- Não mesmo, Ker!
Neguei. Mas sem total convicção do que disse. Porém acho que a Ker não notou isso. Ou pelo menos torcia por isso.
Eu tinha consciência de que Juliette e eu éramos diferentes demais, como dois pólos opostos. Portanto, não tínhamos nada a ver. Todavia, o que eu não tinha era tanta CERTEZA se realmente a gente nada tinha a ver. Às vezes até parecia que tínhamos! E em outras não! Eu estava confusa.
- Ontem, enquanto observava vocês duas se falando paradas aqui na porta da sua casa, eu percebi o quanto vocês parecem mais entrosadas e próximas.
- Acho que você está viajando legal, Ker.
Desconversei, pois sabia lá no fundo que isso que Kerline acabava de dizer, tinha um pouco de verdade. Eu mesma sentia essa proximidade toda e esse entrosamento. Inclusive, a gente não brigava mais tanto, apenas divergia, mas agora isso era feito em tom de brincadeira e não de picuinha como antes. E até já conseguíamos nos se entender bem mais.
Entretanto, não quis admitir a Kerline isso para não dá mais margem para a imaginação dela. Estava mais do que claro que ela se encontrava com ciúmes de Juliette, e eu não ia tacar mais álcool em algo que já estava queimando.
- Tomara que sim mesmo. - ela me murmurou antes de tomar meus lábios e me beijar demoradamente. - Me desculpa! - pediu após o beijo.
- Pelo quê?
- Por essa cena toda que acabei de fazer.
- Tudo bem, Ker. Vamos esquecer isso, pode ser?
Ela assentiu e mais uma vez me beijou, mas dessa vez não foi demoradamente.
- Quer sair comigo à tarde? - Propus.
Com certeza, a Juliette deve ter topado sair com a Pocah e eu não ia ficar sozinha em casa. Então por isso, decidi chamar a Ker para sair.
- A gente pode ir a praça ou se você quiser ir à outro lugar, a gente vai.
- Por mim tá ótimo a praça.
- Que horas dá pra você ir?
- Depois das quatro. A minha mãe chega do trabalho esse horário e assim meu irmão fica com ela.
- As quatro e meia então, eu te busco na sua casa.
- Minha casa é tão longe, né?
- Bastante!
Ambas sorrimos.
- E o jantar ontem, como foi? Você nem me mandou mensagem ou ligou contando.
Caramba! Eu tinha esquecido disso. Me peguei vendo as fotos de ontem com Juliette e conversando com ela, que nem lembrei que havia dito que ligaria pela manhã para a Ker.
- Desculpa por isso. Mas o jantar foi bom. O tal Phillip parece ser uma boa pessoa.
- Que bom!
- Deu pra eu perceber o quanto ele faz bem a minha mãe e isso, é o que importa pra mim ainda que... me custe aceitar que minha tenha alguém.
- Você vai superar isso. Vai ver!
***
Estávamos almoçando em silêncio, pois desde a visita da Ker que o clima entre Juliette e eu ficou estranho. Parecíamos até duas desconhecidas compartilhando a mesma mesa. De repente, ouvimos barulho da porta da frente ser aberta e a voz da minha mãe chamar pela gente.
- Na cozinha! - gritei para ela. Segundos depois, ela aparecia ali. - Veio almoçar em casa, mãe?
- Que nada, querida. Vim rápido buscar um documento. O rapaz que faz isso pra mim não estava na galeria então tive que vir eu mesma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Hóspede Insuportável Que Roubou Meu Coração! [Versão Sariette]
FanfictionLIVRO 1 A adolescente Sarah Andrade vê sua vida tranquila e monótona virar de cabeça para baixo quando a sobrinha de uma amiga de sua mãe vem se hospedar em sua casa. Juliette Freire é aos olhos de Sarah uma pessoa abusada e sem noção, que vai irri...