8. Ele é perigoso

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Como eu era sortudo.

Eram quase duas da manhã quando cheguei em casa, já esperava ficar de castigo pelo resto da vida, porém quando destranque a porta e abri, estava prestes a cair de joelhos e pedir mil perdões a minha mãe, porém a casa estava vazia.

Me desesperei, até encontrar um bilhete na geladeira.

Sua avó estava se sentindo mal e fomos dormir com ela por precaução, deixamos tudo trancado, seu jantar está na geladeira, esquente.
Nada de dormir tarde!
Ass: A dona desse lugar

Ri ao ler o bilhete, oh, adorava minha família. Iria ser péssimo brigar com eles por causa de horário, preferia que não soubessem. Agradeci ao cara lá de cima e fui para meu quarto, completamente esgotado.

Joguei minhas coisas em cima da escrivaninha e fui direto ao banheiro, ligo a luz, ao me olhar no espelho paro de respirar.

Meus cabelos estavam uma verdadeira bagunça ruiva, minha boca estava inchada e vermelha, algumas marcas em meu pescoço branquinho e achei até que minha pele estava mais brilhante. Roupas amassadas e uma expressão de ouro estase.

O que Max estava fazendo comigo?

Seja o que for,me fez rir de minha aparência acabada e logo me enviei no chuveiro, encarando ao teto com os olhos baixos. Levo os dedos aos meus lábios inchados, aí dá sentia a pressão dos de Max sobre eles. Havíamos nos beijado mais algumas vezes naquela noite e em todas elas por pouco mantive o controle.

Max me fazia quebrar todas as regras.

Ultrapassar os limites.

- Max... - seu nome sai como um pedido de meus lábios, fecho os olhos devagar, lembrando dá pressão de seus dedos em minhas coxas, a respiração pesada dele em minha pele e a voz rouca que se mandasse eu acabaria fazendo qualquer tipo de loucura. - hm...

Minhas costas quentes encontram a parede fria, deslizo os dedos por meu peito, abdômen, chego ao V e paro, olhando envergonhado para baixo para minha... Intimidade que havia se agitado, tão quente quanto o resto de meu corpo.

Constrangedor.

Meus dedos me desobedecem e o tocam, lentamente, numa carícia provocante e firme, mordo os lábios.

Max.

Seus sussurros ainda estavam em minha memória, suas mãos também, se fosse ele ali...

Oh merda.

Aperto meus olhos, tão excitado... Oh. Vou enlouquecer, por que Max não sai de minha cabeça? Por que de repente me sinto tão dependente dele?

Por que não paro de pensar naquele homem?

▪ ARRASTE-ME ▪

Meus pais chegaram cedo no dia seguinte.

Minha mãe, Cecília, parecia extremamente aliviada, apesar das evidentes olheiras, ela alegou que vovó estava bem, cansada a mesma me deu algum dinheiro e me mandou id a padaria comprar algumas coisas, ou não iríamos almoçar depois.

Meu pai, Ricardo, apenas afagou meus cabelos e subiu, esgotado ao voltar dá casa da sogra. Nossa família sempre se deu muito bem e confesso que eu também fiquei aliviado ao saber que vovó Clara estava bem.

Vesti um moletom por cima de minhas roupas casuais. Ainda era muito cedo, ainda por cima sexta-feira, haviam apenas algumas pessoas caminhando e outras levando o cachorro para passear na rua.

Esfrego meus olhos sonolentos, a outra mão segurando firme o dinheiro em meu bolso, ando devagar sobre as calçadas gastas. Haviam muitas árvores naquela região, nossa acidade era pequena, porém bem organizada.

A padaria fica a poucas quadras, mamãe havia pedido coisas simples como presunto e pão, seria bem leve de carregar. Bocejo, ao atravessar uma rua, faço uma careta ao sentir um cheiro forte e ruim. Tipo o nariz, meus olhos ardem e vejo fumaça, pouquíssima, mas o vento havia a soprado em minha direção.

Ergo os olhos na direção do cheiro, por trás de um muro velho vejo apenas um braço tatuado.

...Max?

Esqueci completamente o que tinha de fazer e fui em direção a ele, logo o braço sumiu de minha vista e eu acelerei meus passos, conseguindo ver novamente, não apenas o braço, mas as costas definidas por baixo dá regata branca e as tatuagem que lhe desenhavam até o pescoço. Os cabelos escuros para trás. Era Max sim!

Mas o que ele estava...

- ARG...! - ouvi o lamento de um homem.

Oh.

Caralho.

Max estava de pé, de costas para mim, em meio aos muros apertador e as sacolas de lixo entulhadas, ele chutava um homem que estava todo machucado, ensanguentado. O mesmo caído ao chão e implorando para que parasse.

Mas Max não parava.

Cada chute era pior, mais firme, em certo ponto o homem já não conseguia falar e só se encolhia.

— Max! — eu gritei seu nome.

No mesmo instante ele virou na minha direção e seus olhos dobraram de tamanho, seu corpo pareceu travar por alguns segundos.

Pan...

Eu o olhei, assustado, horrorizado, o pobre homem abaixo dele parecia estar perdendo a consciência. Minhas pernas tremiam tanto que não sabia como ainda estava em pé. Max abriu a boca, mas tornou a fechar.

Ele se abaixou na altura do homem é sussurrou algo que fez o mesmo repetir "perdão" várias e várias vezes enquanto tremia mais que minhas pernas. Max o largou e veio em minha direção, estava tão chocado que meus pés não saiam do lugar.

— Você vêm comigo. — ele disse e a única coisa que consegui fazer foi negar com a cabeça.

Max suspirou, passando a mão nos cabelos cheios de gel.

— Lamento Pan, você viu demais.

Não pude questionar o que aquilo significava, Max olhou para atrás de mim e antes que eu pudesse me virar, algo me atingiu com força no pescoço.

Minha visão se tornou um grande borrão, conseguia ver os olhos claros de Max sobre mim.

Logo tudo se tornou escuro.

▪ ARRASTE-ME ▪

Ops. Parece que a história começou, não é mesmo?

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