Capítulo 21

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Enquanto ele falava para as crianças que estavam cada dia mais felizes,mais espertos e confiantes, porque nunca em tão pouco tempo alguém mostrou importar-se com eles, a criação daquela Fundação para eles foi um grande milagre. O professor Mustafá que estava há alguns meses ajudando, sempre demonstrou simpatia e disponível para ajudar a todos ali. Por mais que a sua vontade de matar era grande ele sabia que cada passo que dava devia ser bem arquitetado, a polícia podia descobrir a sua identidade a qualquer momento e era a última coisa que Mustafá desejava.Ele planeou vingar a morte de sua menina de uma forma grandiosa, deixaria toda a sua dor transparecer, libertaria de toda a sua agonia e finalmente concluiria o que há meses ia planeando.

Urbi e Anelisse estavam satisfeitas com o balanço anual de suas atividades, tinham recebido mais pessoas a procura de informações, aconselhamentos e apoios. Por mais que o Governo negue não existe no mundo melhor forma de investir no desenvolvimento de um país que na educação. Educar é dar a um ser humano a oportunidade de desenvolver,criar,inovar e transformar tudo o que ele vê ,a possibilidade de melhorar em prol de uma comunidade. Levar conhecimento numa comunidade onde as pessoas já estão com um certo tipo de ideologias enraizadas há vários anos era um grande desafio para elas mas conseguiram levar mensagem de igualdade,humanidade a centenas de pessoas diariamente fizeram com que os albinos não sentissem sozinhos.

Em algumas vilas remotas, as pessoas sabiam que era errado matar albinos e vender partes de seus corpos mas, eles não tinham argumento. O massacre estava tão enraizado na cultura de muitos que eles seriam capazes de matar qualquer um que os contrariassem, por isso pessoas de muitas partes do mundo, América, Europa e mais países da África onde tais práticas não acontecem começaram a acreditar naquelas superstições por isso os chamados feiticeiros não pretendiam parar. Vendiam cada amuleto por mais de mil dólares para grandes políticos,empresários internacionais e turistas.

Se antes os albinos se escondiam proque não tinham ninguém para lhes proteger, naquele momento muitos já estavam mais confiantes porque algumas pessoas começaram a juntar para proteger esses seres tão injustiçados.

Juan enviou uma mensagem para Fundação e relatar um acontecimento que deixou a todos emocionados e orgulhosos.

Minhas Queridas

Não tenho palavras para agradecer tamanha alegria que vocês trouxeram para as nossas vidas. Nós sabemos que as coisas não mudam de uma hora para outra mas também devemos reconhecer quando existe mudança boa.

Gostaria de mostrar-vos quão útil e produtivo tem sido o vosso trabalho para proteger os nossos irmãos albinos.

No Sábado passado, Alia nossa irmã de 18 anos que já tinha sido estuprada aos 14 anos pelos tios, com um braço arrancado aos 16 anos e várias outras tentativas de rapto resolveu finalmente sair além dos portões do nosso abrigo. Sim eu sei, é uma maravilha, eu também fiquei feliz quando ela disse-me que queria andar um pouco pela aldeia. Ela saiu sozinha. Ela mesma contou-me que estava tão boa aquela sensação de liberdade que esqueceu que, por aqui sempre tem um grupo de caçadores que ficam rondando o abrigo na esperança de algum de nós se descuidar. Então ela continuou a sua caminhada, algumas pessoas que já a conheciam cumprimentavam e sorriam com ela então podem ver que a menina estava mesmo distraída. Ela parou no ponto de venda de frutas, lá onde tem aquelas senhoras que vendem de tudo um pouco, sentou-se e uma das senhoras lhe ofereceu uma maçã. Conversa vai,conversa vem, dois rapazes apareceram a correr com seus machados em direção a nossa Alia. Assustada ela caiu do banco onde estava sentada, devido a todo o trauma que a mesma já sofreu ela ficou estática não conseguia mexer um dedo.

Em outros momentos provavelmente as pessoas ali, sairiam a correr dali e deixariam a menina a mercê daqueles cães pulguentos mas não, as senhoras, levantaram e tiraram de debaixo de suas bancadas pedaços de paus bem grandes e algumas começaram a atirar pedras contra aqueles malditos caçadores, e olhem que eles ficaram tão assustados e confusos com a atitudes da população que por um segundo pararam a observar o que é que estava a acontecer. (Risos) Só agiram quando a pedra atingiu um deles no meio do rosto, os dois largaram no chão suas armas e correram dali.

A nossa Alia apesar de assustada sentiu-se pela primeira vez a sensação de fazer parte de uma comunidade. É devido a esta grande mudança que amanhã faremos uma pequena comemoração em agradecimento a esse ato de coragem dessa gente que convido todos da Fundação a virem visitar-nos e partilharem este momento connosco em prol da união e finalmente conscienzalisação sobre albinismo.

Contamos com a vossa presença.

Juan Smith

Abraços



Urbi- Massacre de AlbinosOnde histórias criam vida. Descubra agora