O Colar Misterioso

218 21 3
                                    

Estava cismado com o que aconteceu, a noite foi longa, mas finalmente todos aqui foram dormir, queria eu mesmo dar um jeito de checar a situação toda. Era pouco mais de 0h00 min. quando todos estavam dormindo, Helena já tinha ido embora e eu era o único a manter-se acordado ainda.

Girei de um lado a outro na cama olhando a todo instante e olhava para o relógio ao lado da cama que custava a passar as horas, peguei meus chinelos coloquei uma jaqueta e desci vagarosamente até a sala em busca da chave, meu coração pulsava acelerado dentro de meu peito, parecia estar cavalgando a altíssimas velocidades. Ao chegar à sala quase derrubei o vaso de flor que minha mãe sempre deixou ao pé da escada, o susto foi enorme, chegou até escorrer uma pequena gota de suor pela minha testa, a limpei com as costas das mãos e parti em direção a estante, meu pai deixava a chaves ali, principalmente a minha. Apalpei a estande na parte de cima da TV buscando pela chave.

Senti-as em meus dedos e com isso as puxei rapidamente, levei alguns segundos para destrancar a porta, foram os segundos mais demorados que já vivi, o tempo parecia não passar, e a todo o momento imaginava alguém flagrando a minha fuga (para a minha sorte aquela porta da sala sempre foi muito silenciosa) assim que vi que estava destrancada a abri e tranquei-a logo em seguida. Andei pelo jardim como se fosse um criminoso, a rua estava completamente desértica e isso me fazia sentir calafrios assustadores, lembrava do lobisomem e do ataque que sofri daquelas pessoas estranhas.

Cheguei ao lado da mureta que divisava minha casa com a de Victoria, a casa estava silenciosa também, e esse silencio todo me assustava ainda mais, pulei a pequena mureta, fui até o quintal da casa dela. Peguei meu celular e liguei a lanterna dele para clarear ali (meu celular tinha uma lanterna bem forte, minha ficava uma fera quando resolvia ligar ela) procurei por algo estranho ali, mas nada encontrei, alem de bagunça, coisa típica das casas da vizinhança. Olhei para o lado e encontrei algo que me chamou a atenção, era um cordão, ele estava todo sujo de sangue e terra, o peguei e coloquei dentro do bolso

Esbarrei em algo e isso caiu no chão, fazendo um enorme barulho, rapidamente olhei para cima e vi a luz do quarto, ou seja, lá qual for o cômodo que estava acima de mim ascender, procurei por algum lugar para se esconder, mas não encontrava nada.

A medida que o tempo ia passando o meu pânico aumentava, uma adrenalina estarrecedora tomou conta do meu corpo, e em um segundo olhei para o lado e vi a mureta, ela seria minha salvação dali, apaguei a lanterna na mesma hora, a luz da varanda onde eu estava ascendeu repentinamente, e a porta se abriu, vi o rosto de Victoria, consegui me esconder atrás da parede, escorreguei muito até conseguir me esconder ali

- Quem foi o engraçadinho? - disse com raiva

- O que foi prima?! - gritou Mauro de lá de dentro

- Algo caiu no chão - eu nesse momento olhei pelo canto da parede para ver se ela havia olhado para essa direção em que eu me escondia

- Ei você ai! - disse Victoria apontando a luz do farolete em direção onde eu estava - Pode vir aqui ou eu chamarei a policia - nesse momento meu corpo todo congelou, não conseguia pensar em mais nada, e nem conseguia me mover

- Saia logo - aumentou seu tom de voz

Corri em disparada até chegar à mureta e a pulei, consegui me esconder no outro lado, ela não conseguiu me alcançar, na correria acabei machucando o joelho, nem sei que desculpa daria a todos em casa assim que vissem isso, corri para a varanda e rapidamente abri a porta, destrancar ela agora foi muito rápido, e a tranquei logo que entrei, respirava ofegantemente desesperado, o suor corria pela minha testa até chegar aos contornos do meu rosto, rapidamente limpei os pés e tirei o chinelo, com isso subi para o quarto.

Livro I: A Vizinha MisteriosaOnde histórias criam vida. Descubra agora