L - Harry Styles.

29.

L.

          Rayna.

O sol amanheceu tímido tampado pelas cortinas do quarto, me surpreendi por ter acordado antes que Harry já que ele sempre acordava muito cedo. Levantei da cama me desvencilhando do seu aperto e corri para o banheiro tropeçando na sua calça pelo caminho.

Depois de usar o banheiro recolhi a calça e o celular que haviam ficado no chão e olhei para Harry na cama quando o aparelho vibrou e o nome Loren brilhou na tela. Eu estava tentada a abrir aquela mensagem... Muito tentada.

Suspirei amaldiçoando a minha curiosidade e Harry que não havia colocado uma senha para impedi-la e abri a mensagem.

"Você está muito quieto desde a nossa última conversa, eu sei que é difícil, mas você não pode agir de forma impensada agora."

"Por favor, me responda quando vir essa mensagem e não faça nada contra o tio da Rayna. Você não sabe o poder que David tem, mas eu sei."

"Eu sei que ficará mais difícil agora que você sabe que ele matou a sua família, mas venha conversar comigo, por favor, não faça nada."

Marquei a mensagem como não lida e sai rapidamente do aplicativo largando o celular na cadeira. Olhei para Harry sentindo o meu peito se apertar e apertei minhas mãos.

Ele não pode ter feito isso, por favor, não ele. Pedi encarando Harry que ainda dormia e senti minhas pernas tremerem e me abandonarem deixando que meu corpo caísse no chão.

- Rayna? - A voz grave de Harry soou e encolhi meu corpo apertando minhas pernas contra o meu peito. Eu não conseguia respirar. - Rayna, o que aconteceu? - Ouvia a voz de Harry mais próxima e senti sua mão em meu braço virando-me para ele.

- Eu sinto muito. - Sussurrei chorando e Harry agarrou o meu corpo levantando-me do chão.

- Tenta controlar a sua respiração. - Pediu sentando-me na cama. - Está tudo bem, apenas tente respirar fundo.

- Eu sinto muito. - Repeti e um soluço sufocado escapou da minha garganta.

- Rayna, por favor, tente se acalmar. - Disse abrindo a porta e gritou por Rubi antes de voltar para perto de mim.

- O que aconteceu? - A senhora perguntou e W apareceu logo atrás dela.

- Ela não consegue respirar, W prepare um carro, estamos descendo. - Harry avisou pegando-me no colo e apertei minhas mãos tremulas contra a sua camisa.

W seguiu para a BPS em alta velocidade enquanto Harry segurava minha cabeça no banco de trás, minha respiração se acalmava aos poucos, mas ainda podia sentir um bolo tampando minha garganta. Quanto mais eu pensava nisso mais isso parecia pior. Harry estava dormindo com a sobrinha do cara que matou a sua família.

"Incendiaram a minha casa com toda a minha família dentro, e eu descobri... Que eles foram torturados antes de serem queimados vivos."

Um choro agonizante escapou pelos meus lábios enquanto Harry apertava um pouco mais tentando de alguma forma entender aquela agonia que tomava conta de mim.

Assim que chegamos a BPS Harry saiu do carro pegando-me no colo e fui colocada na maca que já me esperava do lado de fora.

- O que aconteceu? – Ouvi o doutor perguntar.

- Eu não sei, ela acordou assim. – Harry disse quando o elevador abriu na enfermaria e fui colocada em uma das salas com o doutor e os enfermeiros. Um respirador foi colocado em meu rosto e fechei os olhos.