— Além de ter roubado meu namorado, roubou o celular dele também? — rosnou Will do outro lado da linha, a voz perfurando meu ouvido num som altivo e irritante.
Respirei fundo. Se houvesse uma opção de estrangular uma pessoa através de uma ligação, eu não pensaria duas vezes em usá-la agora.
— Não roubei namorado de ninguém, Will.
— Você quer mesmo que eu acredite nisso?!
Apertei meus olhos.
— Eu sinto mesmo que pense assim — murmurei, dando mais uma espiada na porta para ver se Trevor não estava vindo. — Mas eu queria que soubesse que ele nunca o traiu.
— E eu sou o Miss Universo — ele riu com malícia.
Eu sabia que deveria manter a calma com Will, visto que minha vida corria perigo devido às suas ameaças doentias, mas não poderia prever por quanto tempo eu manteria minha tranquilidade superficial. Caralho, ele é muito irritante! Talvez fosse por isso que Trevor não sentiu um mínimo de amor pelo seu ex.
— O que você queria que eu pensasse ao ver vocês dois juntos num restaurante? — continuou ele. — Você... Você... — Houve uma pausa, e sua fala mudou radicalmente, admitindo traços frágeis. — Você simplesmente tirou a única pessoa que eu amava. Não sabe a dor que eu senti ao ouvir Trevor terminando comigo.
— Garanto que não seja pior comparada à que você causou ao destruir a sala de pintura dele — murmurei. — Sua infantilidade o deixou inerte.
— Quem é você para dizer o que Trevor sente, seu prostituto de quinta?
Franzi a testa e me sentei na cama, a raiva evaporando toda a minha cautela que eu tinha em relação a Will. Como ele sabe disso? Que porra! Minhas versões mentais se levantaram e apontaram uma espingarda em Will, e vontade não me faltava de fazer o mesmo.
— Ao menos eu vendia meu corpo, não o cérebro — resmunguei em chamas. — Deveria tentar utilizar o seu e pensar melhor no quão ridículo são suas ameaças, imbecil!
Ele riu de novo.
— Então você recebeu meu recado? Fico feliz.
— Você é um doente. — Um arrepio me subiu na espinha.
— Por um homem rico como Harper, qualquer um seria.
Isso me deu o que pensar. Rico? Minhas sobrancelhas foram erguidas lentamente em compreensão, e eu logo suspeitei de que não era pelo amor de Trevor que Will se interessava: era pela sua conta bancária. Dei um sorriso satisfeito.
— Eu só peço para que me deixe em paz. Por favor — atuei suplicadamente. — Nós nos amamos. Siga sua vida, Will; tente entender que sua vingança não é certa.
— Isso quem decide sou eu — retrucou. — É até irônico um prostituto dizer algo sobre amor, já que você o abandonou por sexo.
Dei um sorriso.
— E é com esse prostituto de quinta, como você diz, que Trevor está namorando hoje. — Minha voz era a mais sarcástica possível. — Posso ter vendido meu corpo no passado, mas Harper o consumiu algumas vezes. É uma pena que o mesmo eu não posso dizer sobre você, né, querido?
Trevor apareceu bem na hora, assustando-me. Encerrei a ligação na mesmo instante por uma atitude automática e me levantei da cama. Ele me observou com cuidado e depois levou seu olhar ao seu celular na minha mão, franzindo a testa com uma expressão diferente de quem não estava gostando. Ele parecia mais confuso.
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EU ENTREGO MINHA VIDA A VOCÊ
RomanceO que começou com uma escolha de prostituição - uma maneira de superar a dor de ser rejeitado pelos pais há anos atrás - acabou consumindo Chris por completo. Depois de conhecer Trevor Harper, um de seus clientes sexuais, e se apaixonar por ele de u...