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Um mês depois, as coisas deram uma boa amenizada para o meu lado. Fiz todas as sessões obrigatórias com a psicóloga e decidi, para o meu próprio bem, que continuaria com as consultas.

Ashley passou a maior parte do tempo sozinha em Londres e quando chegou nossa vez, fizemos uma ótima viagem de madrugada, tudo foi maravilhosamente tranquilo.

Durante esses dias eu tinha ficado metade dos dias na minha casa e a outra metade alternando entre a casa de Kayla e a de Shawn. Somente três dias antes da viagem, eu me convenci a tentar dormir sozinha pela primeira vez. Mesmo com o segurança, a primeira noite foi difícil e passei a maior parte da noite com o Shawn no telefone. Dormi no meio da conversa. Já na segunda noite, resolvi tentar dormir por conta própria, sem ajuda de Shawn ou dos remédios. Esse foi um grande passo para um novo começo.

A polícia ainda não tinha conseguido prender o terceiro envolvido no caso, mas com a ajuda do retrato falado conseguiram um nome. Descobriram também que ele tinha tripla nacionalidade e naquela altura do campeonato, ele já devia estar escondido em outro país. E embora só recebesse notícias ruins à respeito desse homem, já me sentia mais segura.

Pod outro lado, a mídia descobriu o envolvimento de Aaron com todo o caso de Cameron e começaram a persegui-lo bem mais do que faziam com Manuel, que era quem deveria estar recebendo toda essa atenção. Até mesmo Shawn estava ficando incomodado com toda a insistência em cima de Aaron, foi então que ele teve a brilhante ideia de trazê-lo para Londres com a gente. Ele ficaria com a mãe e ia poder trabalhar normalmente, como fazia antes.

Ashley tinha nos buscado no aeroporto, já tinha ficado tanto tempo sozinha em Londres que, quando chegamos, faltavam poucos dias para ela voltar para casa.

— Quer ficar com a melhor cama? —Shawn perguntou.

— Você pode dormir comigo lá, não vai ser muito diferente da outra vez que estivemos aqui.

— Certo. Eu levo suas malas.

Queria dizer à ele que não precisava fazer tudo para mim. Mas estava tão cansada que deixaria qualquer um fazer isso por mim.

Ele ainda estava me tratando diferente do normal, mas um pouco menos exagerado. Aquilo estava me incomodando, não queria ser a coitadinha, mas tinha que dar mais um tempo para ele digerir tudo o que aconteceu comigo e também, precisávamos entender o que ia ser de nós à partir dali.

Eu não tinha contado muita coisa sobre o sequestro, não quis dar detalhes para ninguém porquê ficar revivendo aquilo só traria prejuízos para meu desenvolvimento e tudo o que eu e a terapeuta estávamos trabalhando ia por água abaixo. Mas por não saber desses mínimos detalhes, Shawn e Ashley desconfiavam que eu estava escondendo algo sério deles. Achavam que eu tinha sido bem mais machucada do que aparentava ou algo do tipo.

Por mais que eu tentasse convencê-los, não adiantava.

— Vamos combinar uma coisa, parem de me tratar como se eu fosse de vidro, ok? Se vamos ficar aqui, temos que tentar deixar as coisas para trás pelo menos por um tempo. Sei que tenho todo um trabalho de superação, mas eu estou fisicamente bem e ficar relembrando o motivo de vocês estarem pisando em ovos perto de mim não vai me ajudar em nada.

— Então tá, Shawn, você pode lavar minhas roupas, já que está se oferecendo de graça. E você, para de ser grossa comigo ou eu te jogo dessa escada maravilhosa — Ashley disse me fazendo rir.

— É... ela voltou ao normal — falei.

— Essa casa é maravilhosa, acho que não quero mais voltar pra Los Angeles. Pena que agora tenho que dividir com vocês dois chatos.

The Boss - Shawn Mendes (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora