Capítulo 5

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Acordei no dia seguinte péssima. O pensamento de que aquela garota estranha estava desfrutando do meu quarto e usurfruindo da minha cama macia, me deixava mais péssima ainda. Eu ficaria naquele quarto apenas mais uns cinco dias no máximo, já tinha deixado bem claro isso para a minha mãe. Mais dias, além disso, eu não ficaria! Queria meu quarto de volta, porque não queria ver aquela estranha fuçando as minhas coisas.

Levei dez minutos para tomar coragem e levantar da cama, depois levei mais dez para arrumar a cama, porque gosto de cama BEM arrumada, com a colcha bem lisinha. Minha mãe diz que tenho TOC, porque eu fico arrumando tanto a cama e alisando a colcha para que fique lisa, que às vezes isso demora minutos. Porém, não paro de arrumá-la enquanto a danada da cama não estiver extremamente arrumada. Ou isso é TOC mesmo como minha mãe diz, ou perfeccionismo demais! Prefiro ficar com o perfeccionismo.

Assim que olhei para a cama e vi que estava do meu gosto, eu me dirigi para a porta e saí do quarto. Segui até o meu que ficava no outro corredor, a fim de pegar uma muda de roupa para vestir depois que tomasse um bom banho.

- Garota, abre essa porta! Quero pegar uma roupa. – bati na porta mais porque a mesma se encontrava trancada, do que propriamente por educação. Aquela garota não merecia minha educação.

Sério, levou quase cinco minutos para aquela garota infernal abrir a maldita da porta. E isso, eu já tinha chamado incontáveis vezes e ela somente me gritava de lá de dentro ‘’já vou’’ e nunca vinha.

E quando enfim, ela abriu a porta, eu tive uma desagradável surpresa. A tal de Juliette estava usando simplesmente uma camisa minha! Justo a camisa que Gilberto me deu no meu último aniversário. Era uma camisa xadrez na cor vermelha e preto!

- Quem te deu a permissão de usar a minha camisa?

Mas era muito abuso mesmo!

- Bom dia pra você também, quatro olhos! – seu sorriso debochado fez o meu humor azedar logo cedo.

- Já disse que é pra me chamar de... Sarah!

- Tá, desculpa.

Ela me deu as costas e rumou até o espelho que ficava na porta do guarda-roupa para terminar de passar o delineador no olho.

- Ainda não me respondeu. Quem te deu permissão pra pegar minha camisa e usá-la sem meu consentimento? – eu indaguei, fechando a porta do quarto e parando alguns passos de distância atrás da garota e assim, nós nos encarávamos pelo espelho.

- Eu ia te pedir pra usar, tá legal?

- Ah, jura?! Quando? Se você já está com ela.

Ironizei, cruzando os braços enquanto encarava Juliette que estava se arrumando para sair. Ela passaria o dia na casa da tia com as primas. Minha mãe a levaria na casa de Adélia, já que era caminho para ela até a galeria. Ao menos hoje, não teria que aturar a presença desse troço aqui em casa.

De verdade, era o segundo dia dela aqui e eu já queria aquela garota fora dali. Lembrei do dia de ontem e do quanto ele foi desagradável tendo a companhia daquela garota. Ela passou o dia todo na minha cola, querendo papo, algo que eu não queria com ela. E o pior, é que minha mãe ainda me mandava dar atenção a Juliette.

- Olha, eu encontrei essa peça jogada atrás da cama. Achei que ela combinava com o meu short jeans e meu tênis, por isso eu acabei pegando pra usar. Ela é uma peça bonita! Sabe que para uma nerd até que você tem um bom gosto para camisa?

- Tira! – ordenei.

Ela não sairia com minha camisa nem se o Papa Francisco me implorasse para deixar.

A Hóspede Insuportável Que Roubou Meu Coração! [Versão Sariette]Onde histórias criam vida. Descubra agora