Era noite e Max me deixou preparar o jantar.
Ele costumava fazer a comida, porém dessa vez havia me permitido o fazer, acariciando meu rosto e sussurrando palavras encorajadoras, dizia ele que estava louco para provar de minha comida. Beijou-me, acabando por me tomar mais uma vez antes de me deixar ir a cozinha.
Não houve muita dor como dá primeira vez, porém haviam consequências do dia anterior, meu corpo estava dolorido, aonde ele havia tocado estava arroxeado e alguns pontos inchados, entretanto por algum motivo curioso não fiquei irritado ou o culpando por isso.
Havia sido bom para nós dois, certo? E quando ele me tomou a pouco, oh, céus, foi como me agarra as nuvens e ser puxado de volta a terra, seu calor me queimou e sua boca degustou-me avidamente, fora algo lento. Ele me dobrou sobre a cama, seu quadril se movia bem devagar, até colar ao meu, nossos corpos quentes e suados firmes em um som, a melodia sensual de sua voz se unia a minha num dueto erótico, Max revelou uma sensualidade que eu não sabia que poderia ter.
Esses pensamentos giravam em minha cabeça enquanto cortava o queijo que colocaria no risotto, era um prato que gostava bastante e tenho certeza de que ele também adoraria.
Cantarolava baixinho, certo que não conseguia me mover confortável como queria, afinal ainda estava bem dolorido, vestia apenas a peça íntima e o avental, se eu me olhasse veria um festival de manchas vermelhas e roxas para todos os lados, preferia me concentrar na comida.
Uma cantiga veio a minha cabeça, sorri, balançando as mãos devagar, pego a travessa cheia de queijos e jogo os pedacinhos dentro da panela fumegante de arroz, o queijo se derretia contra o mesmo, dava água na boca.
— O tempero! — me alarmei, abrindo os armários a procura do mesmo, certamente que havia algum tempero por ali, já havia visto Max usando. — perfeito. — pego o mesmo, o provando, só um pouco seria o suficiente.
Havia feito um gostoso caldo de legumes para misturar ao risoto, estava tão ansioso para que Max degusta-se! Ele cozinhava tão bem, era a minha vez de mostrar meus talentos. Sorri, segurando o molho e em seguida a tigela com o caldo numa das mãos, distrai-me brevemente lendo o rótulo do molho, depois conferindo se estava na validade, o mesmo ainda era lacrado.
Todavia minha distração foi o suficiente para esbarrar com o pé na pequena lixeira que havia próxima a pia, no chão, gritei assustado, derrubando o molho para um lado e batendo a tigela contra a panela que estava ao fogo, todo o arroz fumegante foi jogado ao chão, esparramando, a queda fora alta e ecoou por todo o lugar, ouvi o barulho de vidro se quebrando, a tigela e o frasco do molho haviam ficado em pedaços.
Ouvi passos rápidos em direção a cozinha, Max surgiu, apenas com uma brief preta, o corpo molhado, ele xingou baixinho ao pisas num caco pequeno de vidro, se inclinou para trás e retirou facilmente o mesmo.
Calçou os chinelos que estavam próximos a porta e veio em minha direção.
— Max eu... — tentei falar.
Ele me bateu.
Firme.
Porém não havia sido de uma forma boa, não havia sido num momento de prazer, seus punhos haviam me acertado de forma impiedosa e raivosa, ferindo-me, sangue escapou de meus lábios e me encolhi ao que ele me chutava, os pontapés em minha barrica me arrancavam gemidos sofridos e só conseguia chorar.
Ele me bateu.
Aquele não era meu Max.
Ou era?
Max finalmente parou, arfando, seu peito subia e descia rapidamente, os punhos cerrados tão firmes que as veias saltavam. Me encarou, passando a mão sobre a testa suada puxando os cabelos para trás, ajeitando os mesmos, seus olhos pareciam vermelhos, cheios de raiva e confusão.
— Você... — mais uma vez sua voz cheia de ódio soou, eu solucei, esperando apanhar mais, todavia ele parou de falar e se abaixou ao meu lado.
Estendeu a mão e a aproximou de neu rosto, me encolhi, apertando os olhos e tremendo, mas sua mão apenas me acariciou a bochecha dolorida, o encarei e ele apenas me olhava com uma expressão suave, seus olhos contrários aquilo estavam cheios de conflito.
— Por que você não pode só fazer tudo direitinho, goiabinha? Fico tão irritado quando erra, você deve ser perfeito. — me agarrou pelos cabelos com força, erguendo minha cabeça. — não me decepcione Flinn, você é melhor que isso.
Me largou, se levantando as mãos aos cabelos mais uma vez a mão sobre o cabelo, parecia um toque nervoso, eu nem me movia, todo o meu corpo latejava de dor. Minha vista turva e minha respiração atrapalhada por meu choro silencioso.
— Levante, vá tomar um banho e depois venha comer, eu vou arrumar isso. — ele disse e se virou, ignorando-me completamente, eu podia ver que suas costas ainda estavam tensas, seus músculos ressaltando, ele ainda estava violento.
Me encantei rapidamente, aos tropeços, abraçando meu próprio corpo e soluçando aos correr desequilibrado para o quarto.
Entrei no quarto fechei a porta do mesmo, puxei meus cabelos, nervoso, mesmo cheio de dor peguei a cadeira que ficava na penteadeira e a prendi por baixo dá maçaneta, bloqueando a porta, mas não era o suficiente, puxei a penteadeira, o baú e a cama, bloqueando a porta, joguei o travesseiro e o cobertor no chão, chorando, me enrolei no mesmo e deitei no chão em posição fetal.
Tremi, ouvindo os passos de Max no corredor, ele bateu na porta.
— Que barulho foi esse Flinn? -— ouvi ele forçar a maçaneta. — Flinn, por que a porta não abre?
Ele forçou mais algumas vezes, eu fiquei calado, apenas chorando, o ouvi bater na porta, a empurra e logo o barulho de seus chutes foram ouvidos, a mesma tremeu, mas não o suficiente para ser arrancada, o material era muito bom.
— FLINN ABRA ESSA MERDA AGORA! — ele berrava e outra pancada forte se ouviu, ele deveria estar jogando seu peso contra a porta. — ESTOU MANDANDO!
— ME DEIXE EM PAZ! — gritei, tapando os ouvidos, me encolhendo na coberta. — EU TE ODEIO!
Ele tentou derrubar mais algumas vezes, numa dessas a porta rachou um pouco, mas não abriu, todos os móveis a seguravam bem, sei que era questão de tempo até ele abrir, porém...
Eu não quero vê-lo nunca mais.
▪ ARRASTE-ME ▪
Oi amores, o capítulo saiu mais rápido do que eu imaginava.
I. Mais três para o fim!
II. Comecei uma nova estória sobre o romance entre um homem e um robô num mundo futurista daqui há milênios, quem quiser ler está lá no meu perfil!
Obrigada por lerem e até o próximo capítulo ;)
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Arraste-me
Ficção AdolescenteISSO NÃO É UM ROMANCE. Max era sinônimo de encrenca. E eu, é claro, tinha que me apaixonar. "- Alguém cai nas suas cantadas? - Até hoje elas nunca falharam, ruivinho."