Trevor passava a mão no cabelo de um lado para o outro na sala de pintura, e medo ou preocupação, quem sabe, tomavam conta de seu rosto. Eu já estava perdido em pensamentos, me perguntando o que esse gesto sinistro de Will significava para Trevor e eu.
— Augustus, chame Edward. Diga a ele que preciso dele agora — Trevor disse firme enquanto analisava os quadros destruídos de longe, as mãos na face.
— Sim, senhor. — Augustus saiu da sala, deixando Harper e eu sozinhos.
Não consegui evitar levar minha mente para um lado perigoso diante desse comando.
— O que isso quer dizer? — sussurrei horrorizado apontando para o quadro no centro da sala.
Ele olhou para mim, a expressão com traços tristes, e veio para mais perto, segurando meus ombros cuidadosamente. Cada centímetro de seu olhar azul percorria meu rosto em busca de alguma coisa que certamente eu não tinha — seria proteção? —, o que aumentava minha suspeita de que o que aconteceu com as pinturas era uma coisa mais grave do que aparentava ser, mesmo que já fosse uma coisa horrível à primeira vista.
— Escuta, dengo — falou baixinho, tenso. — O que eu vou pedir é loucura, mas...
Fiquei na espera da continuação, que não veio após uns segundos. Talvez ele quisesse um incentivo.
— Pode dizer — pedi, a testa franzida.
Ele umedeceu os lábios.
— More comigo?
Arregalei as sobrancelhas em surpresa.
— O quê?
— Por favor, eu preciso que você resida aqui, na minha casa.
— É tão terrível assim o que ele fez? — perguntei quase sem ouvir minha voz.
Sua mandíbula foi tensionada.
— Eu não sei.
Semicerrei os olhos para ele.
— Tem alguma coisa que você está me escondendo, não é? — tentei, minha intuição martelando de novo. — O que ele disse para você quando terminaram?
— Nada.
— Eu não acredito. — Balancei minha cabeça. — Você está nervoso. — Percorri minha visão pelo seu corpo. — O que houve?
— Eu te digo se disser que sim para minha primeira pergunta.
Engoli em seco. Então havia algo mesmo...
— Eu preciso pensar...
Ele soltou o ar em um susto frágil.
— Chris, por favor.
— Trevor, isso é coerção. Outro dia eu respondo. Amanhã, talvez.
Ele formou uma linha rígida na boca.
— Por favor — pediu de novo, mais calmo.
Quando abri a boca, Augustus apareceu.
— Senhor — disse ele formalmente. — Edward já está aqui.
Tão rápido?
— Ótimo. Vou falar com ele.
Augustus foi embora, como se soubesse o momento certo para partir, e ficamos Trevor e eu sozinhos de novo, um rosto intenso — o dele — contra um rosto perdido — o meu.
— É melhor eu ir para casa — murmurei em esquiva, compartilhando meu olhar pelo desastre à minha frente.
— Você tem que ficar comigo, Chris.
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EU ENTREGO MINHA VIDA A VOCÊ
RomanceO que começou com uma escolha de prostituição - uma maneira de superar a dor de ser rejeitado pelos pais há anos atrás - acabou consumindo Chris por completo. Depois de conhecer Trevor Harper, um de seus clientes sexuais, e se apaixonar por ele de u...