Livro I: A Vizinha Misteriosa

O Segredo de Mauro

    Ao por os pés para fora me senti muito melhor, porém vi um animal feroz correndo em direção a mim passar perto de mim, Victória me puxou para dentro de sua casa.
 
   - O que foi Victória? - perguntou o homem levantando rápido do sofá
   - Aquele bicho vem vindo de novo! - disse assustada
   - Mas não é noite e nem tem lua cheia - disse ele encarando Victória

P.V.O NARRADOR

    Duas semanas antes. . .

    A criatura colossal tinha pelos negros por todo o corpo, sua aparência era de um lobo muito enorme possui dentes tão brancos quanto a neve e o focinho grande deformado escondia um desejo insaciável por sangue, matava por esporte. Essa mesma criatura seguira Victória e Mauro (o homem misterioso) por todos os lugares onde tentavam começar uma vida tranquila, não importava o que faziam nada ajudava eles a se livrar desse inimigo, ele nunca vinha sozinho, sempre estava acompanhado de uma enorme alcatéia.
      Mauro até cogitou a ideia de conversar com um membro do Conselho da cidade onde haviam vivido.

   - Você enlouqueceu? - disse Victoria totalmente cega de raiva e medo
   - Prima escute aqui! Eles podem nos odiar, mas sei de alguém ali que pode nos ajudar, essa pessoa mora numa cidade pequena chamada Kalvom ele e a família dele pertencem ao Conselho daquela cidade, mas podem nos ajudar - disse Mauro esperançoso
   - Por que acha que o Conselho nos ajudaria? Eles vão querer algo em troca e sabemos bem o que é! - gritou enfurecida - Se você os procurar irá sentenciar nossa morte - sentou-se no sofá ainda tremendo por conta do medo que estava sentindo vorazmente
   - Acontece que agora as coisas mudaram pra mim - pegou um copo pequeno, colocou gelo e um pouco de uísque de uma velha garrafa que guardava há anos
   - Agora! Mas e lá frente? Você sempre muda e volta a agir de modo infantil e nos coloca nessas confusões, a maioria das vezes quem nos salvou foi eu! - lançou sobre ele um olhar de desaprovação

     Mauro no fundo sabia que Victória estava certa e que sem dúvida o Conselho iria cobrar por essa ajuda, era o que faziam, sempre auxiliavam os que precisava inicialmente de graça, mas depois o preço vinha e tinham que lidar com as consequências de tudo isso, porém Mauro estava convicto de que conseguiria salvar a ele e sua prima.
     Pegou seu belo carro preto, um carro dos anos 1990 e partiu para a cidade ao lado sem Victória saber sobre isso, para isso ele esperou a noite cair e assim foi de maneira clandestina conversar com o membro do Conselho que ele acreditara que ajudaria ele a conseguir se livrar desse problema. O caminho até a outra cidade não era longo e durante a viajem Mauro ligou o rádio.
    Ao chegar na cidade de Kalvom ele foi encontrar-se com Moreira, um dos membros do Conselho daquela cidade

   - Olá Moreira! - disse ao estacionar seu carro próximo a ele
   - O que você quer Mauro? Sempre que vem falar comigo é pra conseguir um favor! - disse olhando para ele sério como sempre (Moreira era um homem de 50 anos, era influente entre os membros do Conselho, de preferência com os líderes, ele possuía cabelos brancos e seu corpo ainda era atlético apesar da avançada idade)
   - Não pense que eu só venho atrás de você pra isso. . . - disse descendo do carro
   - Diga logo o que quer!
   - OK! - fez uma pausa - Olha você está me devendo um favor lembra? Então eu vim cobrar esse favor! Pode me ajudar com a Victória? - disse sério e calmo
   - Dependendo do que está querendo posso ver o que da pra fazer! - disse pegando o isqueiro para acender o cigarro
   - Só estamos precisando de um lugar seguro pra morar e sei que essa cidade não tem sido o foco do Conselho por que não tem tido problemas por aqui! - fez uma longa pausa - Presumo que possa ajudar!
   - Verei o que posso fazer, lembre-se que se o Conselho descobrir isso você terá que pagar pela ajuda, mais cedo ou mais tarde e corro o risco de minha cabeça rolar - disse colocando o cigarro na boca, dando uma leve tragada e depois lançando uma baforada leve no ar.

     Moreira o cumprimentou, ambos conversaram mais e ele o levou de carro até a casa que conseguiu para morarem.
   - Essa casa pertenceu a família Mayson - apontou para a velha casa de madeira escura a sua frente que possuía rosas no jardim, jogando a bituca de cigarro na rua logo em seguida
   - Essa está ótimo, só preciso falar com minha prima, guardamos um dinheirinho da última vez que moramos numa cidade tranquila

     Eles saíram dali no momento e Moreira prometeu mostrar a casa para ele no dia seguinte de manhã, Mauro concordou e voltou para a sua casa de carro após essa conversa com ele.
     No caminho ele estava a pensar sobre como convenceria sua prima a ir morar ali naquela casa e como ele teria conhecimento de que aquela cidade seria segura para eles morarem. . .

     P.V.O MANUEL

     Eles não me disseram nada e simplesmente me empurraram para dentro, Victória estava assustada, nunca tinha a visto assim, a criatura enorme e disforme veio para cima deles.
     Mauro pegou um cabo de vassoura e contra atacou o animal que veio veloz para cima dele. Encarei tudo olhando pela janela, mas o medo que senti no exato segundo que a criatura olhou para a janela foi muito maior e me escondi, nunca vou me esquecer daquela figura aterrorizante.
     Dentes enormes e brancos além de serem pontiagudos, pelos negros que estavam levantados, o seu focinho era enorme, e sua estatura muito maior do que um lobo comum, logo ouvi barulho de pessoas gritando e correndo para todos os lados desesperadas por conta do bicho.
     Lembrei-me que foi essa mesma criatura com as mesmas características que me atacou no cinema, olhos dourados e desalmados, repentinamente o local todo ficou silencioso, e ouvi barulho de um carro parando na casa de Victória, subi minha cabeça lentamente, ainda com o coração aos pulos e a respiração ofegante e suando muito, ao fazer isso vi um homem que parecia ter por volta de uns 50 anos, tinha cabelos brancos e sua pele era clara.
     Ele veio em direção ao homem misterioso, e apenas o que eu ouvi foi, o lobisomem será abatido, meu corpo todo gelou no momento, pela primeira vez acreditava que lobisomens eram reais e não só isso, estive cara-a-cara com a morte por conta de um, mas por que ele me atacou dessa maneira? Após essa pequena conversa Victoria entrou com o homem misterioso, o de cabelos brancos foi embora. Ela me encarou

   - Espero que ele não tenha ouvido nada - disse o homem misterioso
   - Não ouviu não! E mesmo que tenha ouvido ele não falará nada a ninguém - disse Victoria, lançando sobre mim um olhar que me fez estremecer por inteiro
   - Eu não falarei nada a ninguém sobre o que ouvi aqui, nem sei o que ouvi e vi - disse encarando-a assustado ainda
   - Acho bom jovem - disse o homem vindo em minha direção, Victória fez sinal para ele parar
   - Manuel você deve voltar pra sua casa agora, sem questionamentos - disse abrindo a porta

     Quando ela abriu a porta senti um vento quente bater em meu rosto e me sentia ainda com muito medo, olhava ao redor apreensivo temendo que o lobisomem aparecesse, minha respiração estava ofegante e irregular, sentia meu corpo todo arrepiar-se e uma gota de suor se formou em minha testa durante esses poucos metros que separava minha casa da de Victoria, caminhei até chegar no portão de casa e o abri lentamente.
     Entrei em casa e não queria pensar em mais nada, tudo que eu queria era adormecer e acordar no dia seguinte com tudo isso sendo apenas um pesadelo. . .

No proximo capitulo mais segredos envolvendo Victória serão revelados espero que todos vocês meus caros leitores tenham uma ótima leitura e um dia maravilhoso