— Acorda, dengo — ouvi Trevor sussurrando no meu ouvido, o jeito brincalhão que eu tanto amava. — Precisa levantar.
Abri um sorriso tímido e virei meu rosto para o travesseiro, típico de quem estava envergonhado por estar sendo acordado. Nem eu mesmo gostaria de ver meu reflexo desfiado agora.
— Depende da hora — murmurei.
Ele achou graça.
— São 7:25.
— Oh. Ainda é cedo.
— Não para mim.
Com um riso, me espreguicei na cama e abri meus olhos sonolentos para encarar o belo homem já arrumado sentado ao meu lado.
— Você sempre tem que começar o dia melhor que eu? — Tapei meu rosto.
— O que quer dizer?
— Você está lindo.
Seus dedos roçaram por dentro da minha regata e alcançaram meu peito.
— Como se você não fosse todo dia — disse ele, todo risonho. — Seu corpo é bem macio.
— E ele é somente seu.
Meu inconsciente glorificou de pé, sua maneira exagerada de ser me fazendo rir internamente.
— Não sabe o quanto eu esperei para ouvir isso. — Trevor balançou a cabeça, os olhos afáveis. — Venha, Fonseca preparou o melhor café da manhã da sua vida.
Assenti e me sentei.
— Levarei menos de dez minutos para me arrumar — murmurei, observando-o com uma expressão divertida.
— Tá okay. — Ele beijou minha testa e se levantou. — Eu não tive tempo para comprar sua escova de dente ainda, então pode usar a minha.
— Acho que nunca comprarei uma nova.
Trevor riu.
— Posso lidar com isso. — Ele me lançou uma piscadela e saiu do quarto.
Ah, minha nossa. Sim, eu poderia me acostumar a vê-lo assim sem me importar, e de certa forma fico feliz por Will ter me ameaçado — pois jamais aceitaria morar com Trevor sem antes pensar com muita calma, o que poderia levar dias ou meses. Talvez eu nem tivesse uma resposta após um bom tempo, quem sabe? Mas agora eu percebia que era isso o que eu queria mesmo: acordar todas as manhãs e me deparar com a pessoa que eu amo ao meu lado. Não havia lado negativo nisso.
Me levantei da cama em seguida e, antes de acertar a entrada do banheiro, dei uma olhada relutante na sala de pintura — que estava fechada — e pensei em como estaria seu estado caso eu entrasse dentro dela. Será que eu deveria entrar, afinal? É uma privacidade de Trevor... Mordi o lábio e fiquei parado, simplesmente encarando-a de perto, como se fosse uma porta para o inferno, e tentando decidir o que fazer. Okay, é rapidinho.
Andei até ela, a mente turbilhada, e a abri — surpreendida por estar destrancada — apertando os olhos, o receio de encontrar sabe-se lá o que falando alto. Quando dei liberdade de volta à minha visão, uma brancura deu as caras. Não havia nenhum quadro e nenhuma mancha espalhada: parecia que nunca havia ocorrido um caos aqui; ou como se Trevor nunca tivesse usado o local para desenhar suas pinturas.
Estava simplesmente vazio.
Não sei qual reação eu deveria formar, mas supus que o que eu via agora era melhor para Trevor. Se ele decidiu limpar por completo o lugar, eu estava feliz por ele. Talvez ele pudesse retornar a dedicar seu tempo de volta às pinturas mais à frente — e se isso fosse realmente acontecer, eu gostaria de ajudá-lo, caso ele quisesse. Pobre Harper... Sinto tanto por ele.
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EU ENTREGO MINHA VIDA A VOCÊ
RomanceO que começou com uma escolha de prostituição - uma maneira de superar a dor de ser rejeitado pelos pais há anos atrás - acabou consumindo Chris por completo. Depois de conhecer Trevor Harper, um de seus clientes sexuais, e se apaixonar por ele de u...