L.
Rayna.
Estávamos no primeiro dia que o frio intenso nos dava uma pequena trégua. Sorri respirando fundo enquanto caminhava pelo jardim e olhei para J.
- Você realmente não precisa me segui pelo jardim. – Murmurei e a mulher sorriu.
- Eu estou bem senhorita, é o meu trabalho.
- Quantos anos você tem J?
- Vinte e oito senhorita. – Respondeu e assenti levemente.
- Você sabe o nome do L? – Perguntei olhando para ela.
- Não senhorita, ninguém sabe além do chefe de segurança.
- Entendi. – Assenti sentando-me em um dos bancos e olhei novamente para J. – Você não sente falta da sua vida? Quer dizer, você está sempre a minha volta, isso parece cansativo e não parece te dar muito tempo para viver.
- Foi o trabalho que eu escolhi. – Sorriu. – No começo eu realmente reclamava disso, mas com o tempo eu aprendi.
- U parece conhecer você. – Comentei.
- L parece conhecer você. – Sorriu sentando-se ao meu lado.
- Isso é o que eu chamaria de complicado. L é um homem complicado, segredos são complicados e ele tem muitos deles.
- Eu sei, mas ele não é um cara mal, eu posso garantir que ele sempre vai proteger você não importa o quê, não importa os meios, mas isso não quer dizer que ele não irá errar.
- Eu não sinto que posso confiar totalmente nele, toda vez que ele sai com Loren é uma pontada de desconfiança que me atinge em cheio. – Murmurei olhando para frente.
- Acredite, o assunto que ele quer resolver com a ajuda de Loren não tem nenhuma ligação com você. Se ele soubesse do ataque ontem, teria evitado, ele não sabe sobre nada dos planos dela para você. – Afirmou levantando-se e assenti. - O coração é assim mesmo, tudo é muito complicado.
J voltou para o seu posto enquanto L se aproximava e esperei que sentasse para encará-lo.
- Você acordou bem disposta hoje. – Comentou e sorri.
- Acho que o dia amanheceu um pouco melhor. – Sussurrei olhando para frente.
- Que tal ir a um lugar comigo hoje?
- Você está me chamando para um encontro? – Sorri divertida e L balançou a cabeça.
- Talvez seja... E então, você aceita?
- É... Eu aceito.
Coloquei uma calça jeans, uma camiseta e uma bota antes de pegar o meu casaco mais quente e sai do quarto eu direção ao carro que me esperava na entrada. Entrei na porta do carona já que isso era para ser algo descontraído e L sorriu ligando o carro.
Eu nunca havia visto ele em jeans, camiseta e casaco comum, mas isso também o deixava muito charmoso e bonito.
- Você tem que parar de me olhar assim, isso me deixa envergonhado. - Afirmou e sorri divertida.
- Alguma coisa te deixa envergonhado? Isso é incrível.
- Você me deixa envergonhado às vezes. - Sorriu pegando o desvio para a parte mais tranquila da cidade.
- Onde estamos indo?
- Eu conheço um lugar ótimo para um passeio, você poderá se sentir bem lá. - Garantiu e assenti encostando-me ao banco. Olhei para a janela não conseguindo esconder meu sorriso, eu me sentia um pouco descontraída era como uma simples garota saindo em um passeio de casal, esse era um sentimento agradável.
L dirigiu por mais uma hora até chegar a um bairro pacato, mas bem movimentado e visualmente encantador, ele parou o carro em um dos lados da calçada e desligou o mesmo retirando o cinto.
- Vamos? - Assenti colocando minhas luvas e meu gorro e retirei o cinto abrindo a porta e saindo do carro. Corri até L que esperava na calçada e o mesmo estendeu a mão para que eu segurasse entrelaçando nossos dedos.
- Isso parece gostoso. - Murmurei enquanto passávamos pela vitrine de uma casa de bolos e L sorriu.
- Segura a onda ai formiguinha. - Mandou fazendo-me gargalhar e bati em seu braço segurando o mesmo com a minha mão livre. L era cheiroso, quentinho e aconchegante.
- O que vamos comer então? - Sorri.
- Ali. - Apontou para um restaurante de sopas e olhei para ele. - Se você comer tudo o que eu pedir poderá comer o bolo que viu.
- Por quê? - Choraminguei e L parou virando-me para ele.
- Eu posso perceber como você tem emagrecido, posso ver como sua saúde está frágil, a sopa daqui e a melhor. - Afirmou abaixando um pouco mais meu gorro e tocou a ponta do meu nariz gelado e com certeza avermelhado. - Eu só quero cuidar de você.
Assenti cedendo para a tigela de sopa e L sorriu puxando-me para o restaurante. Escolhemos uma das mesas ao fundo e peguei o cardápio escolhendo o meu tipo de sopa.
- Você vem muitas vezes aqui? - Perguntei.
- Quando eu era mais novo, minha mãe sempre trazia eu e minha irmã aqui para passear, aqui tem os melhores bolos, as melhores sopas e uma das melhores paisagens. - Sorriu e olhei para ele retirando meu gorro.
- Isso é uma lembrança boa para você?
- Sim, uma de muitas. - Afirmou e sorri.
- Você era um menino atentado ou quieto? - Inclinei-me curiosa e L fechou minhas mãos entre as suas sobre a mesa.
- Eu fui um pouco dos dois, acho que até os meus cinco ou seis eu fui quieto, mas depois fui uma criança um pouco trabalhosa.
- Tadinha da sua mãe. - Balancei a cabeça e L assentiu.
- Eu sempre a agradeci pode ter me feito quem eu sou, ela era uma mulher incrível. - Sorriu afastando-se um pouco quando as tigelas de sopa chegaram.
Deixei o assunto acabar por ali pegando um dos pãezinhos e L se concentrou em comer parecendo um pouco mais aliviado pelo fim daquela conversa.
ooo
A tarde continuava boa quando acabamos de comer, L pediu um pedaço de bolo para viagem e pegou dois garfinhos saindo da casa de bolos.
- Vamos até a ponte. - Sugeriu e assenti pegando o bolo. Abri o pote enquanto caminhávamos e peguei um pedaço sorrindo ao saboreá-lo.
- Tão bom. - Sorri sem mostrar os dentes e L balançou a cabeça em negação. No caminho havia mais algumas lojas e vendinhas muito bonitinhas e assim que chegamos à ponte podemos ver o rio abaixo da mesma.
L colocou seu garfo no meu pedaço de bolo tirando um pouco e franzi a testa olhando para ele.
- O que foi? Vai me bater por isso. - Sorriu e balancei a cabeça em negação.
- Depois você compra outro. - Afirmei seguindo para a grade e terminei o bolo procurando por uma lixeira para jogar a embalagem fora.
- Você realmente não sabe comer sem se sujar. - L afirmou encurralando-me contra a grade e segurou em meu rosto passando o dedo pelo canto dos meus lábios.
- Talvez. - Sorri encarando-o. - Obrigada, pela tarde.
- Disponha. - Sorriu aproximando seu rosto e segurei em sua nuca pressionando meus lábios contra os seus. Fechei os olhos aconchegando-me em seus braços e sorri entre o beijo apoiando minha testa a sua.
Eu realmente me sentia bem agora.
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Teremos mais um hoje como eu prometi. Espero que gostem do capítulo, beijinhos :)
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L - Harry Styles.
FanfictionNo mundo do poder, política e dinheiro, ninguém é puro... Ninguém é inocente. Rayna, única filha do primeiro-ministro do Canadá, sempre viveu escondida no anonimato como um segredo de ouro que nunca deveria ser revelado, mas um atentado a ti...