A Promessa de Maldição 4

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Então, o bicho foi em direção ao Merlim Moderno

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Então, o bicho foi em direção ao Merlim Moderno.

O próprio Erik acordou do transe desfazendo a magia que a Bruxa da Noite havia lhe lançado. Isso, portanto, foi bem a tempo de ver aquele bicho medonho vindo em sua direção. Por sua vez, Kathleen disparou afoita para cima de Yussefer. Desferiu socos e chutes em cima dele, porém, uma espécie de escuridão líquida defendeu o jovem bruxo, quando este se mostrou inapto para o combate corpo-a-corpo.

Yussefer evocou VASSAGO. Então, almas de pessoas atormentadas no inferno sugiram, circundando a bruxa. Elas suplicavam por ajuda, lamuriavam seus sofrimentos. A cada toque de uma alma atormentada esta transmitia a essência da sua dor. Um filho pequeno afogado. Uma doença incurável. Qualquer tipo de sentimento de angústia era passado.

A agonia daquelas vidas infernais era como um vício, e quem elas tocavam perdia o contato com a realidade até enlouquecer. Ao sentir os espectros porem as mãos sobre ela, Kathleen começou a se envolver e não conseguia mais se libertar para evocar seu Anjo Divino, tamanho era o tormento que lhe assaltava o peito a cada toque.

Erik percebendo que sua amada estava entrando em colapso devido aos espectros se amontoando ao redor dela, com aquele coral de vozes se lamuriando, ele driblou o ataque do homem-bode e correu para auxiliá-la, mas no seu caminho surgiram mais duas almas penadas que, agarrando seus braços, o impediram, transmitindo tristeza e dor por terem sido queimadas em um acidente de trânsito fatal.

E quando o Mago Branco experimentou aquela dor contaminando suas veias, gritou:

— Isso não é problema meu! — desvencilhou-se das almas, a tempo de se desviar também de um golpe mortal da lança do homem-bode. Um homem que carregava inúmeros tormentos não seria contaminado com aflições tão simplórias.

O bicho fincou a lança no chão, muito embora esperasse fincar nas costas de Erik Lersen, que se valeu para tomar a lança das mãos do homem-bode, desviando-se das garras deste com precisão. Em seguida, cravou a lança bem no coração da fera humana, erguendo-a no alto e depois atirando-a no chão como se ela fosse um saco de lixo.

— Devia ter evocado o próprio Satã, Yussefer. Só assim você teria uma chance. — disse Erik Lersen com tranquilidade, encarando seu inimigo. 

Prontamente Erik agarrou os espíritos que estavam em volta de Kathleen e era como se Mago tentasse agarrar gelatina. A bruxa, desnorteada, caiu de joelhos no chão. As almas se atracaram ao Merlin moderno tentando contaminá-lo com seu sofrimento, mas para surpresa destas, Erik deixou que tocassem sua própria dor, seu sofrimento de muitas guerras místicas travadas.

As almas em vez de criarem pânico, entraram em pânico! Nos dedos indicador, mindinho e dedão de cada mão Erik possuía anéis de prata com detalhes egípcios em ouro. O Mago acionou a magia desses itens e passou a dar socos nos espíritos e, onde a prata com o punho dele tocava, o espectro se desfazia sem se recompor.

Yussefer cerrou os dentes. Chamou VASSAGO mais uma vez e usou sua magia para transmutar o sol escuro num buraco negro medonho. A realidade começou a ser sugada para dentro da cavidade, incluindo o corpo morto do homem-bode e a cruz. Erik ficou com muita raiva. Julgava Yussefer um moleque bruxo e custava a crer no nível extraordinário ao evocar aquela magia.

Os espectros remanescentes foram puxados para dentro do seu epicentro, inclusive o próprio Yussefer perdeu a estabilidade e deslizou no chão tentando, a todo custo, manter-se de pé.

— Seu lunático! Você também vai ser arrastado para o buraco negro! — advertiu Erik.

— E daí, se não posso ter a minha Crucificação Profana, eu vou morrer destruindo tudo comigo! O que irá fazer para impedir, Merlin moderno?

Ainda de pé, Erik sorriu com soberba, antes de responder.

— Vou te mostrar o meu Anjo Divino!

Acomodou Kathleen aos seus pés, ainda se recuperando do choque. Então clamou:

— OSÍRIS, Anjo Divino e Juiz do Mundo dos Mortos, abra o caminho da magia arcana: zul ed seõrabut!


Atrás de Erik, OSIRIS emergiu imponente com sua pele de um tom levemente esverdeado. Mantinha os olhos fechados, como se nada pudesse abalá-lo em sua meditação. Em sua cabeça havia um elmo de ouro longo e oval, cheio de símbolos egípcios. Seus braços fortes estavam cruzados, envolvidos em faixas brancas, em uma das mãos segurava o cajado e na outra um açoite. As asas angelicais formavam um arco invertido parecendo que as penas estavam coladas em sua curvatura. Abaixo da cintura usava um saião branco e azul até os tornozelos.

Osíris estendeu o cajado e então um cardume de tubarões de luz surgiu nadando nos céus e se amontoou no buraco negro tentando invadi-lo. A ventania diminuiu radicalmente. Erik subiu em um dos tubarões que nadou pelo ar para coordenar a investida do cardume de luz. O Mago moderno tinha duas opções: fechá-lo ou ser tragado para dentro.

— O-O-OSÍ-RIS?! — balbuciou Yussefer chocado. A ligação de Erik e Kathleen não era só física, mas espiritual também. E enchendo a boca de amargor disse. — Até nisso vocês combinam. Seus Anjos. Amantes Divinos...

O SOBRETUDO VERMELHO AFOGADO - PARTE I : A CRIANÇAOnde histórias criam vida. Descubra agora