Capítulo Especial - Os 10 anos após o inverno.

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Eu inspirei fundo até sentir a tensão em meus pulmões e expirei com os olhos fechados. Dez anos se passaram dês da nossa despedida ainda alunos, muita coisa mudou ao passar do tempo, nossos amigos foram para lugares diferentes, longe de onde costumávamos sempre nos esbarrar por aí em um passeio de tarde qualquer. Eu ainda sinto falta. 

Eu agora estava de pé em frente a produtora, eu havia acabado a faculdade mais tarde e Nathaniel, no caso, tornou-se um policial exemplar, mas ainda sim, tenho medo todos os dias, e peço para qualquer um que esteja me ouvindo em um plano desconhecido do nosso que proteja aquele nerd. 

Alexy e seu irmão Armin foram para a faculdade juntos estudar algo relacionado a tecnologia. Rosalia já faz seus próprios desfiles, dos quais pelas fotos que me mandou tenho que confessar que todos ficaram incríveis. Lolla já se formou em arquitetura e está levando a vida que sempre quis, sem muita agitação e sua coleção de incensos aparecem bem arrumados na estante pelas suas postagens no Instagram, que no caso, aparecem no meu feed como se fossem ervas daninhas. 

Mesmo eu não sendo a pessoa mais apropriada para expressar o que sinto de forma 'correta', eu confesso que a agonia que sentia no primeiro ano eu pensei que eu não iria sentir, mas eu senti. Eu sentia falta de como tudo era mais tranquilo em algumas questões, nunca pensei que algo assim iria me abater, mas a gente não consegue esconder por muito tempo.

Nathaniel me ajudou durante todo esse tempo e depois de 7 anos de casados, apoiamos um ao outro, quando brigávamos, a maioria das vezes acabava em sexo, o que eu sempre achei que fosse um bom pedido de paz, mas nem sempre era assim, nós amadurecemos, sorrimos juntos, o meu coração quebrava quando ele chorava e eu me sentia o homem mais sortudo do mundo quando ele sorria. 

Eu sempre me pego pensando em coisas assim quando eu paro por um momento no meio da cidade agitada, barulho dos carros, murmúrios de varias vozes diferentes, sons, tudo. E para me tirar desse transe repentino, o bolso da minha calça começara a vibrar, eu atendi e a voz calma de Nathaniel me acalmou um pouco.

— Se eu te conheço, você deve estar exatamente parado em frente a sua produtora — Seu tom de brincadeira me fez sorrir.

— Eu sempre acho que colocou um GPS em mim, eu sei que sou requisitado por minhas fãs, mas eu sempre vou voltar pra você — Falei debochado.

— Seu idiota, se eu estivesse aí já teria levado um soco — ouvi ele bufando e ri. — Cassy, você é tão confiante e talentoso, por que ainda continua hesitando? 

— Talvez eu as vezes tenha receio de não gostarem da minha música? — Perguntei mais para mim mesmo.

— E qual foi a vez que a rejeitaram? — Ele estava certo, mas eu sempre achei melhor estar preparado para algumas coisas. 

— Desculpe senhor policial, vou seguir tudo direito dessa vez — brinquei. — seria horrível se me prendesse novamente na cama — pelo silêncio Nathaniel virou um tomate de vergonha.

— Seu idiota! Vai tocar esse seu instrumento logo! Hoje eu vou sair mais cedo, então nós vamos jantar comida chinesa em casa, então trate de acabar seu trabalho direito porque você é o melhor musico que conheci! Imbecil!  — E desligou, bem, talvez não foram tantas coisas que mudaram assim. Sorri.

Eu entrei no elevador com um sorriso bobo no rosto — que droga Castiel! mesmo dez anos depois ele ainda te deixa desse jeito! — pensei. E então entrei no estúdio, um pouquinho atrasado.

— Bom dia, se falar novamente que atrasou porque escorregou em uma moeda eu jogo você da janela — Priya, minha produtora sorriu enquanto nitidamente dava para ver que ia me jogar do 12º andar. 

Dias de Verão em Tempos de Inverno (Amor Doce) REDIGITAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora