Consequência

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Todos estavam em silêncio, esperando o que o diretor Magnos iria dizer, até eu. A sala parecia vibrar uma energia única de tenção.
Por mais que seja a primeira hora do dia, a luz alaranjada do Sol das 09h00 iluminava o ambiente e cintilava as cortinas, de tom nude.
Ninguém propõe a espiar aos lados. Uma atenção completa ao papel que o Magnos segurava com tanto afinco.

- Bom dia, alunos. É ... Ele dobrava e desdobrava o papel em suas mãos tremulas. Parecia tão nervoso.
- Sobre o ocorrido de ontem... Está tudo sobre o controle... -
- Já encontraram o assassino?! - Um garoto do fundo se propôs a fazer pergunta de um milhão de dólares.
Magnos deixou sua expressão caída e sua voz baixa.

- Não. Ainda não encontramos. Está sendo feita a pericia. E é esse o comunicado que tenho que fazer a vocês. -

- Então o assassino está a solta?! - Disse uma garota estérica no fundo. Magnos parecia tentar puxar palavras impossíveis em sua mente. Ele realmente parecia desconfortável.

- Tecnicamente sim... Mas... O que tenho a dizer a vocês é que toda a segurança será reforçada a partir de hoje.- Por um momento ele pareceu pensativo demais.- sussurrou para si - "Isso não ocorre faz anos." Garanto a vocês que tudo está sobre controle. Temos uma equipe grande trabalhando em busca dessas respostas, e nova normas estabelecida. - Compreendo seu nervosismo. Ser um diretor de um colégio após a morte de uma aluna, não deve ser nada fácil.

Depois de dar suas ultimas palavras, ele se dirigiu a até o professor e trocou poucas palavras baixas, com o que eu poderia jugar ser as suportas novas normas, e assim saiu, deixando todos inquietos, se olhando com dúvidas a ser esclarecida, causando uma desordem.
Isso parecia não me abalar como os outros. No momento acho que nada pode me abalar, com tudo o que aconteceu desde minha chegada aqui. Porém estou tão confusa quanto.
É absolutamente estranho. Sinto que tem algo de errado... com o lugar, mas o estranho mesmo, é que eu acho que tem algo de errado comigo.

Senti cutucos fortes em meu ombro, quebrando completamente meus pensamentos. Eu ignorei. Porém, novamente a pessoa cutucou-me impacientemente, aponto de quase atravessar-me. Eu me virei com um grande "PARA" em meus lábios. Mas quando me virei, me deparei com o Tomas, escorado entre a parede e a mesa, mastigando um lápis que parecia que já tinha sido triturando por um cachorro.
Ele estava usando a mesma jaqueta de couro de ontem e o cabelo escuro arrepiado para o lado, com seus olhos verdes marcantes e despreocupados.

- Você pode me emprestar uma caneta? -

Eu olhei para o lápis que estava em sua boca, em seguida olhei para os seus olhos, depois retornei a olhar ao lápis triturado em sua boca.

- Você já não tem um lápis? - Ele olhou para mim, arqueou uma sobrancelha.

- Prefiro escrever a caneta. Vai me emprestar? - Respondeu ele num tom persuasivo e impaciente.

Voltei em minha mesa e fui caçar uma caneta em meu estojo remendado onde havia apenas um apontador inútil e duas canetas, azul e preta, intactas. Eu me virei com a azul na minha mão. Mas aproveitei a brecha enquanto entregava a ele. Muitas coisas ainda estavam ocupando minha mente. E porque não a dele?

- Obrigado. - Ele descansou o lápis e retirou a caneta da minha mão e voltou a seus afazeres.
- Tomas. -
- Hum? -
- Sobre ontem... - Ele tirou os olhos do caderno, olhou para mim com olhar surpreso, olhou para seu redor e depois a mim, pressionou seu indicador sobre seus lábios, e sussurrou.
- Shhhiu. No intervalo a gente conversa. -
Ele também parecia "assustado" com isso. Mas e eu? Eu não me preocupava em estar sentada no lugar da falecida Mariana, ou de prestar algum depoimento. Toda essa situação me faz sentir responsável, mas hoje é meu terceiro dia, não faz sentido eu ter que me comportar igual a todos.

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⏰ Última atualização: Dec 15, 2019 ⏰

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