O Irmão Postiço (Thomas Sangster)

Desculpas

Pov Mona

  Barulho de buzina. Eu odeio barulho de buzina, um dos motivos de eu odiar cidades grandes é esse maldito som. Acabo de me lembrar que estou em Nova York, é engraçado quando  passamos a noite em um lugar diferente e por uma fração de segundo não se lembrar porque esta ali, mas aí logo entende tudo. Abro os olhos e estranho o local. Pera ai, aqui não é meu quarto. Sinto um peso na minha cintura e vejo um braço em meu corpo. Involuntariamente eu grito, eu sei que é Thomas, mas eu estou no modo "acabei de acordar" e aquele braço me cercando me assustou, muito.

-O que diabos você esta fazendo?- Thomas grita assustado.

-Você...tava me...-eu pulei da cama enquanto me enrolava nas palavras. -Abraçando!

-O que você esta fazendo no meu quarto? Ninguém entra no meu quarto. -ele disse sério, foi exatamente o que ele disse ontem, só que ele estava dez vezes mais grogue.

-Não se lembra de ontem?-perguntei cruzando os braços contra o peito.

-Puta merda! Eu te levei pra cama? -ele perguntou assustado.

-Não! -gritei repugnada com a ideia.

-Ei, não grite, eu to de ressaca. -ele colocou a cabeça de novo no travesseiro. -Agora sai do meu quarto, ninguém entra aqui gracinha. -ele diz ainda com a cabeça enfiada no travesseiro.

-Você é um ingrato Thomas. -digo indignada diante da atitude dele, eu esperava pelo menos uma melhora na nossa relação.

-Tanto faz. Sai. Agora. -ele estava ficando irritado.

-Tudo bem, da próxima vez eu chamo o seu papai! Idiota. -vou em direção da porta e a bato com força propositalmente, apenas para irrita-lo. Consigo ouvir os gritos do meu  novo irmão:

-Vai se fuder! -sorrio ao ouvir a irritação dele, para provoca-lo ainda mais um pouquinho eu fechei minha mão e dei um soco forte suficiente na porta para irrita-lo. Ouço os passos furiosos de Thomas marchando em direção de sua porta. Ele a abre com a expressão nervosa.

-O que você esta fazendo? -sua voz estava irritada e sonolenta. Estava formulando uma resposta afiadíssima quando a porta do quarto de Michael se abriu, ele esta se espreguiçando mas parou imediatamente quando nos viu.

-Que gritaria é essa? -Michael ajeitou os seus óculos.

-Controla sua irmã, coloca na coleira, tranca em um quarto, eu sei lá! Só tira do meu pé! -Thomas apontou para mim, um nó se formou na minha garganta. Por que? Por que eu estava tão abalada com o que ele tinha dito? Só podia ser TPM. Eu estava prestes a chorar, então corri para meu quarto e tranquei a porta, me encostei na mesma e escorreguei até sentar no chão. Foi ai que eu coloquei tudo para fora, do modo mais silencioso possível, eu estava odiando tudo. Queria minha antiga vida de volta. Ouço batidas na minha porta.

-Me deixa Michael. -digo tentando controlar minha voz tremula.

-Mona...-consigo ouvir a voz do meu irmão, tão sofrida quanto a minha.

-Depois eu falo com você, prometo. Só preciso ficar sozinha. -digo respirando fundo, com sucesso consegui controlar minha voz.

-Tudo bem. -Michael entendeu o recado, ele sabia que eu precisava focar sozinha. Eu levanto do chão e vou até meu colchão e deito, preciso dormir. Dormir sempre é o melhor remédio. Quando menos eu esperava, já estava em um sono pesado.

Pov Thomas

Mona entra no quarto com uma cara péssima. Eu não disse nada demais, apenas a verdade. Ela estava me irritando, qual o problema dela? Garota estranha, entra no meu quarto e ainda quer que eu seja legal com ela? Me poupe.

