04.

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L.

          Harry/L.

Abri a porta do carro encostando-me ao lado do mesmo e suspirei arrumando minha gravata. O primeiro-ministro já havia saído com Lia e faltava apenas a senhora que ainda demorava um pouco.

- Vamos. - Disse enquanto ainda descia as escadas e assenti segurando a porta e apoiei a mão na parte de cima evitando que ela batesse a cabeça. Fechei a porta assim que ela entrou e segui para o meu lugar. - Você é o L. Certo?

- Sim senhora. - Respondi colocando o cinto e liguei o carro.

- Rayna está bem?

- Sim senhora.

- Eu fiquei muito surpresa quando meu marido avisou que tiraria você da segurança da Lia. Você é o melhor que temos e a sua ausência me deixou um pouco mais apreensiva.

- Tenho certeza que a senhorita Lia está com uma equipe muito capacitada.

- Rayna deve estar tão cansada, há três anos ela não tem sossego, na verdade acho que desde que ela nasceu. – Murmurou olhando para a janela enquanto colocava suas luvas e desviei o olhar do espelho do carro. – Às vezes escapamos da morte por tão pouco, mas continuamos em uma vida miserável, eu espero que um dia ela possa finalmente descansar.

Parei o carro em frente à escola e desliguei o mesmo retirando o cinto.

- Por favor, certifique-se de que não passaremos mais que uma hora nesse lugar. – Pediu e assenti levemente abrindo a porta do carro. Ajeitei o paletó escondendo melhor a arma e dei a volta no carro abrindo a porta ajudando à senhora sair. – Me leve à casa segura assim que acabarmos aqui.

- Sim senhora. – Assenti dando espaço para que ela passasse e a segui mantendo as pessoas a certa distância. As crianças na escola esperavam sentadas no pátio e a senhora sentou-se na cadeira posta à frente e sorriu deixando transparecer aquilo que o povo conhecia, a doce e amável mulher do primeiro-ministro.

          ooo

Depois de uma hora uma das professoras começou as saudações finais e a senhora se despediu brevemente caminhando em minha direção, voltei ao meu lugar mantendo as pessoas longe dela até o carro e abri a porta.

- Vamos para a casa segura agora. – Pediu e assenti levemente colocando o cinto. – Eu gostei muito da sua eficiência e da sua pontualidade, acho que irei requisitá-lo mais vezes para a minha segurança.

- Sim senhora. – Respondi fazendo o retorno em direção à casa segura.

- Qual é o seu nome L? – Perguntou e olhei brevemente para o espelho.

- L senhora.

- Eu sei que os seguranças do primeiro-ministro não devem ter nomes ou identidades, mas você pode se sentir a vontade para me dizer o seu nome. – Disse e permaneci calado. – Tudo bem L... Eu precisarei de você amanhã, iremos ao enterro da tia do meu marido.

- Eu recebi ordens para garantir a segurança da senhorita Rayna, senhora.

- Claro, eu entendo que meu marido esteja fazendo um grande esforço para que a sua filha bastarda não acabe assassinada como a mãe dela. – Murmurou e balancei a cabeça. – Você sabe não é L? Como o mundo dos negócios e da política pode ser perigoso. Quando a cabeça de um poderoso está a prêmio, ela acaba sendo entregue em uma bandeja de ouro.

- Eu estarei lá para que isso possa ser evitado senhora, esse é o meu trabalho.

- Peões são descartáveis em um jogo de xadrez L, sobrevivem apenas àqueles poucos que estão do lado vencedor.

- Sim senhora.

- Você escolheu o lado vencedor?

- Se os peões são aqueles que morreram pelos seus reis, vencerá o lado que tiver os peões mais fortes e não o que tiver mais.

- Sim, isso pode ser certo. – Afirmou e assenti levemente parando o carro.

- Chegamos senhora.

- Obrigada L, eu espero encontrar com você muito em breve. – Sorriu saindo do carro quando U abriu a porta e suspirei retirando o cinto.

          Rayna

Olhava pela janela enquanto Loren se aproximava e L saiu do carro olhando para ela. Franzi a testa confusa com sua visita repentina.

- Senhora. – J saudou respeitosamente e Loren olhou para as três mulheres.

- Saiam, eu quero falar com a minha enteada, a sós. – J a empregada e a faxineira se retiraram e Loren fechou a porta da entrada.

- O que você quer? – Perguntei.

- A tia do seu pai faleceu. – Afirmou caminhando pela sala e me virei olhando para ela.

- Como?

- Eu não sei direito, parece que ela caiu da sacada do apartamento em que morava, eu particularmente acho que ela se matou tão triste. – Balançou a cabeça sentando-se na ponta do sofá.

- O meu pai mandou investigar isso?

- Ele mandou enterrarem o quanto antes, seu pai me escuta muito e eu acho que assim é melhor para não manchar a reputação dela e nem da família... Coitada. – Sorriu retirando suas luvas.

- Você parece bem com isso.

- Eu nunca fui fã da sua tia.

- Eu me pergunto como meu pai ainda está com alguém como você. – Disse e Loren sorriu.

- Querida, a dois tipos de mulheres, as burras e as que se fazem de burra. Ter uma mulher burra é um fardo, mas ter uma mulher que se faz de burra é uma bomba relógio. É como ser uma pessoa forte e ser uma pessoa que finge ser forte...

- E você é qual delas? – Perguntei aproximando-me.

- A mesma que sua mãe foi, sua mãe foi uma mulher muito forte. – Sorriu. – Mas era tão burra que foi facilmente exposta e descartada.

- Você sabe-

- Rayna querida, você é como uma pressa fácil a céu aberto. Você é uma peça frágil que logo será tirada do meu caminho. – Afirmou pegando sua bolsa. – Por isso, aproveite logo você não poderá mais fazer isso. – Sorriu apertando minha bochecha e caminhou até a porta abrindo a mesma. – Amanhã é o velório, não se atrase.

- Tudo bem senhorita? – J perguntou e olhei para ela.

- Pode ir para a sala de vigilância J, quando U voltar ele trocará com você. – L mandou e ela assentiu levemente saindo da sala.

- A minha tia morreu mesmo? – Perguntei.

- Sim senhorita.

- O que estão falando?

- Parece que foi suicídio senhorita, estão apurando o caso. – Disse e balancei a cabeça sentando-me na poltrona próxima.

- Suicídio? Isso não faz sentido. – Sussurrei para mim mesma. – Você acha mesmo que foi isso?

- Eu estarei no quarto de vigilância se precisar de mim senhorita, com licença. – Pediu saindo e suspirei. Por que ela iria se matar? Logo agora que ela conseguiria a vice-presidência da empresa? Isso não faz nenhum sentido.

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Loren na mídia.

L - Harry Styles.Onde histórias criam vida. Descubra agora