Era pouco mais das onze, eu estava na cozinha preparando algo para o almoço. Minutos atrás minha mãe havia ligado, avisando que não viria mesmo almoçar em casa. Ela teria uma reunião com o artista que exporia na galeria e seu agente, desse modo, teria que me virar com o almoço.
Cozinhar é algo que adoro fazer. Relaxa-me. E até que eu mando bem na cozinha. Isso não sou eu quem diz, mas minha mãe, Gil, a mãe dele e até as minhas outras amigas, que acham que mando muito bem com as panelas. Todos vivem dizendo que eu daria uma ótima chefe de cozinha, e que deveria optar pelo curso de Gastronomia ao invés de Biologia como é da minha pretensão cursar. Mas a verdade é que cozinhar é somente um hobby para mim. Minha paixão mesmo é a Biologia. É nisso que quero me formar!
Enquanto ligo o forno para colocar para assar à torta de frango com queijo que terminei de fazer, escuto a campainha tocar. Ponho a torta no forno, programo o tempo exato dela ficar ali assando e depois disso, vou à sala para atender a porta. Não me surpreendo quando abro e vejo Gilberto ali.
- Oi!
- Oi, Gil!
Antes que eu o convidasse para entrar, Gilberto já havia feito isso. Ele é de casa mesmo pra quê cerimônia?!
- Está sozinha?
Notei Gilberto olhar ao redor, como quem procura alguém. Eu podia imaginar quem fosse. Era óbvio que curioso como ele é, viria até a minha casa somente para conhecer a hóspede que estava aqui.
- Sim!
- E a sua hóspede?
Não disse! Ele veio aqui somente para conhecer a garota! Mas eu não estava nem um pouco a fim de ficar falando nessa peste!
- Nem me fale dessa hóspede! – bufei jogando-me no sofá.
- Ave Maria, amiga! O que houve? – Gilberto me indagou, sentando-se ao meu lado no sofá.
- A garota é insuportável e abusada demais. Além disso, ela ainda é chata, irritante, mandona, vive me chamando de quatro olhos... Tá bom pra você isso? Porque se quiser mais eu te digo, já que a lista de coisas desagradáveis que eu poderia dizer a respeito dela não tem fim.
- Meu Jesus Cristo!... Resumindo, você não a suporta!
- Não mesmo!
- Olha, mas você não está exagerando um pouco não?
- Não!
Eu relatei ao Gil como foram minhas últimas 24hs, desde o momento em que a minha hóspede pôs os pés aqui em casa até hoje de manhã. Contei para o meu amigo, tintim por tintim, de tudo. E ao final, ele me deu razão principalmente, quando falei da camisa.
- Essa garota é uma peste! Misericórdia, senhor!
- Ah, ela é sim!
- E o que pretende fazer, amiga? Contar a sua mãe essas coisas?
- Não. Isso, eu não vou fazer!
- Mas devia.
- Não quero bancar a ‘’filhinha-da-mamãe’’, Gil. Além do mais, minha mãe se encantou com essa Juliette, precisava ver. Ela a trata como se fosse uma filha, sendo que só a conhece há um dia.
- Senti uma ponta de ciúmes nas suas palavras. Por acaso está com ciúmes da sua mãe, amiga?
- Claro que não! Tá louco? Só fiz um comentário!
- Sei!
Gilberto pareceu não se convencer muito com o que eu disse. Mas a real, real de verdade? É que lá no fundo, eu começava a sentir ciúmes agora. Em 24hs essa estranha conseguiu ganhar a minha mãe instantaneamente.
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A Hóspede Insuportável Que Roubou Meu Coração! [Versão Sariette]
FanfictionLIVRO 1 A adolescente Sarah Andrade vê sua vida tranquila e monótona virar de cabeça para baixo quando a sobrinha de uma amiga de sua mãe vem se hospedar em sua casa. Juliette Freire é aos olhos de Sarah uma pessoa abusada e sem noção, que vai irri...