A Promessa de Maldição 2

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Os dias se passaram, e o culto da ex-Bruxa da Noite continuava funcionando, mesmo sob ameaça de fechamento a qualquer instante

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Os dias se passaram, e o culto da ex-Bruxa da Noite continuava funcionando, mesmo sob ameaça de fechamento a qualquer instante. Bastava um único e pequeno incidente, para acender a fagulha que acabaria com a ONG da bruxa.

Kathleen arrumava suas coisas para sair, inclusive, decidindo levar o pequeno caldeirão de ferro batido, todo cheio de calombos ao toque, quando deu de cara com Yussefer, parado na entrada da tenda, esperando para conversar com ela.

Perfumes e sorrisos das últimas pessoas que vinha abraçá-la, não conseguiam tirar a tensão de imaginar como seu aprendiz a receberia depois da carta. Será que a xingaria? Faria um escândalo ali? Ou teria maturidade suficiente para conversar com ela numa boa? Era bem verdade que a bruxa se arrependeu de ter ido embora e deixado uma carta.

A professora nem teve tempo de pensar em como reagiria contra a atitude dele, pois Yussefer já estava ali, diante dela. Passou a língua no próprio batom, apreensiva. Seu rosto parecia enigmático, e foi aí que veio a grande surpresa!

O aprendiz sorriu com a claridade de um dia de praia.

Kathleen baixou a guarda, ficando um pouco mais tranquila, colocando todo seu peso em uma das pernas, com aquele gesto inusitado. Ela retribuiu o sorriso, e começou a falar da correria do dia-a-dia dentro da ONG Partícula de Luz.

O aprendiz entrou no clima e começou a falar de tudo o que aprendeu na faculdade dos bruxos, enquanto sorrateiramente dava uma olhadinha rápida para trás, a fim de ter certeza de que as pessoas tinham saído dali.

Agora, o que se ouvia eram roncos dos carros dando a partida, bem como conversas e risos cada vez mais distantes da tenda. De imediato, a bruxa notou que Yussefer estava com um comportamento diferente, e não era só pelo fato de não trazido a inseparável bíblia, debaixo do braço, mas pela aura madura e confiante que emanava dele, junto com aquela postura de costas reta.

Yussefer fazia de tudo para esconder de Kathleen a tremedeira na perna esquerda e suas mãos suadas e trepidando. Fora isso, tudo rumava para o caminho da paz entre os dois, pois quem os visse, diria que estavam como antes, mas este momento animado e saudoso durou até Yussefer comentar descontraído:

— Fico feliz que você tenha terminado com o Erik pra ficarmos juntos. Aliás, a carta que você mandou, acabando com a raça dele, foi uma ótima ideia, professora!

Kathleen piscou, inclinando o rosto, sem entender.

— Oi, como é? Mas, eu não mandei carta nenhuma para o Erik.

— Como não? Eu tô falando daquela carta, em que você diz que se cansou do seu brinquedo favorito; que ele não é bom de cama... e tudo mais. — Yussefer deu um risinho sacana.

— A única carta que fiz, foi pra você... — replicou a bruxa. — E não foi isso que estava escrito.

O aprendiz pegou a bruxa pelo braço, apertando-a com grosseria, fazendo cara de zanga.

O SOBRETUDO VERMELHO AFOGADO - PARTE I : A CRIANÇAOnde histórias criam vida. Descubra agora