Capítulo IX - Expiração

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Já se passaram duas semanas após o incidente, e meu dia de alta era hoje. Antes de sair do hospital eram necessários mais alguns exames e em esse meio tempo certifiquei-me de algumas coisas; que minha 'cara de bunda' estava estampada nos jornais da cidade, que Lolla e Alexy que me visitavam todos os dias todos os dias iriam se aproveitar de minha boa vontade depois que praticamente salvaram minha vida e que meu relacionamento com o 'senhor certinho' estava um pouco melhor, porém ainda estranho.

Enquanto eu estava no quarto do prédio ainda arrumando as roupas na mala que Lolla havia pegado para mim com a ajuda de Alexy e Lysandre, me deixara com a duvida de como eles entraram em minha casa, também soube que ligaram para meus pais e quando a enfermeira entrara e me dera o telefone isso realmente se confirmou, pois seu rosto mostrava que eles deveriam estar surtando.

— Alô? — Quando atendi o aparelho meus tímpanos fora rapidamente corrompidos pelo choro histérico de uma mãe incrivelmente preocupada e um pai perplexo e com raiva dizendo que iria acabar com as pessoas que fizeram isso a mim — Mãe, eu juro que estou bem, meus amigos me ajudaram e cuidaram de mim esse tempo, por falar nisso, tenho que recompensa-los — Demorei um bom tempo para acalmar a mulher que incessantemente falava que não deveria ter me deixado sozinho e que viria para a cidade o mais rápido possível.

Mas alguma coisa ainda me preocupava, eu não sou uma pessoa que gosta de se meter na vida alheia, entretanto, naquele dia Lysandre estava conversando com uma mulher que por algum motivo parecia familiar, e que me impulsionara a talvez pergunta-lo sobre isso, até porque ele sempre me conta quando tem alguém que ele gosta.

Estava acabando de guardar as poucas coisas que faltavam na mala e peguei meu casaco de couro preferido, afinal, tinha que voltar com estilo, mas ao pega-lo senti algo no bolso e verifiquei o que era, o bilhete de Lolla, rapidamente abri para ver o que estava escrito e me surpreendi.

"Castiel, acho que você leu que tinha que ler antes das aulas terminarem, bem, meio obvio se você estiver lendo.Tem alguma coisa estranha acontecendo e sem espernear nós vamos com você depois da aula, vamos esperar por você"

Lolla percebeu tudo muito antes de mim ou de qualquer pessoa, o que ela sabia? E por que achava que estava tudo muito estranho? Precisava encontra-la, se eu tivesse lido o bilhete isso talvez não aconteceria agora, porém, mais tarde.

Peguei minhas coisas, entretanto meu braço direito ainda estava dolorido, a enfermeira me deu os parabéns por eu ter conseguido a alta e logo a agradeci por ela ter cuidado de mim todo esse tempo. Ajeitei minha mala no ombro esquerdo e esperei o elevador, que por minha surpresa, estavam duas figuras com os olhos marejados quando me viram e repentinamente senti que iria ser atacado.

— Cas-Castiel!!! — Disseram em uníssono enquanto literalmente pularam em cima de mim o que me fizera cair. As pessoas no hospital observava a cena aparentando quererem rir e algumas estranhando a situação, me desculpei fazendo um gesto com a cabeça.

— Quantas vezes tenho que falar que isso é um hospital? E vocês não me visitaram todos os dias? Porque isso agora? — Disse um pouco irritado, mas me senti feliz com a preocupação e carinho que estava recebendo desses dois baderneiros.

— E que sua alta é hoje! Estamos tão felizes que você esteja bem! — Disse Alexy choroso enquanto olhava para mim.

— Sentimos sua falta — Lolla sentara em cima de suas pernas e sua cabeça estava cabisbaixa enquanto nós três ainda continuávamos no chão, por algum motivo desconhecido.

Observei aquela situação, incomum para mim, eu realmente soube o quanto aquelas duas pessoas também se preocupavam comigo e que aturam esse meu jeito rude e meu vocabulário nada polido. Afaguei os cabelos dos dois por um momento, senti minhas bochechas se avermelharem e isso me deixou um pouco desconfortável, afinal, eu não fazia isso todos os dias.

Dias de Verão em Tempos de Inverno (Amor Doce) REDIGITAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora