Capítulo 3

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3° Capítulo - O Jogo de uma Vida (2017)

Lu: Você vai ter a sua explicação, mas agora precisa descansar, vai ficar forte e aí sim poderá ir atrás da sua explicação.
Não tinha mais o que fazer Laura não tinha forças para ir a lugar algum.
Para a angustia de Laura, os próximos dois dias passaram lentamente.
Durante todo o tempo em que ela ficou no hospital, não teve sequer nenhuma ligação, nem de Carlos e nem de Pâmela.
Apenas seu amigo Lucas não saiu nenhum momento daquele hospital.
Logo quando saiu do hospital, Lucas fez com que ela ainda ficasse uma semana em casa, completando todas as orientações dos médicos.
Mas naquela tarde de quarta – feira, ela não queria mais esperar, não havia argumento que Lucas pudesse dizer que a fizesse mudar de ideia.
Lucas a deixou em frente ao casarão do então “namorado”
La: Estou um pouco nervosa, mas ansiosa.
Lu: Se precisar de qualquer coisa, grita.
La: Claro. – rindo –
Ela andou e parou em frente a porta. Virou-se mais uma vez para confirmar que Lucas a esperaria, e o amigo logo acenou encorajando-a.
A porta estava encostada, Laura logo entrou sem pensar duas vezes.
Hoje não saberia explicar o porquê fez isso. Apenas o fez.
Percebeu que a luz no quarto dele estava acesa, ele estava em casa.
Andou lentamente em direção ao cômodo, ouvia as gargalhadas de Carlos, não estava sozinho.
Parou ao lado de fora do quarto e ouviu o que deveria ter ouvido há muito tempo.
_ Eu tenho pena dela.
_ Na verdade, eu tenho pena é de mim, por ter ficado com ela por tanto tempo, mas pelo menos fizemos sexo, por que senão não teria tido a menos graça.
A voz que falava com Carlos não era nítida, mas Laura tinha certeza de que era familiar.
_ Como?
_ Não sabia que havíamos transado? Aconteceu, mas nem foi tudo aquilo. Ficou toda insegura e achou que só por causa disso já vamos casar. Pateta. – rindo –
_ Me sinto culpada, Carlos. Fui eu quem deu a ideia de apostar que você não conseguiria.
_ Não se culpe, eu consegui entrar pro time. – rindo –
Laura não teve sequer aquela voz que te avisa antes sobre algo que não deveria fazer. Quando viu já estava em frente aos dois.
La: Pâmela... Eu não queria acreditar, mas...
O silêncio tomou conta por alguns minutos do cômodo.
P: Eu posso...
A frase sequer fora terminada, enfeites e vasos começaram a voar em direção de Pâmela e Carlos.
Ambos estavam seminus na cama dele, conversavam despreocupados.
La: Desgraçados, eu poderia ter morrido! – gritando –
C: Não exagere, eu sei muito bem como deixar uma mulher satisfeita.
Ela continuava a avançar para frente deles, enquanto eles afastavam-se com os travesseiros na mão.
La: Ela não te contou, imbecil?
C: Contou o que?
La: Eu estava gravida!!! E ela me deu um chá abortivo. Há quase duas semanas estou de repouso.
P: Ela está mentindo, meu amor. Não faço ideia do que ela diz.
La: Quer saber? – largando o ultimo vaso ao chão – Vocês se merecem.
Ela estava indo em direção a porta, mas antes de sair, se virou e completou.
La: Deem as mãos e vão juntos para o inferno.

Assim que chegou em frente ao carro onde Lucas a esperava, apenas entrou e pediu que ele sumisse dali.
Foi oque ele fez.
Foram para a casa sem falar nada, Lucas respeitava a privacidade da amiga, que naquele momento não queria nada mais do que chorar.
E foi o que ela fez, chorou muito e depois de contar a Lucas o que havia descoberto, pegou no sono e seu amigo, permaneceu com ela por toda a noite.

Na manhã seguinte, lá estava ela, parada olhando pela janela.
Lucas aproximou com uma bandeja de café da manhã.
La: Preciso mudar minha vida.
Lu: Ótimo ter tocado no assunto.
La: Oque? – confusa –
Lu: Também quero mudar minha vida, terminamos a escola e temos uma vida toda pela frente.
La: Isso, você tem razão, a partir de agora nasce uma nova Laura Drummond.
Lu: Vamos com calma. – rindo –
La: Eu não sei de que parte do céu você caiu, mas com certeza você é meu anjo da guarda.
Ele riu, poderia não ser um anjo da guarda, mas iria protegê-la.

