Capítulo 15

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Minha cabeça não dói mais

Foi a primeira coisa que pensei quando acordei. A segunda foi perceber que eu estava amarrada pelos pulsos e tornozelos em algum lugar. Abro os olhos mas é difícil enxergar com essa luminosidade. 

Eu estava presa em o que parecia ser uma cama hospitalar. Olho em volta e percebo que eu estava em algum tipo de quarto de hospital. Uma pequena janela possibilitava a passagem de luz, deixando tudo mais mórbido. Me arrepio pelo aspecto do quarto.

Ele estava sujo. Haviam manchas pretas e marrons pelas paredes e pelo chão, onde os insetos rastejavam. Um pequeno criado mudo com duas gavetas acompanhava a cama. O ferro da mesma estava enferrujado assim como a porta, sua maçaneta e uma cadeira no canto do quarto.

Olhando para meu corpo, vejo que meu vestido sumiu e deu lugar a uma roupa de hospital.

Onde eu estou? Como vim para aqui? Que porra ta acontecendo?!

- EI! TEM ALGUÉM AQUI?! ALGUÉM?! -grito tentando me soltar das algemas- Pra que ter poderes sobrenaturais se eles não funcionam!

- Estranho que você só tenha percebido agora, não? -olho assustada para lado.

De repente, havia alguém sentado na cadeira. A luz me permitia ver somente de sua cintura para baixo.

- Q-Quem é você?

- Não reconhece essa voz? -ele dá uma risada seca.

- Stiles? -sussurro para mim mesma.

A pessoa se levanta, aparecendo totalmente na luz e mostrando seu rosto.

- Olá Megan.

Aquele não parecia meu amigo. Ele estava com roupas pretas, pálido e com olheiras profundas. Mas o que havia de errado eram seus olhos: eles estavam sombrios.

- Stiles, o que você está fazendo? Não tem graça -digo irritada.

- Você está certa, não tem graça -ele anda até mim- Mas vai ser bem prazeroso.

Estremeço com suas palavras.

- C-Como assim? -meu amigo se agacha ao meu lado e abre uma das gavetas. De lá, ele tira um estilete- O que você está fazendo?

Stiles então, bruscamente, enfia a lâmina em meu estômago. Grito pela dor aguda que se espalha por meu corpo. Forço as algemas para baixo, em um instinto de cobrir o machucado com a mão e me encolher.

- Não se preocupe -ele se agacha eu lado da cama para falar comigo- Mesmo não estando se curando, você não vai morrer -o garoto leva sua mão até o estilete e o aperta, me fazendo gritar- Isso é o melhor da dor psicológica, sabe? Você pode machucar o quanto quiser, levar até o limite da morte, e ela vai continuar lá, pronta para mais um pouco.

Fecho os olhos e aperto as correntes das algemas com força como se fosse parar a dor.

Porque Stiles está fazendo isso?

- Na primeira vez, eu fiz por vontade -ele diz, como se respondesse minha pergunta- Mas agora? A vingança é bem mais deliciosa -uma pausa dele, uma lágrima minha- Eu gosto charadas. Você é boa?

Não conseguia falar direito. Stiles percebeu isso, pois escuto ele se levantar e andar.

- "Diga o que é, e desaparece." O que é? -continuo quieta e apertando as correntes- Você é boa mesmo, mas nós estamos apenas começando.

Ouço ele abrir a porta e ir embora. Deixo as lágrimas caírem pela dor e confusão. Esse não é Stiles. Esse não é meu amigo.

O que está acontecendo?

Pardus - Lose Your MindOnde histórias criam vida. Descubra agora