Quase Beijo

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Corro dentre as pessoas tentando abrir caminho. Não quero que ele me siga. Que coisa mais clichê, Mona, penso enquanto desvios de um grupo de garotas. Ele não vai me seguir! Desacelero o passo e tento andar normalmente, mas é quase impossível, pois a multidão me impede de caminhar, pois todos estão concentradíssimos com seus passos de dança um pouco alterados. De repente sinto uma mão se fechar no meu pulso e meu coração da um pulo, Thomas realmente me seguiu. Me viro em direção da mão e meu coração murcha quando vejo que é apenas um cara que não conheço.

-Tá perdida, lindinha? –o rapaz aproxima o rosto do meu ouvido e consigo sentir o cheiro de álcool. Ótimo. Seus olhos azuis, que me encaram de cima a baixo, estão quase imperceptíveis, pois suas pupilas estão extremamente dilatadas.

-Tentando encontrar meu irmão. –respondo enquanto tento livrar meu pulso, mas aparentemente o cara tem uma certa força.

-Ah, deixa ele. –ele deposita a outra mão na minha nuca. –Vamos curtir.

-Não, obrigada. –tento desviar do péssimo hálito do sujeito.

-Mas você nem me deu uma chance. –seus olhos azulados brilham. –Meu nome é Jackson e o seu?

-Olha eu realmente preciso encontrar meu irmão. –digo já irritada.

-Dança comigo primeiro. –ele começa a fazer uns passos de dança realmente desajeitados, ainda segurando meu pulso. Reviro os olhos impaciente com a insistência que esse cara tem. Enquanto Jackson ainda me mostrava seus melhores passos, vejo um pouco atrás dele um rosto muito familiar. Sinto meu estomago girar ao reconhecer Thomas. Ah meu Deus. Ele parece estar procurando algo. Meu coração da um leve salto, ele me seguiu? Que besteira! Thomas acha que pode me controlar e ainda por cima dar em cima de mim pra ser só mais uma na sua estante de troféus? Isso tudo não passa de uma prova, ele está querendo fazer exatamente o que Zack fez com ele. Aposto que ele quis me beijar simplesmente para o garoto saber e ter sua vingança. Nunca foi sobre sentimentos e sim sobre algum tipo de vingança doentia. Enquanto crio minhas teorias sobre a mente do meu irmão postiço, seu olhar finalmente se encontra com o meu. Seu olhar desce até a mão de Jackson, que permanece segurando meu pulso, e começa a vir em nossa direção. Ah, não.

-Jackson? –chamo tentando falar mais alto que o barulho. Aproximo meu rosto do rapaz e coloco minhas mãos em sua nuca. Nossos narizes estão quase se tocando. Com o canto do olho, encaro Thomas por uma fração de segundos, e ele continua se aproximando. Porém, ao ver nossa aproximação instantânea, ele arqueia uma sobrancelha.

-Fala gata. –ele ainda esta com seu sorriso débil, mas já parou de dançar.

-Só me beija. –respondo observando Thomas se aproximar cada vez mais.

-Só se for agora. –Jackson cola nossos corpos e nossas bocas tão rápidos que nem sei como a língua dele entrou na minha, consigo sentir o gosto de álcool e me amaldiçoo mentalmente cada segundo que sua língua dança com a minha. Enquanto beijo Jackson só penso na reação de Thomas. Será que ele parou de caminhar e deu meia volta? Ou será que ele esta observando? Finalizo o beijo e o empurro sutilmente, olho ao redor e nenhum sinal de Thomas. Ele deve ter voltado ao mezanino e desistido da vingança boba. Graças a Deus. Me viro para direção oposta de Jackson, afim de tentar encontrar o caminho de volta ao mezanino, mas quando dou o primeiro passo meu corpo se choca com outro que acaba segurando meus ombros me impedindo uma queda. Olho para cima, afim de agradecer meu salvador, e vejo Thomas com uma expressão nada boa.

-Terminou? –consigo ler seus lábios. Sinto braços entrelaçando minha cintura por trás e no mesmo instante sei que é o Jackson.

-Com licença, cara. Ela já ta comigo. –faço uma careta ao sentir o cheiro de álcool vindo de trás. Observo a expressão do meu irmão postiço ficar cada vez mais impaciente.

O Irmão Postiço (Thomas Sangster)Onde histórias criam vida. Descubra agora