Não era para minha mãe estar ali ainda. Pela minhas contas ainda faltavam uns bons minutos para ela chegar em casa.
Jesus! Será que ela chegou bem mais cedo e viu Juliette e eu dormindo juntas?
- Até que enfim as duas acordaram!
Putz!
Essas palavras dela já foram a resposta perfeita para a pergunta que me fiz mentalmente.
- Quero conversar com vocês. Venham e sentem-se aqui.
O tom da minha mãe ao falar, era sério, bem sério.
Arrisquei um olhar à Juliette e ela parecia tão sem jeito quanto eu estava com a presença da minha mãe ali nos encarando como se fôssemos duas suspeitas de um crime ediondo.
- Vamos, se aproximem. Eu não vou morder vocês. Quero apenas conversar.
Ela abrandou mais a voz e suavizou sua expressão, percebendo que seu modo de abordagem anteriormente usado, tinha nos intimidando.
Juliette e eu seguimos até onde minha mãe estava e nos acomodamos juntas, no sofá em que ela se encontrava.
- Faz tempo que a senhora chegou? - arrisquei em perguntar.
- Sim. O compromisso que teria no trabalho foi cancelado e vim mais cedo pra casa. E ao chegar aqui... - ela se remexeu no sofá como se houvesse nele espinhos lhe furando. - Estranhei o silêncio na casa. Tratei de procurá-las e fui surpreendida, encontrando as duas dormindo na sua cama, Sarah, com roupas jogas pelo chão do quarto. Roupas estas que suponho serem as que vestiam.
- Mãe...
- Vocês transaram, não foi?
Sabe aquele momento em que você quer ter uma varinha mágica e fazer um feitiço para sumir? Pois é, esse é o momento para mim.
- Sim, mãe.
Mesmo sem jeito com a situação e principalmente, com aquela pergunta à queima-roupa feita por minha adorável mãe, eu tomei a frente na resposta daquela sua pergunta. Se eu tentasse mentir ali não daria certo, porque ela já tinha sacado tudo mesmo. Então mentir não era uma opção acertada a seguir. Assim optei pela verdade, porque era a única solução.
- Essa foi a primeira vez que isso aconteceu entre vocês? Não quero mentiras, somente a verdade.
Minha mãe revezava seu olhar incisivo entre Juliette e eu. O tom de voz dela não era mais intimidador como quando se pronunciou à primeira vez para gente. Ela agora falava amavelmente. O que facilitava para eu contar a verdade.
- Sim. Foi a primeira vez.
Mais uma vez fui eu quem respondeu.
- Eu devia imaginar que isso fosse acontecer. Vocês... duas jovens namoradas... sozinhas nessa casa a maior parte do tempo, ia dar nisso mesmo.
- Mãe, a senhora não acha que foi melhor a gente ter feito aqui do quê escondido em outro lugar?
- Com certeza, foi melhor. Mas se eu não tivesse pego as duas no seu quarto, teriam me contado o que aconteceu?
- A gente estava falando disso ainda pouco no quarto da Sarah, tia.
Pela primeira vez Juliette se pronunciou.
- Ah, é mesmo?
- Sim, mãe. A Juliette disse que eu tinha que lhe contar. E eu ia fazer isso, só que depois que ela tivesse indo embora daqui.
- Por que só quando ela tivesse ido embora? - minha mãe nos encarava com curiosidade.
- Porque eu pedi pra ela isso, tia. - Juliette se adiantou à mim na resposta.
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A Hóspede Insuportável Que Roubou Meu Coração! [Versão Sariette]
FanficLIVRO 1 A adolescente Sarah Andrade vê sua vida tranquila e monótona virar de cabeça para baixo quando a sobrinha de uma amiga de sua mãe vem se hospedar em sua casa. Juliette Freire é aos olhos de Sarah uma pessoa abusada e sem noção, que vai irri...