3. Ele é MUITO persistente

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— Aí, aí... Aí... Que droga Max, tá doendo!

— Você só precisa ficar quieto! — ele disse entre dentes, concentrado.

— Mas dói!

— Claro que dói, é bem grande.

— Tá muito inchado, é normal ficar grande assim? Aí!

— Só fica quieto!

Ele empurrou novamente a sacola super gelada contra minha testa inchada, porém eu não aguentava e logo me afastava, estava frio demais!

— Manhoso. — Max riu e deixou aquele inferno gelado de lado, me encarando fixamente.

— Que? — eu massageava o galo que havia ficado ali.

— Você é uma gracinha assim, gemendo.

Acertei uma tapa em sua nuca e ele resmungou, mas acabou rindo. Seus olhos parecia ter até décimas intenções, o mesmo inclinou o corpo para frente, bem pertinho de mim.

Me encolhi no sofázinho da loja que estava sentado, quase me fundindo ao mesmo, meu pescoço sumindo ao me encolher. Max parou a centímetros de meu rosto, me encarando despudorada, ele lambeu os lábios e os ergueu.

— Manhoso.

Soprou meus olhos e eu fiz um barulhinho irritado com a garganta, fechando as pálpebras rapidamente e o empurrando.

— Sai, peste!

Max gargalhou alto o suficiente para me arrepiar e largou os braços em cima das costas do sofá, numa pose relaxada, seus olhos cristalinos em momento algum desviavam dos meus.

— O que um garoto como você fazia andando naquelas ruas, hm? Não sabe que essas ruazinhas de terra são perigosas?

— Não sou idiota, é claro que sei! — cruzo os braços, ao franzir a testa ela dói e solto um choramingo. — mas passando por elas diminui a metade do caminho para minha casa!

Max ergueu uma sobrancelha, seus dedos longos tatearam o bolso da própria calça e de lá ele retirou um cigarro, o girando entre os dedos.

— Achei que fosse mais esperto. — levou o cigarro apagado aos lábios. — Sacrificar uma vida inteira por alguns minutos a menos de caminhada? — ele encarava uma das estatuetas pequenas de Buda que havia na loja. — estou decepcionado menino Pan.

— Bom isso não é dá sua conta! — curto e grosso, Max fazia minha paciência e educação serem arremessados na lama em segundos.

— Uow, a criancinha está mostrando seu estilingue! — ergueu as mãos, sua voz transbordando sarcasmo.

Oh, pequena estatueta velha de Buda, me dê paciência ou vou usá-la para empalar esse desgraçado.

— Você é irritante assim mesmo, de natureza? — revirou meus olhos pela sei lá que vez naquele dia.

— Apenas com meninos perdidos. —um enorme e cafageste sorriso preencheu seus lábios perfeitos.

Cruzo os braços, indo para o mais longe que podia dele, ainda naquele sofá.

Sua tia, que descobri se chamar Rose, depois de praticamente me apalpar todo, falando coisas como "arrumadinho" ou "limpinho", se enfiou numa das portas dá lojinha e o cheiro de incenso duplicou. O ar já estava ficando pesado e uma nuvem de fumaça se acumulava no teto do lugar.

— Hm. Já está muito tarde, melhor eu ir. — me levanto de uma vez, agarrando meus livros e mochila. — obrigado pela... Ajuda? — não sabia ao certo o que falar, afinal, foi o susto que ele me deu que fez-me dar de cara com o poste!

— Foi um prazer ajudá-lo, Flinn. — sua voz ficou alguns tons mais baixo quando pronunciou meu nome.

Ignorei o arrepio que me causou, mas não evitando ter os olhos fixos em seus lábios milimetricamente proporcionais. O vi morder os mesmos e meus olhos se demoraram ali, descendo para seu pescoço tatuado, a clavícula marcada exposta pela regata que usava, a forma como a peça de roupa caia sobre seu corpo me permitia ver vários dos deliciosos músculos escondidos.

— Eu sei que gosta do que vê. — ele disse, me retirando de meu transe.

Meu rosto corou furiosamente, fundindo minhas bochechas aos meus cabelos, eu abri e fechei a boca diversas vezes, gaguejando fortemente, enquanto ele no olhava com a expressão presunçosa e convencida.

— Seu... V-Você... Argg!!! — eu passei correndo por ele, quase arrancando a porta da lojinha e escapulindo da mesma.

Esse maldito! Fica bagunçando meus pensamentos! Apenas passo vergonha em sua frente!

Bato em uma de minhas bochechas com a mão livre e respiro fundo, olhando para frente.

— Não se deixe levar, Flinn! — digo para mim mesmo, mantendo me foco, vou para casa.

Chega de Max para mim!

Sinto minha bunda vibrar e quase grito pelo susto, mas era apenas meu celular. Enfio a mão no bolso e o retiro.

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Franzi a testa, quem me mandaria algo aquela hora? Somente Will, e com certeza ele estava hm.... Bem ocupado com o Tora a essa hora.

Gancho do seu S2: você fica tão lindinho todo vermelhinho

Quem era esse?! Eu nunca salvei esse contato!

Gancho do seu S2: a propósito, você vai sair comigo depois da aula amanhã Flinn Santiago Sanchez do curso de direito da universidade estadual de *******.

Arregalo os olhos e num ato desesperado abro minha bolsa, porém não encontro minha carteira.

Aquele filho dá puta me roubou!!!

Eu: Devolva a minha carteira seu maluco!!!

Gancho do seu S2: Devolvo amanhã, venha depois antes da aula

Eu: Não vou mais voltar aí! >:(

Gancho do seu S2: Oh que pena
Achei umas coisas tão legais na sua carteira
Você era um bebê lindo
Quem anda com foto de BB na carteira Flinn??
Acho que vou tirar cópia e guardar
Hm não
Vou imprimir um poster e colar na porta da loja

Eu: tá tá eu vou
Mas não faça nada
Seu maluco

Gancho do seu S2: Ótima decisão Pan
Viu só? Nem foi difícil
Te vejo amanhã ruivinho fogoso
Tapa nessa sua bunda deliciosa

...AAAAAAAAAAAAAAARRRRGGGG!

EU ODEIO ESSE HOMEM!!!

Arraste-meOnde histórias criam vida. Descubra agora