A minha tranquilidade se foi no dia em que a putinha e mimada, da Rebecca J. Warner, a princesinha da escola que se dava bem com todo mundo só por que era linda passou a agir diferente, de forma totalmente repentina ela parou de ser o que era, largou a popularidade, e os seus seguidores babacas.
Fez de forma tão repentina que o rancor de todos naquela escola aumentou drasticamente, parecia que sem ela todos ganharam um ego próprio, já não podiam mais alimentar o dela.
A Rebecca passou a ignorar todo mundo, menos os professores, no fundo ela ainda queria ser uma boa aluna, mas boa só para manter a aparência de princesinha por dentro e ganhar os professores. Como havia dito ela passou a agir estranho, ela não olhava para ninguém, durante os intervalos a cabeça baixa em um livro ou no celular, mas ao mesmo tempo sempre com atenção a sua volta para não sofrer o rancor dos outros. Era a todo momento, soquinhos, tapas, puxões de cabelo, rasteiras... Alguns garotos chegavam ao ponto de passar as mãos nela, era como se fosse um assédio sexual por dia.
Tudo isso chamou a minha atenção, era muito preocupante, mas eu não senti pena ela merecia um pouco disso, por tudo que ela já havia feito de errado e injusto, enquanto todos estavam ganhando raiva dela agora eu já tinha guardado a muito tempo.
Nunca que eu iria revidar, mesmo com todo aquele delineador e sombra a Rebecca tinha os olhos voltados pra mim, aqueles olhos de pena me enchiam de raiva, era difícil de se segurar e não ir fazer ela parar com isso a força.
Cheguei ao limite, juro ninguém me deixava com raiva, além dela naquele colégio de merda, passaram a comparar ela comigo, só que versão gótica e eu andava pela escola e ficavam dizendo "agora que o rei já tem sua princesa(como se eu fosse pai dela), quem é a rainha?!" o mais escroto é que foram os antigos "amigos" dela tenho a dizer que ela merecia um pouco desse sofrimento, mas seu chega. Eu não queria mais saber dessas frases ridículas sendo ditas por aí e fui tirar satisfação com a Rebecca.
Só que não rolou, ia fazer isso depois do intervalo, matei aula e fui na aula de Ed. Física dela, não a achei... Resolvi ficar sentado numa árvore do pátio do jeito que sempre faço quando estou na Ed. Física, mas depois de tempo senti um peso caindo em mim, era ela de frente pra mim sentada no meu colo de uma forma muito sexual olhando nos meus olhos, enquanto eu fazia uma cara de 'QUE MERDA TÁ ACONTECENDO AQUI?!', na verdade só não fiz essa cara como já ia gritar isso para ela. Assim que abri a boca a Rebecca colocou a mão no meu cabelo, eu travei no "que..." E simplesmente deixa ela levar meu cabelo para trás da orelha e me beijar enquanto se segurava no meu rosto, não ia deixar aquilo passar de forma tão leve e a segurei pela cintura logo começou a ficar mais intenso... Fomos parando aos poucos e quando acabou ela cochichou um "tchau" na minha orelha e foi embora, não a vi o resto dia.
Não achei que tinha realmente acontecido, agora nem tinha como descrever o quão sem noção ela foi, eu não queria nada com a Rebecca e agora, mesmo não falando nada, tava sempre a minha volta, sei muito bem que fui um filho da puta, mas era isso o que queria, ela longe de mim.
Ignorei ela de um jeito que nenhuma mulher iria gostar de você depois disso, eu realmente a odiava, e só porque nós éramos amigos de verdade, melhores amigos, até que ela passou a ser a "princesa putinha" que deixava todos ao seus pés, ela me deixou pra trás quando se transformou, eu me senti traído não foi fácil perder uma melhor amiga de infância.
Já que a transformação para a princesa rolou quando tínhamos uns 9 anos, a partir daí começou meu sofrimento e o início do que ela chamava de orgulho e ego, ela se alimentava disso praticamente.
Voltando ao assunto: incrivelmente ela não parou e me pediu desculpas, fez isso várias vezes, toda hora e a cada uma eu me irritava mais e mais e começou a ficar pior quando ela me relembrava as inúmeras coisas que aconteceram comigo por culpa dela... Não foram poucas, mas pra mim a pior de descobrir foi a que ela mandou fazerem bullying comigo, o início do meu sofrimento. Bateram em mim por alguns anos... Ela ainda piorou o meu estado quando repetiu a exata frase que falou a eles antes que pudessem fuder com a minha vida "acabem com o Gabriel, façam ele não querer mais falar comigo, mas tem um porém não estraguem o rostinho... há e não deixem ele saber que eu disse isso".
Só pararam no dia em que eu revidei e demorei pra fazer isso, só um ano antes dessas desculpas acontecerem.
Eu estava mais que puto, e estava quase explodindo, tinha que falar algo. Ela tinha chorado enquanto me pedia desculpas e ela desabou nas lágrimas quando a segurei nos ombros e simplesmente gritei enfurecido e colocando toda culpa nela "FOI POR ISSO QUE EU APANHEI DE CINCO CARAS DESDE A PRIMEIRA SÉRIE!", ainda tinha mais a dizer "SÉRIO! Que o resultado da nossa amizade foi eu não ter o meu 'rostinho' machucado, estou certo em te odiar até agora" nesse ponto já tinha me acalmado e tinha levado minhas mãos a cintura dela e terminei com "Mas eu estaria muito errado em não te perdoar... isso era tudo que queria e também sei por que está com esse olho roxo, não quero que ninguém sofra o que eu sofri".
O bullying que rolou comigo estava indo pra ela, na verdade estava sendo até pior, sempre sendo zuada por mudar drasticamente... Eu vi ela levando aquele soco no intervalo, não fiz nada, a Rebecca querendo ou não merecia apanhar nem que fosse só uma vez, foi isso que ultrapassou o limite o "uma vez" já tinha durado demais e ela não revidava, só deixava acontecer, não havia mais coragem.
A procurei por um bom tempo, ela se esconde muito bem, ou não, talvez eu tenha sido idiota o bastante de não ter ido olhar naquela árvore do pátio... Logo de longe mesmo começamos a nossa discussão até ficarmos próximos e acontecerem as desculpas, a indignação, as lágrimas expostas por ela enquanto eu exalava raiva e no final nossas mãos se encontrando em nossos corpos, ela quieta e a faço parar de chorar quando, mesmo com arrependimento falo "eu te perdoou, mas não faça o que eu não quei-" a Rebecca não me escuta e me puxa para mais um beijo.
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Mudanças Pelo caminho
Teen FictionPor volta dos meus 15 anos sempre fui diferente visualmente para as outras pessoas, eu era aquele mais cogitado como, o esquisitão que tá sempre sozinho. Realmente eu só queria ficar na minha de forma calma e não me meter em briga ou provocações nov...