-O que você fez? -O idiota de óculos me pergunta com arrogância.

-Não fiz porra nenhuma. -cruzo os braços contra o peito. -Só precisava dizer algumas verdades pra sua irmãzinha, ela é irritante.

-Ela não é assim! -ele da um passo na minha direção. Há, ele acha que vai me assustar?

-Que tal ao invés de tentar tirar satisfações comigo, que só disse algumas verdades, não tenta falar com ela? -O que? Por que eu sugeri isso? Geralmente eu ligaria o foda-se e voltaria a dormir. Por que ainda estou aqui para vendo o idiota tentar falar com ela? Michael bate na porta da garota.

-Me deixa Michael. -consigo ouvir uma voz abafada e tremula.

-Mona...-O irmão dela diz de uma forma que parecia que ambos sentiam a mesma coisa naquele momento, como se carregasse parte da dor dela.

-Depois eu falo com você, prometo. Só preciso ficar sozinha. -Mona diz com um tom melhor na voz, como se realmente Michael tivesse tirado um pouco do seu fardo.

-Tudo bem. -Michael diz sem sucesso. Ele se vira e olha diretamente nos meus olhos. -Escuta aqui, irmãozinho. Eu não sei quem você é, o que tem de errado com você e não me interessa. Eu quero que saiba que se você fizer algum mal para ela eu não respondo pelos meus atos.

-Nossa, estou morrendo de medo. -digo ironicamente.

-Não se envolva com a minha irmã! Ta ouvindo? -ele da um passo em minha direção e aumenta o tom de voz.

-Tanto faz. Ela que não se meta no meu caminho.-antes que ele tivesse chance de falar algo, entro no meu quarto e fecho a porta.  Alguns flashs de ontem vem a tona a minha mente. Lembro-me de chegar bêbado em casa e ir diretamente para porta do quarto dela, ela me lembra a Leila. Eu precisava dela, precisava da Leila de volta. Mas por algum motivo eu fui até o quarto da Mona, eu sabia que não era a Leila, mas eu sentia que ela podia me ajudar. Ajudou, ela me ajudou a não ser pego pelo Brian. Caramba, eu estaria fodido. Ok, eu realmente fui idiota com a garota.

POV Mona

Lentamente eu abro meus olhos, já devem ser umas onze da manhã. Logo as lembranças do que aconteceram vieram a tona, Thomas é um completo babaca. Decido me levantar para ir conversar com meu irmão Michael, ele deve estar preocupado, meu corpo estava virado para a parede então levanto do colchão e me espreguiço, ao me virar em direção da porta me deparo com Thomas encostado na porta fechada do meu quarto. Ótimo, a hora do pesadelo começou.

-O que você esta fazendo aqui? -pergunto seca encarando a porta atrás dele, me recusando a olhar em seus olhos.

-Bom dia, margarida. -ele diz em tom de deboche.

-Como entrou aqui? Eu tranquei. -digo olhando agora para o chão.

-Digamos que já arrombei várias portas, mas isso não vem ao caso. -ele diz se aproximando de mim, meus pelos se ouriçaram. O que ele iria fazer? Que cara abusado!

-Ow, olha pra mim. -levanto meu olhar e encontro meus olhos nos dele. -Bem melhor, né gracinha? -Ele dá um sorriso de canto.

-Não me chama assim. -digo desviando dele com a intenção de sair do quarto, ele da risada e segura de leve meus ombros me impedindo.

-Espera, eu to brincando. Eu preciso dizer uma coisa. -dessa vez é ele que não encarava meus  olhos.

-O que você quer? -pergunto ainda o encarando. Ele levanta o olhar para poder me encarar, mas parece tão perdido quanto eu.

-Eu quero...sobre ontem a noite, sabe..eu -ele estava tão confuso que achei até um pouco cômico.

Queria ver até onde ele iria chegar.