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Consegui convencer Jack a me deixar em um bar. Entrei, e vi Gilinsky sentado em um banco em frente ao balcão. Sentei um banco depois do dele. Ele parecia perdido em seus próprios pensamentos, e a expressão dele mostrava não ser algo bom.

-o que vai querer? -o barman perguntou

-ainda estou decidindo, obrigada.

O garçom sorriu e saiu. Depois de algum tempo olhando o cardápio, um homem sentou ao meu lado.

-posso pedir para você?

-não, obrigada. -falei sem ter olhado para a cara do homem

Ele ignorou e chamou o barman.

-duas da de sempre.

Continuei olhando o cardápio, ignorando o homem ao meu lado. O barman voltou e o entregou dois copos.

-pedi um para você.

-gentil, mas não quero.

-só experimenta.

-não estou afim.

Sem se contentar com os foras, ele continuou tentando.

-você não é daqui, não é?

-não. -suspirei

-está aqui a pouco tempo?

Assenti.

-posso te mostrar a cidade um dia desse.

-posso te mostrar como ir se fuder.

-com você?

-não faz meu tipo.

-você nunca experimentou.

-e essa não vai ser a primeira vez.

-quem perde a oportunidade é você.

-fazer o que, a vida é minha, não é mesmo? -perguntei retoricamente

-você é difícil, já entendi.

-eu só me valorizo.

-então não devia estar em um bar bebendo.

-não sabia que bebida tinha gênero.

Ele ficou calado.

-cansou de levar fora?

-cansei de perder meu tempo com você.

-uma pena que percebeu isso tarde demais.

O homem pegou seu copo e saiu dali. Suspirei aliviada e vi um sorriso no rosto do Gilinsky.

-o que?

-nada. -ele deu de ombros ainda sorrindo

Fiquei calada, sem olhar para ele.

-doeu em mim. -ele falou

-ele mereceu.

-eu ia até te ajudar, mas vi que você dava conta sozinha.

-eu aprendi a me virar. -dei de ombros -Achei que não gostasse de mim.

-eu? Era você quem estava me ameaçando.

-só devolvi na mesma moeda.

Ele deu de ombros dando um gole no líquido dentro de seu copo.

-como sabe tanto de mim? -ele olhava para o copo no balcão

-como? -perguntei olhando para ele

-pelo que você falou, você sabe o que eu fiz. Mas quase ninguém sabe, então fica difícil você descobrir.

-muito difícil, realmente, acredito que só sei o básico.

-mesmo assim, como?

-tenho minhas vantagens. -dei de ombros -Por que você esconde quem você é?

Ele não respondeu, ainda não tinha me encarado.

-por que você finge ser o que não é?

-por que você é tão intrometida assim? -ele demonstrava um pouco de raiva

Ignorei, e virei meu copo.

-desculpe se te irritei.

Deixei o dinheiro embaixo do meu copo e sai. O céu estava completamente escuro, e a rua mal iluminada. Não tinha ninguém na rua, mas havia poucos carro estacionados. Estava tanto silêncio que era fácil ouvir pequenas coisas. E depois de talvez quatro minutos de caminhada, ouvi barulho de passo além dos meus. Olhei para trás e vi Gilinsky, com uma garrafa na mão e o cabelo despenteado.

-sentiu minha falta? -parei olhando para trás

Ele continuou andando sem me responder.

-na verdade, eu sinto pena de você, por ter que esconder o que você realmente é.

-é mais complicado do que você pensa.

-talvez não.

Ele parou ao meu lado, abriu a garrafa e deu um gole.

-primeiro, eu nem deveria estar aqui com uma garrafa de vodca.

Peguei a garrafa da mão dele e dei um gole.

-resolvido seu problema.

-segundo, eu não deveria estar com você.

-sabemos disso.

-enfim, tem a sua mãe, certo? Meus pais são como ela.

-irritantes para caralho?

-isso também. Mas eu queria dizer importantes na cidade.

-entendi.

Ele pegou a garrafa e deu outro gole. Limpou a garganta, e continuou a falar.

-é tudo tão superficial. Eles só querem parecer a família perfeita, com o filho perfeito que namora a garota perfeita. -ele virou mais uma vez a garrafa -Eu me sinto um desgraçado vivendo isso.

-então você resolveu ser rebeldes?

-eu só fumo e bebo algumas vezes, isso me relaxa.

-mas você precisa esconder de todos.

Ele assentiu e sentou no banco próximo. Parei em frente a ele e peguei a garrafa vodca virando na minha boca.

-eu fui para uma clínica de reabilitação uma vez, mas meus pais não deixam ninguém saber, claro. E desse dia em diante, eles vivem me forçando a fazer coisas que eu não quero.

Ele pegou a garrafa da minha mão brutalmente e deu outro gole.

-é uma merda!

-eu imagino. -sentei ao lado dele

-não é você quem passa por isso. -ele falou com sarcasmo

-porque quando minha família soube era tarde demais para me controlar. E clínicas de reabilitação não adiantariam no que eu faço.

-o que você faz?

-eu só vivo.

N/a: eu sei, eu sei, o capítulo está mais do que atrasado. E eu não tenho mais motivos para isso além de bloqueio criativo. Para me ajudar a postar capítulo mais rápido, é só votar. Eu não gosto de ter que ficar pedindo isso, mas está sendo necessário.

Beijos de glitter.

{votem}

Angel || Gilinsky (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora