7 | Desfile negro

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Acordei com um maravilhoso alerta do meu cérebro de que hoje seria o desfile.

Ai, meu Deus... Me espreguicei na cama ao lado de Trevor e encarei os feixes do sol incidindo no vidro do teto com um largo sorriso estampado. Dava para notar que ainda era cedo. Curioso, peguei meu celular da cômoda, tendo que esfregar meus olhos para me adaptar à luminosidade do quarto, e conferi a hora: 06:56. Assim que o deixei de volta no lugar, senti o braço de Trevor infiltrando-se por debaixo da minha barriga, para então me abraçar por trás, feito uma conchinha. Sua outra mão descansou no meu bumbum.

— Bom dia — murmurou ele, a voz de sono.

Ampliei meu sorriso ao sentir o nariz dele encostando na minha nuca.

— Bom dia. — Ótimo, por sinal. — Não queria acordá-lo.

— Tudo bem. Esquenta não.

Fiquei em silêncio um instante.

— Eu... queria preparar o café para nós hoje — pedi carinhosamente. — Eu tenho permissão para isso? Por causa de Fonseca, eu digo.

Ouvi sua risada fraca.

— Ela não trabalha no fim de semana, dengo. E a casa é sua — completou ele num sussurro angelical. — Não precisa pedir nada. Sinta-se à vontade.

Oh... Trevor beijou meu pescoço e eu apertei seus dedos envoltos da minha cintura; depois, ele tirou os braços ao meu redor, dando-me liberdade para realizar meu pedido. Ele sempre acorda de bom humor? Será que era por minha causa? Talvez fosse. Me levantei, peguei uma toalha no closet e me infiltrei no banheiro para tomar banho. Fiz tudo o que tinha que fazer e saí minutos depois — não sem antes beijar a bochecha de Trevor por segundos longos só para apreciar o toque de sua pele macia e o cheiro que fervia meu nariz.

Na cozinha, o vasto lugar frio e asséptico seria utilizado pela primeira vez por mim. Meu Deus, eu preciso me acostumar a isso de uma forma ou outra. Cocei o queixo, tentando não me intimidar pela vasta cozinha, e abri as portas duplas e largas da geladeira prata — e que certamente compraria meu carro com folga. Com tantas coisas à minha frente, rapidamente me perdi sobre o que escolher para preparar o café. Comecei a pensar que a presença de Fonseca fosse uma ótima ideia.

Suspirei devagar, passando os dedos pelas gavetas geladas enquanto vagava minha visão pelas compras. Peguei um queijo entre elas, depois presunto e ovos. Coloquei-os na pia com um pensamento mais animado: em ouvir música. Ah, o melhor remédio para a emoção — seja ela negativa ou positiva. Puxei meu aparelho do bolso e me encaminhei para a o Home Theater que ficava na cozinha mesmo, posicionado num armário pequeno de madeira rústica — o único, pois todos os outros eram ou de vidro ou de metal. Que tipo de música Trevor gosta? Taylor, respondeu meu inconsciente às pressas. Sorri e pesquisei pelo álbum mais recente dela usando o wifi da mansão. Vi 1989 no topo, então o baixei. Espero não ter que pagar nenhum boleto. Quando vi Blank Space entre as faixas, a pus para tocar via bluetooth no Home Theater imediatamente. Deixei na forma aleatória.

Retornei ao que estava fazendo em seguida.

🍷

Trevor deu sua primeira mordida na omelete extraterrestre que eu fiz, os meus olhos voltados em avaliação para seu rosto. Ai...

— E então? — perguntei, a voz esperançosa.

Ele fez uma careta quando fechei a boca. Porra! Eu ri muito alto e tapei meu rosto em total vergonha.

— Eu sei, eu não tenho jeito.

Uma risada gostosa saiu de sua garganta, meu corpo sendo puxado pelos seus braços logo após para ser posicionado entre suas pernas. Eu estava em pé, e, ele, sentado.

EU ENTREGO MINHA VIDA A VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora