Eu decidi ir atrás da Rebecca, nem que eu só conseguisse a amizade dela, eu só queria estar perto dela. Eu liguei para a faculdade dela, já que ela tinha me dado o cartão de lá, aquele cartão já amassado de ficar nas minhas mãos por todo esse tempo. Lembro bem de deixar o cartão largado por ai em qualquer ligar para eu nunca ligar pra lá e poder ver ela novamente, mas algo sempre me impedia e eu pegava o cartão de volta, teve uma vez que a July o jogou fora, sem querer (eu acho), e o Freddy recuperou pra mim, ou seja eu mesmo.
A faculdade me deu o número dela depois de eu mentir e dizer que eu era irmão dela, eles não dariam o número dela para qualquer um. Logo fiz contato e me mudei para California e ficamos morando juntos em um apartamento, acabamos nos tornado apenas amigos, passamos bastante tempo falando do que aconteceu nos últimos anos, percebemos que não tinha mais aquela mesma atração de antes, o que era uma merda.
Só que isso começou a mudar e um tempo depois voltamos a ter aquele amor, mas não tínhamos a coragem de voltar atrás e como era antes, não tínhamos coragem de ser felizes juntos novamente... e pra esquecer essa decepção, nada além de nós ficarmos toda hora drogados, alcoolizados e sempre arrumando alguém para uma transa.
Eu olhava para Rebecca todos os dias e quando menos percebi já era dezembro e ela passou a ter um olhar de decepção amorosa a todo momento, na época eu não intendia, até que chegou o dia em que eu desisti de me segurar, pensei nela a noite inteira, e percebi os detalhes que ela contava nas suas histórias, nos gestos e jeito de falar e ela sempre mudava quando era pra mim, talvez eu só estivesse louco.
Eu não sei o que deu em mim, mas eu parei de ver aquele especial de natal horrível e sai daquela merda de apartamento e fui até aquela porra de boate que ela ia todas as sextas, só para encontrá-la... Eu sabia que ao chegar lá, ela poderia estar com outro, mas foda-se eu só iria parar naquele dia se a Rebecca realmente estivesse com outro.
Eu estava certo, foi o que aconteceu, assim que entrei ela saiu por de trás de mim sem nem perceber eu ali, eu não tinha o que fazer agora além de ficar naquela boate lotada de merda, não tinha como eu sair da li a tempo, depois disso me senti acabado e acabei isolado em um canto que tinha uma mesa e duas cadeiras. Achei que só conseguiria encher a cara depois do que aconteceu.
Fiquei falando para mim mesmo no canto algumas vezes "No que eu estava pensando, sério que eu cogitei fazer isso justo no natal, que ridículo!" depois calei a boca e só pensei nisso a noite inteira, parecia que estava me castigando, Até que um cara se aproximou de mim, cabelos cumpridos um pouco abaixo dos ombros com tranças coladas de um lado, parecendo estar raspado. Ele olhou para mim com um sorriso amigável e disse "Oi Gabe!", eu me levantei um pouco no susto, mas percebi, era o Charlie e ele estava mais alto que eu.
Ignorei o fato de eu achar estranho ele estar ali, pois já éramos bons amigos. Ficamos conversando e bebendo juntos e quanto mais conversávamos mais a gente se soltava, acabei até cotando que me passei por ele para poder falar com a Rebecca. Quanto mais passava o tempo mais ele me olhava de um jeito que fazia eu me sentir especial, a conversa foi se tornando cada vez mais íntima a cada copo que tomávamos.
Um tempo depois completamente bêbado me senti estranho, parecia que a minha amor por ela havia ido para ele, a última coisa que me lembro, antes de vê-lo deitado ao meu lado na cama hoje de manhã, é que quando começou a tocar 'but it's better if you do' ele me puxou para dançar, e estava sendo legal era apenas dois homens dançando, mas na metade da música, por alguma razão eu me aproximei e durante toda aquela parte da música, nós estávamos nos beijando, achei que fosse parar por ali.
Não consegui, levei o Charlie para o apartamento e eu não parei a noite inteira, fizemos uma trilha de roupas que ia da sala até meu quarto no apartamento. Eu realmente queria alguém e se eu não posso ter a mulher perfeita, fiquei com o homem, que é o primo dela.
Lembro que quando acordei fui tomar um suco e quando estava escorado no balcão da cozinha, ele apareceu mexendo nos olhos com umas das mãos de forma bem fofa usando e usando apenas a minha camiseta, aquela preta que eu tenho desde os 15, ele começou a me provocar, levantamento lentamente a camisa. Eu disse "você não deveria estar usando isso." Larguei o copo no balcão e fui na direção dele tirei a camisa e o beijei levando-o para trás até o sofá. A Rebecca chegou logo após sentarmos juntos no sofá com Charlie por cima de mim, ela fingiu agir normalmente e ainda disse sorrindo para nós "aproveitem!", um sorriso muito falso.
Charlie quis ir embora após isso, peguei as roupas dele e ele foi embora. Eu coloquei uma calça e ainda estava um pouco puto pela reação dela, já que ela fez o Charlie ir embora (acho que foi por essa razão), Me acalmei fui até o quarto da Rebecca, assim que entrei ela pediu para eu ficar parado então fiquei logo em frente a porta quando a fechei. Ela olhou nos meus olhos e disse exatamente isso "Você sempre foi tão legal comigo, sempre me amou.", ela veio para perto de mim e continuou enquanto passava suas mãos no meu corpo "Eu sempre adorei suas tatuagens, seu corpo, seu jeito." Disse normalmente e logo sussurrou "Eu te amo." ela foi se aproximando da minha boca, olhei para ela e fiz uma cara de raiva, me afastei dela até bater na porta e me sentei no chão com as mãos na cabeça, ela se assustou e se afastou também até sentar, eu vi isso e fechei os olhos para não saber como ela estava me olhando.
Eu discuti e briguei com ela a manhã inteira ela gritava comigo por que ainda estava bêbada, dizia que eu estava errado por não querer mais ela e pôr e por ficar com outra pessoa sendo que ela não ficava com ninguém por minha causa. Aquilo era mentira, me levantei e gritei isso pra ela, eu gritei o que eu daquela noite e ela admitiu, agora eu e ela chorando no quarto até eu sair de lá cheio de raiva.
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Mudanças Pelo caminho
Teen FictionPor volta dos meus 15 anos sempre fui diferente visualmente para as outras pessoas, eu era aquele mais cogitado como, o esquisitão que tá sempre sozinho. Realmente eu só queria ficar na minha de forma calma e não me meter em briga ou provocações nov...