Por que essa amiga da minha mãe teve que pedir justo a ela para hospedar sua sobrinha?
Será que ela não tinha outras amigas para pedir isso?
Aquela garota ia fazer da minha vida um inferno, eu podia prever ou pior, sentir isso! Talvez ela fosse até uma versão piorada da Karol! Meu terror dessas férias!
- E então quatro olhos, a gente vai entrar ou não?
- É Sarah! Me chame de Sarah.
- Prefiro quatro olhos. – ela retrucou com um ar irônico.
- Mas eu não! Tenho nome sabia?
Não ia deixar aquela garota ficar me chamando assim. Já bastava ter que ouvir da Karol na escola isso e nerd, agora teria que ouvir dessa estranha e pior, dentro da minha própria casa? Definitivamente, não!
- Tudo bem, não precisa ficar nervosa.
- Eu não tô nervosa!
Pior que eu já estava nervosa. Na verdade, muito nervosa com aquela criatura, comigo, com a tia dela que pediu a minha mãe para hospedá-la aqui e até com a minha mãe que aceitou aquele ser na nossa casa.
- Não é o que tá parecendo, mas enfim... Eu vou te chamar de Sarah se você prefere assim, quatro olhos. Ops, foi mal!... Chamei você de quatro olhos de novo... Ih! Chamei de novo, desculpa!
Ela ria se divertindo com isso e eu cada vez mais a odiando.
Deus me ajude para aturá-la durante um mês!
Sem dizer nada, peguei a grande mala dela e saí arrastando para dentro de casa, e deixei para aquela garota chata, a missão de fechar a porta.
- Sua casa é bonita!
Ouvi aquela garota comentar após fechar a porta e dar uma olhada geral na sala espaçosa e recém decorada. Há quatro meses minha mãe tinha mandado dá uma boa reformada na casa e o resultado havia ficado incrível. Nossa casa parecia novinha em folha!
Abstive-me de agradecer ao elogio e disse para a garota me seguir, pois lhe mostraria o quarto onde ficaria. Em silêncio, eu seguia puxando duas malas que no caso, eram: uma a garota e a outra a mala com os pertences dela. Chegando ao cômodo, uma desagradável surpresa, a garota começou a espirrar por conta do cheiro da tinta que, diga-se de passagem, era imperceptível para mim, mas não para a garota. Ela começou a espirrar.
- Eu sou alérgica a esse cheiro de tinta, não posso ficar aqui. Não enquanto esse cheiro ainda estiver presente.
- Mas nem dá pra sentir o cheiro.
- Pra você não dá, mas pra mim sim! Tenho olfato muito aguçado, que nem os cachorros.
Eu bufei, porque nem dava realmente para sentir o cheiro de tinta. O vendedor ainda disse para mim e minha mãe que aquela tinta secava em vinte quatro horas. Então em dois dias não haveria cheiro algum.
- Onde vai ficar então? Só tem esse quarto, o sótão e o porão.
- Posso ficar no seu quarto e você fica nesse até o cheiro sumir.
Minha boca se abriu lentamente, formando um gigantesco e surpreso ‘’O’’.
- Como é? – indaguei segundos depois do impacto de ter ouvido tais palavras dela.
Eu realmente estava chocada com tamanha cara de pau daquela garota.
- Ai, não seja mal-educada e me empreste seu quarto. Sou uma hóspede, lembra?
- Uma hóspede muito da abusada, não acha?
Ela riu debochada. Pode uma pessoa ser tão cara de pau assim? Pensei que só a Camilla fosse assim. Essa garota ultrapassou com larga vantagem a minha amiga!
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A Hóspede Insuportável Que Roubou Meu Coração! [Versão Sariette]
FanfictionLIVRO 1 A adolescente Sarah Andrade vê sua vida tranquila e monótona virar de cabeça para baixo quando a sobrinha de uma amiga de sua mãe vem se hospedar em sua casa. Juliette Freire é aos olhos de Sarah uma pessoa abusada e sem noção, que vai irri...