O tempo passou, Lucas e Laura moravam juntos agora, Laura descobriu depois de alguns meses da morte de seu pai que sua casa estava hipotecada, como não tinha condições de quitar, ela deixou que o banco a tomasse como pagamento.
As aulas acabaram e Carlos e Pâmela já não eram mais vistos.

Em um restaurante no centro da cidade, podiam encontra-los, Pâmela e Carlos.
P: Tudo está certo.
C: Podemos ir hoje mesmo.
P: Claro, assim que colocarmos as mãos naquilo, estaremos ricos.
C: Família ignorante. Como? O pai dela naquela situação e sequer pensaram que o velho precisava fazer um testamento?
P: Foi melhor assim, ou nunca iriamos saber disso.

Laura jamais desconfiaria que seu pai tivesse hipotecado a casa e feito uma enorme dívida para conseguir inaugurar uma concessionaria para Laura trabalhar.
Os mais diversos modelos de carros, desde os populares até os mais luxuosos.
Era localizada em um bairro nobre de São Paulo, ela jamais iria passar por aquele bairro, então Pâmela e Carlos trataram logo de sumir com os documentos, a intenção era falsificar os documentos e assumires o negócio.
Mas não seria tão fácil assim como imaginavam.

Pouco mais de um ano se passou, Laura estava em casa lavando louça, quando Lucas chegou.
La: Ué, chegou mais cedo. O que foi?
Lu: Meu patrão me dispensou mais cedo pra eu pudesse resolver um assunto.
No mesmo instante, Laura parou o que fazia.
Pegou um pano e enxugando as mãos, foi em direção ao amigo que já estava sentado no sofá.
La: Lucas, está me assustando, que cara é essa?
Lu: Meu patrão me ofereceu uma bolsa de estudos em Londres.
La: Lucas...
Lu: Eu não quero que pense que eu vou te deixar na mão... – foi interrompido –
La: Nem pense em não aceitar isso por minha causa, eu não admito que faça isso, Lucas.
Lu: Laura, essa bolsa é sua.
La: O que está dizendo?
Lu: É o meu presente pra você.
La: Não precisa fazer isso, eu trabalho na lanchonete, mas eu sei que logo eu consigo passar numa faculdade e...
As lágrimas tomaram conta de seu rosto.
La: Você não vai aceitar um não como resposta, não é?
Lu: De jeito nenhum. – rindo –
Lucas a abraçou.
Lu: Você tem uma semana pra se preparar, já podemos começar os preparativos agora.
Ela apenas sorriu pra ele em meio a lágrimas.

Lucas sabia que o pai de Laura jamais a deixaria sem casa ou dinheiro. Estava desconfiado, mas não queria que isso atrasasse o que havia planejado para Laura.
Ele prometera ao senhor Manoel que a protegeria, e assim o fará.
A semana passou depressa, como num passe de mágica, Laura embarcou para Londres e naquele mundo totalmente novo, sequer percebeu o tempo passar, nem mesmo quando se tratou de cinco anos.
Era o ultimo ano de faculdade em Londres, Laura conversava com Lucas ao telefone.

La: Sabe que não sou boa com surpresas, Lucas. E porque precisa dos meus documentos?
Lu: Confia em mim. Você vai amar, e também deixar o seu maravilhoso cabelo em pé. – rindo –
La: Está bem. Sabe que não sei falar não pra você.
Lu: E mudando de assunto, como está indo com os gatos daí?
La: Ultimamente você está mais gay do que o normal, Lucas. – rindo –
Lu: Não exagera, e não foge do assunto!
La: O que você acha?
Lu: Não acredito. Impossível!!! Você com esses olhos verdes e esse corpo violão? Quer mesmo que eu acredite que não saiu com ninguém?
La: Não estou pronta pra nada ainda.
Lu: Não pode julgar os homens se baseando no babaca do Carlos, Laura.
La: Mas o que eu passei foi o suficiente pra eu não querer mais saber deles.
Lu: Está louca, só pode estar ficando louca.
La: Lucas, eu preciso desligar. Mas fique tranquilo, você vai gostar muito mais da Laura que eu “tô” me tornando.

O Jogo de uma Vida - 2017 [Concluída✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora