A Chegada de Tio Tom

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  Ao abrir a porta vi meu pai animado conversando com meu tio, ele me encarou sorridente, logo fui correndo para abraçar ele.

   – Olha só como esta o meu sobrinho! – disse me dando um abraço bem apertado, era típico do meu tio, ele freqüentava academia e costumava fazer demonstrações de força até mesmo em forma de abraço, pintou os cabelos de tons de grisalho (que segundo ele era um charme a mais no seu visual, sempre foi uma pessoa vaidosa até demais), tinha os cabelos lisos e 46 anos de idade alem de ser uma pessoa muito alta, eu tinha que erguer-me nas pontas dos pés para abraçar ele

   – E ai tio como estão as coisas com a editora?

   – Estão indo tudo no caminho certo, finalmente fechamos mais um contrato com um jovem escritor, poderia ser você Manuel esse jovem – disse me dando leves tapas nas costas

   – Não sei se daria certo tio – disse pensativo, realmente com as coisas que tenho passado daria para criar uma boa obra de terror, mas nunca tive muita vocação para escrever mesmo – Não mesmo tio, pensei na possibilidade, mas não da mesmo

   – Tudo bem, pelo menos o seu pai fará parte da editora

   – Eu ouvi isso Tom! Fico feliz que já me considera da sua editora – disse meu pai lá da cozinha com a voz tomada pela empolgação

   – Claro que considero irmão, você sempre teve vocação pra escrita, pena que nem Manuel e nem Katherine tenha essa mesma vocação

   – Provavelmente Helena e Manuel me darão netos com a minha vocação – disse meu pai mais animado ainda

   – Quer dizer que tenho uma sobrinha nova na família? – disse meu tio me olhando sorridente

   – Ainda não tio, meu pai costuma apressar as coisas

   - Falando nisso vamos lá buscar a tua namorada Manuel – disse meu pai surgindo ali na sala

   – Claro pai!

   Meu pai logo pegou as chaves do carro e foi diretamente a garagem junto comigo, estava precisando mesmo de algo para distrair minha cabeça, até por que coisas apavorantes aconteceram comigo por esses dias, Helena tem sido uma grande amiga para mim, e realmente quero que aconteça de começarmos a namorar mesmo, chegamos na casa dela em alguns minutos. Helena estava linda com um vestido roxo e estava com uma maquiagem forte no rosto, tudo isso a deixava ainda mais bela, ela entrou no carro assim que chegamos e buzinamos.

   Cumprimentamo-la assim que entrou, a beijei na bochecha e ela sorriu para mim, fomos em silencio no carro até que meu pai o rompeu ao ver Helena e eu juntarmos nossas mãos.

   – Helena você e Manuel formam um par bonito sabia disso?

   – Claro senhor Vasconcelos – disse tímida

   – Pai a Helena é tímida – ri ao ver seu rosto ficar vermelho

   – Tudo bem Manuel! – disse tentando disfarçar a timidez

   – Chegamos crianças! – disse meu pai assim que parou de frente a nossa garagem

   Eu desci com Helena, a encarei e fomos caminhando juntinhos em direção a nossa casa, ela encostou-se em meu ombro direito e estava sorrindo o tempo todo, continuamos até que abri a porta e entramos em casa, meu tio encarou Helena muito empolgado e admirado com tamanha beleza.

   P.V.O Narrador

   Victoria estava pensativa, ligou a TV para tentar acalmar-se, porem parecia ter sido em vão, sentia certa raiva de não ter uma vida diferente dessa que levava. Mauro estava sentado no sofá ao lado junto com ela assistindo a programação da televisão.

   – Sempre quis que nossas vidas fossem diferentes, essa perseguição esta me deixando completamente com medo e confusa

   – Victoria você acha que eu estou feliz com tudo que vivemos?

   – Não o culpo por nada meu primo, você tem me ajudado e muito

   – Eu faço o que posso ta bom? Faço sacrifícios para nos manter vivos

   – E eu não sei disso? – gritou enfurecida com ele

   – Victoria o que você quer? Quer uma vida como a dos vizinhos? Pois saiba que jamais teremos essa vida – levantou-se enfurecido e pegou um pequeno copo colocou gelo e uísque

   – Nunca quis ter a vida que os vizinhos tem, só queria uma vida mais normal

   – Nunca teremos isso Victoria – disse bebendo um pouco do uísque

   Ambos se encararam silenciosamente, o peso do silencio caiu sobre eles, Mauro saiu dali dominado pela raiva, pouco depois que ele saiu Victoria foi até a janela de sua casa e encarou a casa de Manuel, a noite estava caindo lá fora e a casa parecia estar animada, sentiu certa raiva do vulto que a seguia, do homem maldito que queria fazer-te tanto mal, Victoria jogou uma de suas garrafas de vinho contra a parede. Ao abrir a porta para levar os cacos para o lixo ela viu uma pessoa na rua, era o homem que a seguia. Assim que ela correu para a direção a porta. Ao olhar para o local onde o homem estava não havia ninguém

   – Calma Victoria! Ele não te achou! – disse para si mesma em voz alta

   – Ele não pode encontrar você

   Seu corpo todo tremeu, sentiu um calafrio subir por todo o corpo, trancou a porta e voltou aos seus pensamentos confusos.

   P.V.O Manuel

   O jantar estava animado, e todos sorridentes. Após o jantar eu e Helena fomos para a varanda, sentamo-nos nos bancos da varanda.

   – Seu tio é bem engraçado!

   – Sim, tio Tom sempre foi maluco! – disse rindo e pegando nas mãos dela

   – Manuel eu quero que. . . – disse, mas a interrompi com um beijo, nos encaramos sorrindo um para o outro

   – Não precisa dizer, eu há tempos queria fazer isso – disse segurando seu queixo

   – Obrigado por esse jantar incrível de hoje Manuel – seus olhos estavam brilhando e muito, Helena encostou-se em meu peito e a envolvi com meu braço esquerdo, ajeitando-se no banco para encostar as costas na parte de trás do banco, estava doendo por conta da corrida de hoje

   – Eu que agradeço por ter vindo Helena

   – Manuel eu ainda tenho tido pesadelos com aquela noite do cinema, não consigo esquecer tudo que passamos, o horror que encaramos, estou com tanto medo de aquilo nos atacar novamente – disse se aproximando mais – Pelo menos me sinto segura com você e isso me faz bem

   – Sempre a protegerei, não importa o que acontecer Helena, eu sempre irei proteger você de tudo, até mesmo daquela criatura diabólica que nos atacou

   – Obrigado por ser tão incrível comigo – me beijou logo em seguida

   A noite estava tranquila e a lua era cheia, ouvimos apenas um uivo ao fundo e ficamos temerosos, toda noite de lua cheia seria agora um motivo para ficarmos temerosos, mesmo que fosse apenas um lobo na mata, o nosso temor não passaria. Abracei Helena fortemente, sentia que estava com medo, a todo o momento tentava manter a tranqüilidade para que ela sentisse segura comigo, mas no meu intimo estava com mais medo do que ela, tudo o que queria era proteger ela de tudo que estava a me acontecer.

   Helena ficou mais tranquila, pouco depois decidimos entrar, estava receoso de que algo poderia acontecer ali. Helena entrou primeiro e eu logo em seguida, mas antes de entrar vi dois olhos vermelhos me encarando, eles vinham da direção da casa de Victoria, rapidamente entrei assustado, tentando disfarçar o que estava sentindo no momento



                              Oi pessoal obrigado por chegarem até aqui, que todos vocês tenham uma boa leitura e uma boa tarde, galerinha espero que estejam gostando dessas mudanças na historia, com essa ediçao que fiz nela ela tem ficado com uma pegada mais suspense, terror e mais sombria do que a anterior e espero que tenha ficado otima pessoal 

Livro I: A Vizinha MisteriosaOnde histórias criam vida. Descubra agora