela é uma mistura de mulher e Deusa, a força da vontade de todos os albinos, o desejo deles de se verem livres de suas maldições.
Anelisse enquanto jogava no seu telemóvel, ela pensava na sua paixão, Saicu, de repente um sorriso escapou de seus lábios e logo um suspiro. Ela representava o que muito vêm acontecendo em todo o mundo, em momentos de conflitos quem está dentro não olha para o lado, simplesmente ignora o próximo e segue em frente, por isso, há pessoas que vêm de fora que disponibilizam-se para apoiarem, fazerem aquilo que muitos recusam-se a fazer, por isso ela era o símbolo da Solidariedade. Em meios aos seus devaneios, alguém todo atrapalhado entrou na sala, deixando a porta bater com força contra a parede e espantando a todos. Elas assustam-se, e logo perceberam que se tratava do professor Mustafá.
_ Bom dia meninas. Ele colocou sua pasta em cima da mesa abrindo-a retirando alguns papéis entregando alguns para Urbi e Anelisse.
_ Olá professor. Respondeu a Urbi que logo é interrompida pela Anelisse.
_ Não esperávamos que o senhor viesse hoje.
_ Não se preocupem, a morte só é doloroso para quem fica. Vamos para a sala?
Surpresas, elas se entreolharam e seguiram o professor que parecia apressado e diferentemente mais desastrado.
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Urbi- Massacre de Albinos
Misterio / SuspensoEntão os albinos estão condenados a viver na margem para sempre? 2º livro da serie Tráfico Humano. Plágio é crime, obra registada. Atenção não é de domínio público.