Capítulo 14

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Marcelo Junqueira

Assim que meu pai fala que quer falar comigo, eu sinto meu bom humor ir pelo ralo. Ele olha pra Beatriz com o semblante fechado.

-Eu não tenho nada pra falar com você, agora sai da minha casa. - digo puxando Beatriz pra subir as escadas comigo.

-Você vai me ouvir, Marcelo. Ou agora ou depois você escolhe. - ele senta no sofá e cruza os braços.

Merda!

-Amor sobe que eu já vou.- falo baixinho pra Bia.

-Tá bom. Tenta manter a calma. - ela me dá um selinho e sobe.

Eu volto até onde ele está.

-O que quer falar comigo?

-Sua mãe me contou que esteve aqui ontem, não gostei de saber de como ela foi tratada por você. Ela é sua mãe, Marcelo e merece respeito. - levanta nervoso.

-Respeito? Ela vem na minha casa pra querer mandar na minha vida, chama minha mulher de vagabunda o senhor quer o que? Que eu trate ela bem? Fala sério né seu Bruno.

-É o que ela é mesmo, uma vagabunda como a mãe e vai acabar com sua vida, assim como Olívia fez. Você tem que abrir seus olhos meu filho.

Eu não acredito no que meus ouvidos estão escutando.

Ele não aprendeu nada depois do gelo que dei nos dois.

Realmente eu me enganei com meus pais.

-Você tá se ouvindo? - olha pra ele abismado. - Como pode ser tão cínico?

-Do que está falando?

-A mãe dá Beatriz não te fez nada pai e nem era uma vagabunda e você sabe disso. Sabe o que me dá a impressão? Que você nunca esqueceu a Laura.

Vejo ele arregalar os olhos.

-Você só pode estar louco. - ele balança a cabeça freneticamente. - Sua mãe é mil vez mais bonita e elegante que aquela pobretona.

-Pobretona essa que o senhor foi pra cama. - digo irritado. - O senhor não tem vergonha na cara. Se já não bastasse ter se metido com a mãe da Poliana e consequentemente ela ter nascido, agora descubro essa história sua com a mãe da Bia. Quantas mulheres e filhos o senhor tem espalhado por ai?

-Me respeita seu moleque. - aponta o dedo na minha cara. - Com quem eu fodo ou deixo de foder é problema meu. O que eu quero e exijo é você longe dessa família e dessa garota.

-Me de um motivo pra isso.

-Não queira saber meu filho, só não quero você misturado com essa prostituta.

-CALA A BOCA. - grito o assustando. - Cala essa maldita boca seu merda.

-Não fale assim comigo. - grita de volta.

-Falo como eu quero. - aponto o dedo na cara dele. - Eu não vou me separar de ninguém por causa de vocês, e o senhor terá que aceita e tem mais. Se chamar Bia de qualquer nome baixo, eu esqueço que você é meu pai e soco sua cara.

Ele ri.

-Não me faça ir Marcelo.

Eu olho pra ele que ri como se tudo que disse não passa-se de brincadeira. Quem é esse homem? Quem é Bruno Junqueira?

-Eu passei minha vida venerando um homem como você? Como pode ser tão cego a esse ponto? Eu ia pra escola e falava pros meu amigos que me pai era um herói, que ele colocava bandidos na cadeia... - eu sinto meus olhos marejados e vejo que ele já parou de rir. - Eu te adorava! Você era o cara e o exemplo a ser seguido, mas olho o que aconteceu... Você não era nada do que pensei durante trinta e oito anos de vida.

Desejo Arrebatador - Trilogia Homens Apaixonados - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora