1. Ele é direto (tarado)

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LEIAM O AVISO

I. Estória minha, não se esqueça, plágio é crime.

II. Contém homossexualidade, linguagem imprópria, sexo explícito, entre outros.

III. O rapaz na imagem é o modelo Jimmy Quaintance, não possui nenhuma relação com a história, apenas sua aparência se aproxima de um dos personagens.

ARRASTE-ME

Max D'Angelo era um péssimo exemplo.

Não o pior dos piores, mas não era o tipo de cara que você podia apresentar aos seus pais sem ele ser expulso aos berros. Dos pés a cabeça, Max atraia olhares tortos, curiosos, e interessados, numa cidade pequena sua aparência era ainda mais chamativa.

Seu rosto, perfeitamente proporcional, era enfeitado por um par de cristalinos olhos azuis, sobrancelhas escuras e grossas, lábios medianos e um pouco avermelhados. Os fios castanho escuros de seu cabelo estavam sempre arrumados de uma forma diferente, porém ele usava e abusava do gel.

Mas tudo isso era comum.

O que atraia os olhares dos moradores daquela pequena cidade, principalmente os mais velhos, era a quantidade de tatuagens que cobriam seu definido corpo.

Ambos os braços e o pescoço fechados em tatuagens, pelas regatas que usava eu podia ver que também haviam no peito, porém nunca as vi completamente.

Costumava ver Max atrás do pub, com um cigarro na boca — nunca acesso — ele ficava encostado na parede vendo as pessoas passarem, quase sempre sozinho, outras vezes acompanhado de algumas pessoas de cabelos coloridos e tatuagens gritantes pela pele.

O pub ficava próximo a minha casa, eu saia da faculdade por volta das dez e meia da noite e passava perto daquele lugar todas as vezes, era um atalho, e de segunda à sexta via Max parado como uma estátua, apenas suas orbes se movendo e, todos esses dias, por alguns segundos elas se focavam em mim enquanto passava por aquela estreita rua.

Sempre quis falar com ele.

Porém meus pais me dariam uma grande bronca se sequer pensassem na ideia de que eu havia falado com o delinquente rabiscado da vizinhança.

O que posso fazer? O diferente me atrai, e muito.

E talvez o destino estivesse conspirando ao meu favor — ou seria contra? — por que numa bela noite de quinta-feira enquanto voltava de mais uma exaustiva prova, cortei caminho pelo pub, só queria chegar logo em casa e me jogar em minha cama para só acordar no mês seguinte.

Andava sonolento, torto e cansado, o vento frio fazia meu nariz congelar, meu corpo era aquecido pelo moletom com desenhos de astronautas que vestia, junto a uma calça jeans clara levemente folgada, seguida de meus tênis limpinhos. Minha mochila estava quase vazia, afinal, só haviam sido provas naquele dia e uma aula extra.

Meus passos era silenciosos, ainda era por volta das nove horas e a agitação no pub havia acabado de começar, o som já estava alto e bêbados gritavam as músicas com suas vozes falhas e desafinadas.

Max estava no lugar de sempre.

Parado como uma estátua, belo como uma pintura, e tão misterioso quanto um caso de Sherlock Holmes. Trajava roupas escuras e de tecidos leves, a cabeça encostada na parede descascada e os dedos envoltos em um cigarro apagado.

Arraste-meOnde histórias criam vida. Descubra agora