Capítulo 16

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Marcelo Junqueira

Eu bato a mão no outro lado da cama e não encontro Bia. Abro os olhos e viro de barriga pra cima, o quarto está um silencio gostoso.

Eu sinto meu corpo dolorido, mas sinto que minha febre já se foi pra minha alegria. Levanto da cama e vou até o banheiro lavo o rosto e escovo os dentes, saio e coloco uma cueca e um shorts e saio pra ir atrás da minha mulher.

Eu desço as escadas e vejo que a casa está em total silencio, vou pra cozinha e vejo um papel na geladeira.

Querido, eu vou até o mercado se você acordar e não encontrar a Bia, ela foi pra casa com seu carro e disse que iria no hospital, ver a Madalena. Daqui a pouco eu volto, beijo.

Eu jogo o papel no balcão e vou atrás do meu celular.

Disco o número da Bia e ligo, mas só chama.

-Droga!

Não sei porque, mas não estou gostando da sensação de estar sozinho dentro de casa, em outros tempos eu iria adorar a solidão, mas hoje não é mais assim. Minha campainha toca e vou atender, abro a porta e vejo Alberto.

-E ai cara. - ele fala entrando.

-Fala irmão, como se tá?  -pergunto assim que chego na sala.

-Bem... E você? Agora tenho que vir atrás de você.

-Ai ando meio distraído, muita coisa está acontecendo que você não faz ideia. - resmungo.

-Tipo o que?

-Senta e espera vou pegar uma cerveja pra você e um suco pra mim. - digo indo pra cozinho.

-Porque suco pra você e cerveja pra mim? Parou de beber agora?

-Não idiota, eu estou resfriado e estava com febre, ursinha me deu um remédio, melhor não beber.

-Ursinha? Meu Deus que brega.

Mostro o dedo do meio pra ele.

Eu abro a geladeira e pego uma garrafa pra ele e pego a jarra e colo o suco no copo.

Volto pra sala e vejo ele sentando.

-Vamos lá pra fora no jardim, está fresco lá fora.

Nós sentamos na minha área de lazer.

-Agora me conta o que houve? - pergunta dando um gole na sua cerveja.

-Olívia veio aqui. - falo baixinho.

-O que aquele filha da puta venho fazer aqui? - me olha espantado.

-O que você acha? Ela teve a cara de pau de dizer que estava arrependida, e que sofreu. - falo com raiva. - Beto minha vontade era esganar ela, eu queria ter matado ela ali mesmo.

-O que você sentiu? - pergunta me olhando com atenção. - Eu sei que hoje você está com a Bia e é claro seu amor por ela, mas Olívia era a mulher que você ia casar, que ia ser a mãe do seu filho.

-Se você pensa que senti saudade dela, está redondamente enganado. - dou um gole no meu suco. - Eu só pensei na dor que ela me causou, só pensei na perda no meu filho, mais nada.

-Eu sei cara. E eu tenho que agradecer a Deus que ela pareceu agora, que você está com Beatriz. Se fosse antes eu não sei como você iria reagir.

-Eu também não sei. - falo cansado. - Mas a Bia colocou ela no lugar dela. Se acredita que ela falou que o casamento está em crise? Ela veio aqui pra tentar algo comigo, cara.

Desejo Arrebatador - Trilogia Homens Apaixonados - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora