Capítulo 8

363 20 0
                                    

8º Capítulo - O Jogo de uma Vida (2017)

Não conversaram muito mais que meia hora, Laura contava os segundos daquela conversa, estava incomodada.
Como iria fingir que nada demais existia entre eles?
Nada demais de fato existia. Mas algo muito importante e intenso havia acontecido e isso era impossível de ser ignorado.
Algumas semanas se passaram, e é claro que isso ficou cada vez mais evidente.
Laura e Lucas almoçavam em um restaurante próximo a concessionária Drummond.
Lu: Mas é claro que não, Laura.
La: Você nem comece com essa história.
Lu: Não é história. Meu Deus, todo o dia você reclama alguma coisa dele. Será que não tem uma implicância aí? Ou um desconforto? – sorrindo –
La: Lucas, para! Sou a chefe dele, nada mais natural do que eu supervisionar de perto o trabalho dele, até porque ele é responsável pela contabilidade da minha empresa, um passo errado e vamos à falência.
Lu: Não é pra tanto. Todo o trabalho que ele faz ele corre te mostrar, você não acha que está sento chata?
La: Chata?! Ele cuida do sonho da minha vida, vou ficar em cima sim!
Lu: Laurinha, pense comigo. Você fez ele assinar uma advertência porque ele deixou a xicara de café na mesa do escritório dele.
La: É porque ele... – sendo interrompida –
Lu: Para com essas desculpas.
La: Desculpas? Desculpas pra que?
Lu: Pra ficar com ele a todo o tempo.
La: Você tá maluco?
Lu: Laura, pra cima de mim? Vai me dizer que o que aconteceu entre vocês não foi nada demais?
La: Não é que não foi nada, mas já passou.
Lu: Passou? Não é o que parece, pelo menos da sua parte. – sorrindo –
La: O que quer dizer com “minha parte”?
Lu: Eu não vou explicar você sabe do que eu tô falando.
La: Lucas, você está me estressando. Eu não sei por que quer que eu me apaixone por alguém, isso não vai acontecer.
Lu: Só não quero que você deixe de viver coisas boas se prendendo aquela frustação do passado.
La: Você está certíssimo em querer isso pra mim. Mas entre o Murilo e eu, não mesmo. Ele foi só um homem de uma noite gostosa. Agora chega desse assunto.
Lucas respeitou, ele já havia insistido demais, isso era somente ela que poderia admitir sentir e viver o que já estava escancarado no rosto dela.
Já Laura se assustava toda a vez que percebia que seu coração batia mais forte ao ver Murilo do que quando se apaixonara por Carlos.

Era uma manhã chuvosa, Laura já se encontrava em sua sala, mas os olhos, não paravam de olhar o relógio.
Ele estava atrasado, já se passava meia hora do horário e o mesmo ainda não chegara à empresa.
Estava preocupada, mas nunca admitiria isso.
Murilo entrou na empresa em passos apressados, um acidente na rua obrigou toso o trânsito a modificar a rota. Suas roupas pingavam da chuva e ele tremia de frio, mesmo assim rezava para que Laura não tivesse notado o seu atraso, foi direto para a sua sala.
Mal o mesmo sentou em sua cadeira e Carla já entrou em sua sala anunciando que Laura queria vê-lo.
Ele respirou fundo e levantou-se para seguir até a sala dela.
Caminhou a passos pesados pelo corredor, de cabeça baixa pensando no que mais poderia acontecer naquele dia.
Ele bateu na porta anunciando-se e entrou sem que a mesma dissesse sequer um “Bom dia”.
Foi aproximando-se em silêncio e a mesma continuava olhando o monitor em sua mesa. Balançando a cadeira de um lado para o outro lentamente e junto a isso, um sorriso discreto esboçava em seu rosto.
Murilo foi sentar-se numa cadeira a sua frente e ela logo gritou:
La: Fique aí, de pé.
Ela continuou digitando algo no computador e concentrada no monitor, depois de uma tempo ela se virou para ele e começou a falar:
La: Você sabe que horas são, Murilo?
Mu: Laura, houve um acidente no caminho, eu não tive... – sendo interrompido –
Ela aproximava-se dele, e quando chegou a sua frente, disparou:
La: Está demitido!
O coração dele pulsava, as pupilas dilataram e a respiração ficou forte.
Ela virou-se de costas para ele e ia voltar para a sua mesa, mas pensava com ela que o que estava fazendo não era certo, nunca foi uma empresaria desse tipo, não era justo, mas antes que pudesse se retratar ou até mesmo olhar a reação dele o mesmo a puxou pelo braço.
O Perfume doce dela se sobressaía sobre o dele almiscarado, já inebriado pelo banho improvisado que tomara na chuva. Mas aquilo não o abalou.
Mu: Você não pode me demitir desse jeito.
Ela ficou paralisada, mantinha os olhos fechados e começava a ficar trêmula.
O que ele ia fazer? Não saberia explicar o porquê fez aquilo, mas simplesmente continuou imóvel pra ver o que ele ia fazer.
La: O que pensa que está fazendo? – brava –
Mu: Você não pode me demitir por eu ter chegado atrasado. Vai me demitir por isso!
Ele a tomou em seus braços, ela oferecia pouca resistência. O vestido justo dela, fazia com ele sentisse seu corpo todo junto ao dele.
Murilo estava furioso, por tudo o que ela estava fazendo nas ultimas semanas até ali, mas aquela situação, ela, o deixava completamente excitado.
O fato é que de certa forma, ansiava por tê-la novamente.
A respiração desordenada dela a entregava. O queria como ele também a quer.
Sem sorrisos ou cerimônias, ele a jogou em cima da mesa.
As mãos dele começaram a passear pelo seu corpo, ela ameaçou certa hora levantar, mas ela a segurou com mais força e encarando-a, invadiu sua boca.
O beijo era maravilhoso, melhor ainda de como se lembrava.
Tudo estava errado, pensava ela. Estava gostando, e o queria dentro dela.
Ainda beijando-a ele levantou seu vestido e afastando a calcinha com os dedos a acariciou.
O gemido ficou preso em seus lábios e ele percebeu que conseguiu o que queria. Tê-la vulnerável.
Não conseguiu se segurar a uma provocação.
Mu: Agora me demite.
Ela respirou fundo e mordendo os lábios, ignorou a provocação.
O tesão junto a vontade os tomavam por completo, a roupa molhada dela já se encontrava ao chão, ela o beijava com voracidade.
Sentia o arrepio percorrer seu corpo todo. Ele já estava pronto para completa-la, mas bateram na porta chamando por ela.
Ela afastou a boca dos lábios dele e gritou:
La: Pelo amor de Deus, eu estou em reunião, me chama depois.
Suas mãos seguraram os ombros dele e o puxaram para mais um intenso beijo.
Ele a invadiu e ela gemeu por entre o cabelo dele.
Os movimentos eram intensos, ela já não aguentaria mais.
Chegou ao seu máximo de prazer, Murilo continuou as investidas, agora um pouco mais intensas, e logo a acompanhou.
Ele saiu de cima dela e vestindo as roupas úmidas, completou:
Mu: Agora pode me demitir por um justo motivo.
Aproximando-se um pouco mais, a encarou nos olhos e com os lábios encostados no dela, ele sussurrou:
Mu: O motivo de que eu fiz a empresária Laura Drummond gozar como nunca irá com homem algum.
Estava pronto para sair da sala, mas foi interrompido.
Laura disse:
La: Eu gostei.
Aquilo o pegou de surpresa. O que ela queria? Seria algum tipo de jogo?
Mu: Como? – virando-se de frente pra ela –
Ele já vinha em sua direção quando ela segurou em seu peito afastando-o e completou:
La: Volte ao trabalho, Murilo.
Mu: Mas eu pensei que quisesse um replay?
La: O que aconteceu hoje, não vai se repetir.
Mu: Está me deixando confuso.
La: Não quando e como quiser. Eu sou quem manda as coisas sempre devem ser como eu planejo. Quero que isso fique claro aqui.
Mu: Com certeza, Laura.
Virou-se e deixou a sala sussurrando para si mesmo.
“Droga, porque não consigo simplesmente deixar você?”
As semanas se passaram, e num certo dia, Murilo despertou Laura de seus pensamentos.
Ele já estava em sua frente e ela apenas olhando para o celular.
Mu: O que vai fazer esse fim de semana?
Ela logo percebeu o que ele pretendia e a resposta fora automática.
La: Vou ao cinema com um amigo.
Mu: Pensei que de repente poderíamos sair tomar algo?
La: Que pena.
Mu: Podemos marcar um dia desses, o que acha?
La: Claro, eu ia adorar.
O que estava fazendo? Porque dissera isso? Laura brigava consigo mesmo por não conseguir esconder o que negava para si mesma sentir por ele.
Enquanto brigava com seu eu interior, ele aproximou-se dela e a beijou sutilmente.
Mu: Você não sai da minha cabeça, Laura.

O Jogo de uma Vida - 2017 [Concluída✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora