Capítulo 5 | Damien

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— Isso não pode se repetir — ela murmura, se afastando do meu colo com um sorriso meio travesso, mas tentando parecer séria.

— Vai mesmo dizer que isso foi um erro? — pergunto, observando enquanto ela pega a calcinha no chão.

— Ah, não, isso seria clichê demais, chefe — ela responde, soltando uma risadinha que é totalmente contagiante, e eu acabo rindo também. — Olha, eu adorei transar com você e, claro, adoraria repetir... mas com você sendo meu chefe? Não, obrigada. Isso também seria outro clichê, sabe? O chefe e a funcionária... — murmura, enquanto ajeita a saia.

Ela tenta bancar a séria, mas só de ver aquela expressão, a mistura de humor e provocação, dá vontade de puxá-la de volta. Como é que ela consegue me deixar assim tão fascinado e intrigado?

— Natasha, eu não vou desistir tão fácil. Que tal só mais uma noite? — lanço, quase como um pedido.

Ela fica pensativa por uns segundos, e então sorri, virando-se para mim.

— Vai no meu apartamento depois do expediente — diz, já se afastando em direção à porta.

Levanto as sobrancelhas. Ir até o apartamento dela? Isso é um bom sinal. Mas antes de me deixar levar pela ideia, comento:

— No meu apartamento seria melhor — murmuro, ainda sentado na cadeira.

Ela para e se vira, olhando para mim com um ar desafiador.

— Não quero ir aonde você transa com outras — retruca, ofendida, com aquele tom levemente debochado que ela domina tão bem.

Dou um suspiro teatral.

— E nem eu aonde você transa com outros — devolvo na mesma moeda, rápido.

Ela levanta uma sobrancelha, uma expressão entre divertida e surpresa.

— Não transo no meu apartamento. Só o Lucas transa com os amigos dele lá.

Lucas? Quem diabos é esse Lucas? Estou processando a informação quando ela continua, despreocupada, como se acabasse de me dizer que mora com um gato ou um peixe dourado.

— Lucas? — pergunto, tentando manter a voz casual. — Quem é Lucas?

Ela me lança um olhar, levemente intrigada.

— Meu colega de apartamento. Relaxa, chefe — diz, rindo da minha expressão.

Desvio o olhar e volto a encará-la, mais descontraído.

— Bom, pra sua informação, eu também não transo no meu apartamento. Na verdade, você será a primeira. Deveria se sentir honrada — provoco, passando a língua pelos lábios com um sorriso provocante.

Ela revira os olhos, mas o canto da boca ainda tem um sorriso contido.

— Me manda o endereço por e-mail. Não vou sair da empresa com você — responde, já se virando para a porta.

— Já vou enviar — confirmo, enquanto observo ela abrir a porta e sair, cheia de atitude.

Quando a porta se fecha, fico pensando em como essa mulher mexe comigo. Natasha tem esse jeito livre e descomplicado, mas não dá ponto sem nó. Um desafio em todos os sentidos.

(...)

— Você me ligou para falar que vai transar com a Natasha? — Paul pergunta, claramente irritado do outro lado da linha. E sim, ele é meu amigo.

— Claro. E só não liguei antes porque estava numa reunião chata pra caramba — respondo, ainda observando a porta da sala onde Natasha está. Já enviei o endereço do meu apartamento para ela, então espero que ela não invente de desistir de ir.

Natasha: Quente como o fogoOnde histórias criam vida. Descubra agora